Uvas e vinhos brasileiros fazem a diferença no parreiral e na mesa

A vitivinicultura está distribuída em praticamente todo o território nacional, mas a matriz produtiva, principalmente para elaboração de vinhos com maior valor agregado, está baseada em poucas variedades ícones, em geral europeias, que nem sempre se adaptam bem ao clima e solo brasileiros. Na região da Serra Gaúcha, onde o cultivo e processamento da uva associam-se ao emblemático enoturismo, a situação é ainda mais crítica. As condições naturais de alta umidade, solos rasos e relevo fortemente ondulado favorecem o desenvolvimento de doenças e dificultam o manejo dos vinhedos, em sua maior parte, de agricultores familiares que têm escassez de mão de obra.

Em 2019, com o lançamento da BRS Bibiana, a vitivinicultura de base familiar, principalmente da Serra Gaúcha, ganhou novo fôlego. A uva da Embrapa tem excelente potencial enológico. Seu vinho apresenta perfil sensorial similar ao das uvas europeias. Dependendo do ponto de colheita, o vinho remete ao Sauvignon Blanc ou ao Chardonnay. Adapta-se às condições do clima subtropical úmido da Serra Gaúcha, tem alta produtividade, é resistente às podridões de cacho e requer menos tratamentos fitossanitários. Isso leva a um manejo diferenciado que resulta em menor custo de produção e mais sustentabilidade, em função da redução no uso de produtos químicos no campo.

Foto: Viviane Zanella

A BRS Bibiana viabiliza a elaboração de diferentes produtos, principalmente vinhos finos e frisantes, com características sensoriais mais refinadas. Esses vinhos aumentam a rentabilidade das vinícolas de 20 a 30% e já conquistaram a atenção e o paladar e dos consumidores, diferenciando ainda mais a vitivinicultura brasileira, gerando e oferecendo sustentabilidade do campo à mesa.

 

Mais informações

 

Confira na tabela abaixo a relação de cultivares e seus impactos econômicos.

Estimativa dos Impactos Econômicos Gerados por Cultivares da Embrapa em 2023

Notas:

(1) Os valores apresentados nesta coluna são resultado da multiplicação da produção total pelos preços nominais em 2023.                     
(2) Os benefícios econômicos estimados  são provenientes de cultivares da Embrapa e das obtidas em parceria.
(3) Produção do algodão corresponde ao algodão em caroço.                    
(4) Produção de arroz corresponde à soma das áreas e produções de arroz sequeiro e irrigado.                    
(5) Produção de feijão corresponde à soma das áreas e produções da 1ª, 2ª e 3ª safra. Feijão caupi não é considerado.                    
(6) Produção de milho corresponde à soma das áreas e produções da 1ª, 2ª e 3ª safra.                    
(7) Área e produção de trigo referentes a 2023 correspondem a estimativas em janeiro 2024.                    

 

Fontes:

(A, B) Conab Safras − Acompanhamento da safra brasileira − Séries históricas − www.conab.gov.br/info-agro/safras − acesso em 16/01/2024;
(C, D) Conab Preços Agropecuários - Preços de mercado - https://www.conab.gov.br/info-agro/precos - acesso em 16/01/2024, calculados pela Superintendência de Estratégia da Embrapa.

 

Metodologia: Avaliação dos impactos de tecnologias geradas pela Embrapa - metodologia de referência.