28/05/20 |   Agricultura familiar  Agroecologia e produção orgânica  Biodiversidade  Comunicação  Convivência com a Seca

Potencialidades do murici na produção de alimentos diferenciados são destacados em podcast

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Foto: Arquivo pessoal | Arte: Luciana Fernandes

Arquivo pessoal | Arte: Luciana Fernandes - Card do podcast

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Atualmente são conhecidos mais ou menos 150 espécies de murici distribuídas desde o México até toda a América do Sul. No Brasil, já foram identificadas a ocorrência de 35 espécies de murici, espalhadas em quase todos os biomas brasileiros. Há espécies na Amazônia, Cerrados, Mata Atlântica e Caatinga. O fruto do murici tem um sabor exótico e com características muito especiais. Quando maduro, ele é rico em gorduras e de alto valor nutritivo, sendo excelente fonte em fibras, fósforo, ferro, cálcio, vitaminas B1, B2 e Niacina, Proteínas e Vitamina C. 


Tradicionalmente, no Sertão nordestino, os frutos são utilizados na produção de sucos, licores, na produção de guloseimas, como geleias, doces, refrescos e sorvetes, sendo consumido também in natura. Outras partes da planta são amplamente utilizadas para fins fitoterapêuticos, como laxantes, sedativos, diuréticos, anti-hipertensivos, digestivos, antiasmáticos, no combate às dermatites, gripes e doenças renais. As folhas do murici também podem ser usadas na alimentação animal de ruminantes. Por tudo isso, numa publicação do Ministério do Meio Ambiente, o murici foi incluído no rol das chamadas “Plantas do Futuro do Nordeste”.


Em Alagoas já foram identificadas a ocorrência de sete espécies (B. crassifólia, B. verbascifolia, B. gardneriana, B. crispa, B. stipulacea, B.  sericea e B. triopterifolia ). Pesquisadores do Laboratório de Ecogeografia e Sustentabilidade Ambiental (LABESA), do Instituto de Geografia, Desenvolvimento e Meio Ambiente da UFAL, com a colaboração da Embrapa Alimentos e Territórios, vêm desenvolvendo pesquisas com murici na Caatinga alagoana. Até agora foi identificada a ocorrência de duas espécies no Alto Sertão Alagoano. 

Para que conheçam um pouco mais sobre o assunto, a Embrapa Alimentos e Territórios convidou o pesquisador João Gomes da Costa. Além da Embrapa, ele é professor do programa de Pós-Graduação em Agricultura e Ambiente da Universidade Federal de Alagoas e do Programa de Pós-Graduação em Análise de Sistemas Ambientais do Centro Universitário (CESMAC). Melhorista de frutíferas com especialidade em Ecologia Química, ele também desenvolve estudos no uso de semioquímicos na agricultura. 


Ele explicou porque que essa planta tem tanta importância nos processos alimentares tradicionais, especialmente no semiárido aqui da Região. Primeiramente porque são poucas espécies como o murici que conseguem produzir em solos rasos e de afloramentos rochosos, ainda mais com a irregularidade da distribuição de chuvas típica da Caatinga. 


“As comunidades locais do Alto Sertão dependem muito das espécies nativas mais  adaptadas às condições edafoclimáticas (de solos e de clima) da região, é uma alternativa importante para eles. A exemplo do Murici, que tem no seu fruto propriedades nutricionais e antioxidantes”, detalha o entrevistado.


Gomes analisa como a experiência tradicional dos agricultores em lidar com o murici pode contribuir para que os pesquisadores possam desenvolver novas tecnologias que permitam um melhor manejo dessa planta. Ele revela também que o murici pode ser encontrado, praticamente, em todos os biomas brasileiros e explica como é possível que sua presença se espalhe por regiões tão diversas e num espaço geográfico tão amplo.


João Gomes também observa que as metodologias participativas, especialmente o modelo on-farm, estão ajudando a comunidade científica a preservar e valorizar recursos genéticos vegetais diferenciados, como o murici. Outro ponto interessante desse bate-papo virtual é sobre  os “agentes polinizadores”. 


Por fim, ele diz quais outras instituições se envolveram nesse trabalho, além da UFAL e como a Embrapa Alimentos e Territórios poderá atuar mais efetivamente nesse projeto.


A conversa com João Gomes é de 30 minutos e você pode ouvir o podcast no player abaixo.

 

 

Dalmo Oliveira (0859 MTE-PB)
Embrapa Alimentos e Territórios

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