A compactação do solo no sistema plantio direto (SPD), originada principalmente pelo tráfego de máquinas e animais e uso de sistemas de produção pouco diversificados, pode reduzir expressivamente a produtividade das culturas principalmente em condições de baixa disponibilidade hídrica, além de aumentar as perdas de água e solo por erosão hídrica.

Por meio de experimentos de campo com longa duração, foi possível desenvolver sistemas de rotação de culturas capazes de preservar e/ou melhorar a qualidade física do solo ao longo do tempo, evitando o aparecimento de camadas compactadas no SPD. Ao mesmo tempo, foram identificadas espécies vegetais capazes de descompactar biologicamente solos manejados sob SPD, por meio do crescimento e decomposição de raízes. Por outro lado, o uso de práticas mecânicas de descompactação do solo, como a escarificação, não resulta em benefícios para a produtividade das culturas, sendo a duração dos seus efeitos inferior a um ano.

Outra contribuição importante foi a determinação de valores críticos para diversos indicadores do estado de compactação do solo em SPD, acima dos quais ocorrem perdas de produtividade da soja e outras culturas associadas ao sistema de produção. Em geral, os valores críticos em solos manejados sob SPD são maiores do que em preparo convencional, de forma que essa descoberta contribui para um diagnóstico preciso do estado de compactação do solo, evitando mobilizações mecânicas desnecessárias.

O SPD pode ser utilizado em todas as regiões produtoras de soja no Brasil. Entretanto, os ajustes tecnológicos realizados pela Embrapa Soja são aplicáveis ao Estado do Paraná, Sul de São Paulo e Sudoeste do Mato Grosso do Sul.