O moderno setor de aves de postura no Brasil acompanhou a evolução do aumento da eficiência em outros países, particularmente nos Estados Unidos e em alguns países da Europa. O modelo dominante, adotado também no Brasil, caracterizou-se por produção altamente especializada e com escala de produção. Uma grande revolução tecnológica mundial ocorreu na área genética devido ao desenvolvimento de linhagens especializadas na produção de ovos, no desenvolvimento de rações com alta densidade de nutrientes, na prevenção e no controle de doenças. 

Os méritos da pesquisa do Brasil consistiram em acompanhar a evolução tecnológica mundial e viabilizar a adaptação de inovações, contribuir para a definição de produtos para composição de rações, desenvolvimento de vacinas, recomendações de manejo, modelos de construções e equipamentos e, mais recentemente, uso de inteligência artificial e automação na produção de ovos. Mas há ainda desafios tecnológicos a serem vencidos no Brasil, destacando-se requisitos de preservação do meio ambiente (dejetos), bem-estar animal, segurança alimentar e biossegurança nas criações. Do ponto de vista econômico, registra-se que a adoção desses pacotes tecnológicos em grande escala permitiu o aumento da produção, a queda dos preços e maior consumo per capita.

A Figura 8 apresenta dados de produção de ovos (dúzias) no Brasil e nos principais estados produtores, no período de 2000 a 2020 (IBGE, 2022f). A produção de ovos nesses 21 anos cresceu 138,54%, de 1.663 milhões de dúzias para 3.967 milhões de unidades. Como a população brasileira cresceu apenas 25,63% no mesmo período, consequentemente a produção per capita aumentou de 9,79 dúzias (ou 117,48 unidades) em 2000 para 18,60 dúzias (223,20 ovos) em 2020. Ainda que a produção de ovos esteja distribuída em todos os estados da Federação, os principais estados produtores em 2020, foram São Paulo (28,81%), Paraná (9,10%) e Minas Gerais (8,87%). A produção de ovos para consumo vem principalmente dos estados de SP, ES e MG. A produção predominante no PR e em SC destina-se à produção de pintos para frangos de corte.

 

 

 

 

Mesmo que os três principais estados produtores respondam por 46,78% da produção nacional de ovos, ainda assim não se pode afirmar que haja concentração forte na produção do produto. Segundo a Associação Brasileira de Proteína Animal (2021), a produção atendeu em 2020 quase que exclusivamente ao mercado doméstico, e as exportações foram de apenas 0,31% da produção. Em época de pandemia, quando houve redução de empresas e de renda das famílias, a produção atendeu às necessidades de proteína de amplas camadas da população brasileira, principalmente dos mais pobres.