Novembro/2007 - 1ª semana - Região Semiárido

O aproveitamento das águas de chuva é fundamental para a sustentabilidade das atividades agrícolas nas áreas de sequeiro da região Nordeste. O emprego de técnicas adequadas para captação e guarda dessas águas expõe as plantas a um período maior de umidade e reduz os riscos de perdas das safras nas pequenas propriedades do sertão, especialmente. Um aumento de 25% no tempo que o chão fica molhado pode ser o bastante para fazer as chances de colheita crescerem de 10% para 80-90% na cultura do milho.

A pesquisadora da Embrapa Semi-Árido, Luiza Teixeira de Lima Brito, participa do programa e destaca a eficiência das diversas tecnologias de captação das águas de chuvas para a segurança alimentar das famílias que moram nas áreas rurais da região seca. Ela defende que se estabeleça políticas públicas que financiem a implantação dessas tecnologias nas propriedades de pequenos agricultores como forma de melhorar seu desempenho produtivo e econômico. O Programa 1 Milhão de Cisternas (P1MC) tem melhorado o abastecimento de água dessas famílias.

Luiza esclarece que pesquisadores e várias organizações de agricultores familiares já discutem dar um passo avante no aproveitamento sustentável das águas da chuva. Segundo ela, já está proposto o "Programa: uma terra duas águas", chamado de P1 + 2. "Esse programa propõe que cada agricultor tenha uma terra para plantar e duas fontes de água: uma para beber e outra para a produção agrícola", explica.

A captação de água de chuva in situ ou seja, no próprio local onde a planta está cultivada, é uma das técnicas que pode ser adotada pelos agricultores com o intuito de manter a umidade do solo. Outra técnica citada no programa é a de barragens subterrâneas em que se tem paredes construídas para dentro da terra, que impedem o escoamento das águas e formam vazantes artificiais que mantêm o solo molhado por longos períodos após as chuvas.

Durante o programa, Luiza Brito dá algumas orientações para os produtores que já armazenam águas em cisternas. São precisos cuidados para que se evite a contaminação dessa água que se destina principalmente ao consumo e à alimentação das famílias.

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