28/02/20 |   Produção vegetal  Transferência de Tecnologia  Convivência com a Seca

Parceria busca tornar olericultura mais competitiva em AL

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Foto: Ricardo Elesbão

Ricardo Elesbão - Grupo de trabalho será montado com diversas instituições que atuam na região de Arapiraca

Grupo de trabalho será montado com diversas instituições que atuam na região de Arapiraca

Um grupo de trabalho com a participação de vários órgãos e instituições não-governamentais deve se reunir logo após o carnaval na cidade de Arapiraca, no agreste alagoano, para traçar uma série de ações visando a capacitação técnica destinada à cadeia produtiva da olericultura em Alagoas.

A olericultura é a área da agronomia que desenvolve especialmente o cultivo de hortaliças, englobando culturas folhosas, raízes, bulbos, tubérculos, frutos diversos e partes comestíveis de plantas.

Segundo dados de um levantamento recente da Secretaria de Desenvolvimento Rural do município, atualmente, cerca de 400 agricultores exploram esse tipo de cultivo na região. O coentro verde e algumas variedades de alface lideram o cultivo, seguidos da cebolhinha verde, tomate, pimentão e do couve-folha. Registram-se também cultivos de berinjela, maxixe, quiabo, tomate-cereja, pimentão de cheiro, rúcula, agrião, espinafre e inhame da costa (também conhecido como cará).

“As reuniões no polo de Arapiraca já vêm ocorrendo há vários meses. A secretaria de agricultura do município possui um quadro técnico bastante significativo e comprometido, o que não ocorre na maioria dos municípios da região. O nosso objetivo principal é dar condições para a formação e qualificação continuadas de agentes técnicos localmente”, diz João Flávio Veloso, chefe-geral da Embrapa Alimentos e Territórios.

Ele faz uma paródia de um adágio popular, ao afirmar que a intenção desse esforço conjunto das instituições envolvidas, é para que “santo de casa faça milagres”. Para Veloso, um primeiro gargalo a ser superado é o da falta de estudos estatísticos mais focados na cadeia da olericultura do cinturão verde de Arapiraca. 

Manejo da irrigação, controle de pragas e análise de mercados devem ser os temas priorizados nessa primeira etapa do trabalho. “Nós podemos mobilizar profissionais com variadas expertises aonde eles estiverem, dentro ou fora da Embrapa”, afirma o pesquisador. 

Num primeiro momento, eles poderão contar com especialistas de, pelo menos, três centros de pesquisas da estatal: Alimentos e Territórios, Embrapa Hortaliças, que possui um volume considerável de resultados de pesquisas prontos para serem difundidos na região. E a Unidade Tabuleiros Costeiros, cuja sede está em Aracaju (SE).

“Do ponto de vista agronômico, nós vamos começar a testar e introduzir novos materiais, sempre com o intuito de fomentar a expansão da olericultura aqui no Nordeste”, afirma a pesquisadora da Embrapa Hortaliças, Flávia Maria Teixeira. 

Ela diz que a Embrapa vai focar fortemente na difusão de tecnologias para o cultivo protegido, plantio direto, produção orgânica, produção de mudas, produção convencional, sistemas de produção inovadores, como o Tomatec, e fomento ao cultivo de Plantas Alimentícias Não-Convencionais (PANCs), que são plantas com potencial alimentício, porém, não são consumidas em larga escala ou são utilizadas apenas em determinada região 

Segundo Teixeira, a região de Arapiraca possui um diferencial de localização geográfica dos mais estratégicos. Outra vantagem a ser potencializada é que, com a diminuição na produção de fumo, ocorrida nos últimos anos, existem áreas e uma mão de obra disponível com boa aptidão para ser remanejada para os cultivos de hortaliças.

“A região está ampliando sua diversificação de cultivos. Podemos inserir outras hortaliças, como berinjela, outras variedades de pimentões, batata-doce, entre outros”, afirma a pesquisadora, que trabalha em Maceió desde o ano passado.

Flávia Maria acrescenta que, com novas adequações de manejo e mais diversificação, é possível fazer aumentar significativamente as produtividades e a qualidade dos produtos. Ela também aposta na expansão de sistemas de produção certificados. 

Além de pesquisadores de unidades da Embrapa e de técnicos da Prefeitura Municipal de Arapiraca, participaram da reunião professores da Universidade Federal de Alagoas, da Universidade Estadual de Alagoas, do Instituto Federal de Alagoas e de técnicos e consultores do Sebrae-AL.

Dalmo Oliveira (0859 MTE-PB)
Embrapa Alimentos e Territórios

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