05/12/22 |

Embrapa comemora Dia Mundial do Solo

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Foto: Fernando Gregio

Fernando Gregio - Equipes da Embrapa Solos no Rio de Janeiro e em Recife se reúnem para celebrar o Dia Mundial do Solo.

Equipes da Embrapa Solos no Rio de Janeiro e em Recife se reúnem para celebrar o Dia Mundial do Solo.

O Dia Mundial do Solo, comemorado nesta segunda-feira (05/12), foi celebrado na Embrapa Solos (RJ) com uma cerimônia que chamou a atenção para a importância da conservação e uso sustentável desse recurso natural e destacou os impactos da barragem subterrânea, tecnologia social para armazenagem de água da chuva no solo, e a importância do papel do programa Embrapa&Escola para disseminação da educação em solos.

O encontro começou com a exibição de um vídeo recém-publicado pela Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO), que mostra os riscos associados ao desequilíbrio de nutrientes e à perda de fertilidade do solo, ao mesmo tempo em que destaca o papel da fertilidade do solo na produção de alimentos suficientes, seguros e mais nutritivos para plantas, animais e pessoas. Com legendas em português, o vídeo especial para o Dia Mundial do Solo de 2022 teve o conteúdo traduzido com a colaboração da Divisão 4 da Sociedade Brasileira de Ciência do Solo (SBCS), que conta com pesquisadores da Embrapa.
 

 

“O solo é um recurso natural maravilhoso, que junto com a água dá sustentabilidade para a vida no planeta. Este é um dia para comemorar, mas também para refletir sobre algumas estatísticas em relação ao uso e conservação do solo. Sabemos pelo relatório de estado da arte de solos no mundo, publicado pela FAO, que 33% dos solos do planeta sofreram ou sofrem algum tipo de degradação, sendo a principal delas a erosão, acarretando em perdas de nutrientes, de carbono, da capacidade de retenção de água. Outro dado recente da FAO que preocupa é que mais da metade dos países do mundo ainda não tem condições de avaliar a qualidade dos seus solos”, disse Maria de Lourdes Mendonça Santos Brefin, chefe geral da Embrapa Solos, ressaltando a importância da pesquisa agropecuária para as ações de conservação e uso sustentável dos solos.   

 

Barragem Subterrânea

O vídeo em animação gráfica mostrando as opções de barragens subterrâneas mais usadas no Semiárido, recém-lançado pela Embrapa e pela Articulação Semiárido Brasileiro (ASA), foi um dos destaques da cerimônia. O vídeo foi produzido com recursos do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), numa parceria entre Embrapa Tabuleiros Costeiros (SE) e Embrapa Solos, e teve coordenação técnica da pesquisadora Maria Sonia Lopes da Silva, que atua na Unidade de Execução de Pequisa (UEP) da Embrapa Solos no Recife (PE).

Também integraram a equipe responsável pela gestão de conteúdo os pesquisadores da Embrapa Solos Manoel Batista de Oliveira Neto e Flávio Adriano Marques, e da Embrapa Semiárido (PE)  Roseli Freire de Melo, além de Antonio Gomes Barbosa, coordenador de programas e projetos da ASA. Houve ainda participação de equipe da Embrapa Tabuleiros Costeiros na produção.

O vídeo mostra dois tipos de barragens: a submersa e a submersível, onde se forma um lago temporário na época de chuvas. A partir desses dois tipos, existem vários modelos disponíveis. Os mais utilizados no Semiárido são as dos modelos Embrapa, ASA e Costa Melo, cada uma com suas especificidades conforme as condições do local.
 

 

Durante a cerimônia também foram apresentadas duas publicações, produzidas pelo mesmo grupo de parceiros, voltadas a produtores rurais, técnicos extensionistas e público em geral, que mostram de forma didática e com linguagem acessível o funcionamento das barragens subterrâneas.

A cartilha “Barragem Subterrânea: Acesso e usos múltiplos da água no Semiárido Brasileiro” e o fôlder “Barragem Subterrânea: Transformando Vidas no Semiárido Brasileiro” estão disponíveis para download no Portal Embrapa.

A barragem subterrânea é uma das soluções tecnológicas para o aproveitamento da água da chuva, como forma de reduzir os efeitos das irregularidades climáticas do Semiárido, por meio de uma estrutura hidráulica que barra a água da chuva, a partir da construção de uma parede dentro do solo no sentido transversal à descida das águas. A tecnologia, que proporciona o armazenamento de água no subsolo por um período maior de tempo, permite ao agricultor maior sucesso no cultivo de diversas espécies, como grãos (milho e feijão), forragem (capim e palma), raízes (macaxeira, batata-doce e beterraba), hortaliças (coentro, cebolinha, alface, pimentão e quiabo) além de fruteiras (acerola, goiaba, mamão e manga).

“Os agricultores dizem que água é vida, e que o solo é a base da vida. É motivo de alegria estarmos trabalhando com solo e água para produção de alimento, para segurança hídrica, para a segurança alimentar e nutricional, buscando a soberania das famílias do Semiárido”, ressaltou a pesquisadora Maria Sonia Silva.

Antonio Barbosa, coordenador da ASA, levantou alguns números sobre a adoção de tecnologias de convivência com a seca no Semiárido brasileiro. “Somos cerca de 1,7 milhão de famílias que vivem da agricultura familiar no Semiárido. Cerca de 1,2 milhão dessas famílias possuem cisternas para água de chuva, mas ainda temos 350 mil famílias que não têm acesso adequado à água para consumo. Cerca de 207 mil famílias têm acessos à chamada segunda água, aquela voltada para o cultivo, que englobam um conjunto de tecnologias, entre elas a barragem subterrânea. Mas ainda há 800 mil famílias que não têm água para produção”, revelou, apontando o potencial que essa tecnologia ainda tem na região.

A barragem subterrânea está alinhada a quatro dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da Agenda 2030 da ONU: ODS 1 (erradicação da pobreza); ODS 2 (fome zero e agricultura sustentável); ODS 6 (água potável e saneamento) e ODS 13 (ação contra a mudança global do clima).  

 

Embrapa&Escola

Em 2022, o programa Embrapa & Escola completa 25 anos. É uma ação que integra a Embrapa e as instituições de ensino, aproximando cientistas, estudantes e professores para estimular nos jovens o interesse pelo conhecimento científico.

Na Embrapa Solos, o programa é coordenado desde o seu início pelo pesquisador Claudio Lucas Capeche, que trabalha com um viés voltado à educação em solos e formação de multiplicadores de conhecimento, da creche à universidade. O pesquisador foi homenageado pela sua atuação nessa missão, representando todos os demais colegas do centro de pesquisa que também atuam ou já atuaram no programa.

“O programa Embrapa&Escola começou com foco nas escolas de ensino Fundamental e Médio, mas aqui na Embrapa Solos, desde antes a criação do programa, a demanda por orientações sobre solos sempre foi muito grande. Então passamos a focar as nossas ações para a educação em solos, que vai além do ensino. Nosso público vai da creche à universidade, com o objetivo principal de formar multiplicadores, para que eles possam levar esse conhecimento adiante nas suas ações de pesquisa, desenvolvimento, ensino e extensão”, explicou Capeche.

O pesquisador mostrou parte do rico acervo de materiais utilizados nas atividades do Embrapa&Escola, da Embrapa Solos, que segundo ele já atendeu a cerca de 250 instituições entre escolas, institutos de pesquisa, comunidades e universidades no Rio de Janeiro e no Recife nos últimos 25 anos.

 

Premiação da FAO

Nesta segunda-feira (5/12), a FAO anunciou os vencedores do concurso de livros infantis sobre solos para nutrição promovido em homenagem do Dia Mundial do Solo 2022. Organizado em parceria com a União Internacional de Ciências do Solo (IUSS) e a Global Soil Partnership(GSP), o concurso teve como lema "Solos: onde a alimentação começa”.

O livro Special picnic on World Soil Day (Piquenique especial no Dia Mundial do Solo, em tradução livre), que teve como autores o pesquisador Claudio Capeche e o analista Alexandre Cotta, da Embrapa Solos, além da professora da Universidade Estadual do Norte do Paraná (UENP) Jully Gabriela Retzlaf de Oliveira, da aluda de mestrado da UENP Lygia de Oliveira Ribeiro e da ilustradora Milena Pagliacci, foi premiado com a terceira colocação geral.

O livro pretende, de forma lúdica, mostrar às crianças e a todos os amantes do solo a sua importância como produtor de alimentos – baixe aqui. A versão em português será lançada em breve.

 

Assista ao vídeo da cerimônia na Embrapa Solos

Fernando Gregio (MTb 42.280/SP)
Embrapa Solos

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Mais informações sobre o tema
Serviço de Atendimento ao Cidadão (SAC)
www.embrapa.br/fale-conosco/sac/

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