29/01/18 |   Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação

Artigo - Inovação no campo, mais alimento à mesa do brasileiro

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Édson Bolfe
Coordenador do Sistema Agropensa, da Embrapa

O setor agrícola é responsável por quase 25% do Produto Interno Bruto (PIB) e por 50% das exportações do Brasil. Essa representatividade significa que de R$ 4 que circulam no Brasil, R$ 1 é agrícola. E de cada dois dólares exportados, um tem origem em chácaras, sítios, fazendas e estâncias de norte a sul do país. O segredo desse sucesso foi a incorporação de inovações tecnológicas na produção, aliada a políticas públicas voltadas para a modernização da agricultura, estabilização macroeconômica e produtores rurais com competência para empreender.

Só nas duas últimas décadas, aumentamos nossa produção de grãos em 250% com apenas 50% de expansão de área. Na pecuária, elevamos o número de animais em 50% reduzindo em 10 % as áreas destinadas ao pasto. Desse modo, produzimos mais alimentos, fibras, madeira e bioenergia com menos recursos naturais. Isso também tornou o Brasil uma potência ambiental com aproximadamente 65% de sua área preservada, apenas 30% destinados ao uso rural — agricultura, horticultura, fruticultura, silvicultura, pecuária — e 5% com áreas urbanas, indústrias e infraestrutura. Estudos indicam que as tecnologias que germinaram nas instituições de pesquisa, universidades e empresas são o principal fator desse sucesso. Elas têm sido responsáveis por cerca de 60% do aumento da produção agrícola nas últimas décadas no Brasil.

Ano a ano, presenciamos avanços importantes na geração de cultivares de plantas mais produtivas, nutritivas ou resistentes a pragas, doenças e riscos climáticos; raças de animais mais prolíficas ou adaptáveis aos diversos ambientes; novas máquinas, equipamentos e sistemas de produção mais sustentáveis como a integração lavoura-pecuária-floresta (ILPF), plantio direto, fixação biológica do Nitrogênio; programas e aplicativos de informática; zoneamento de risco climático; sistemas de informação geográfica para mapear regiões e monitorar o uso da terra. Porém, a agricultura passa por profundas transformações, e a pesquisa precisa ser continuamente fortalecida de modo a gerar novas tecnologias para a solução dos crescentes desafios.

Por exemplo, na Embrapa foi apurado um Lucro Social de quase R$ 35 bilhões em 2016, decorrente de impactos econômicos de 117 tecnologias e cerca de 200 cultivares lançadas no ano. Considerando apenas a receita em 2016 e o lucro social obtido como empresa pública, para cada R$ 1 investido pela sociedade na pesquisa realizada pela Embrapa, o retorno para o país em inovações foi de R$ 11,37.

Essas inovações estimulam uma maior diversidade produtiva do meio rural. O Brasil já possui mais de 300 cultivos e produtos de origem da agricultura empresarial e familiar.  Essa diversidade agrícola, pecuária, florestal e aquícola contribuiu com a redução do custo da cesta básica em 40%, em termos reais, nas últimas quatro décadas. Ou seja, mais arroz, feijão, milho, hortaliças, carnes, ovos, frutas, sucos, café, leite e açúcar na mesa do brasileiro. Poderíamos ainda citar, entre outros, flores, algodão, couro, papel, madeira, óleos e essências vegetais que estão presentes no nosso dia a dia.

Além do avanço científico e tecnológico, a pesquisa agropecuária se orgulha de ser protagonista no desenvolvimento econômico, ambiental e social das populações do campo e das cidades do Brasil.

Além do avanço científico e tecnológico, a pesquisa agropecuária se orgulha de contribuir com o desenvolvimento econômico, ambiental e social das populações do campo e das cidades do Brasil.

Artigo publicado na coluna Campo e Lavoura, do jornal Zero Hora

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