Ações e medidas para economia de uso da água na agricultura

 

Propostas de Ações de Curto Prazo

Incremento e Ampliação do Programa Produtor de Água

O primeiro tema se refere ao incremento e ampliação do Programa Produtor de Água da Agência Nacional de Águas (ANA), propondo e estimulando o desenvolvimento de outras iniciativas que incentivem o pagamento por serviços ambientais no meio rural.

Programas de Pagamento por Serviços Ambientais

As ações de pagamentos por serviços ambientais devem ser intensificadas para os estados brasileiros em situação crítica, realizando-se levantamentos e avaliações das ações existentes; agilização da Construção de Programa Conjunto e Integrado de Pagamento por Serviços Ambientais; antecipação da identificação das sub-bacias hidrográficas críticas prioritárias e de interesse comum; identificação dos técnicos e entidades executoras e levantamento dos recursos financeiros necessários à implementação das ações voltadas à produção dos serviços ambientais; alocação imediata dos recursos financeiros necessários ao pagamento de serviços ambientais nas sub-bacias priorizadas; e definição, em comum, de um rígido cronograma de implementação dos projetos.

Programas de capacitação para gestão integrada e sustentável da água no meio rural

Um ponto fundamental no processo de melhorar o uso da água na agricultura é a capacitação técnica dos atores envolvidos.  É importante priorizar à curto prazo ações de capacitação para gestão integrada e sustentável da água no meio rural. Os esforços devem se concentrar nos estados e municípios, nas regiões críticas.  
 

Propostas de Ações de Curto e Médio Prazo

Monitoramento da disponibilidade hídrica para a agricultura irrigada

Qual a disponibilidade hídrica para a agricultura irrigada?  Essa pergunta parece simples de ser respondida, mas apresenta um problema de escala.  Os problemas de água na irrigação aparecem de forma mais clara nas pequenas bacias (rios de pequeno porte), onde normalmente não se tem medidas. A solução é a simulação da disponibilidade da água por meio de modelos hidrológicos. 

Tecnologias de adequação de propriedades para captação de água das chuvas, recarga de lençóis freáticos e revitalização de mananciais e riachos

Barragens ou "miniaçudes" para captação de enxurradas, que promovem a infiltração da água no solo, interceptando fluxos de erosão laminar, podem favorecer o aumento da umidade no solo e a elevação do lençol freático.   Esta tecnologia tem como principal função a recuperação de áreas degradadas pela chuva, além da revitalização e da perenização de mananciais com água de boa qualidade e da amenização de secas e enchentes.  Tecnologias para a construção de mini barragens têm sido implementadas em diversas regiões do País desde 1993, trazendo benefícios ambientais, sociais e econômicos para as populações locais. Estão catalogadas 150.000 barraginhas que tiveram envolvimento direto da Embrapa, e participação de mais de 600 técnicos das Emateres treinados pela Empresa em 12 anos.
 

Outras tecnologias disponíveis

Barragens subterrâneas

Uso de barragens subterrâneas como uma tecnologia com potencial para aperfeiçoar e equilibrar o processo produtivo, promovendo uma maior estabilidade e resiliência, em especial dos agroecossistemas do Semiárido.

Reúso de água na agricultura e utilização de águas de qualidade inferior

Residuária de outros sistemas de produção animal e vegetal, de origem industrial, de origem urbana e salina. Conheça o Programa Água Doce, do Ministério do Meio Ambiente.

Práticas de conservação de solo e água em sistemas de produção irrigados

Incluindo manejo do solo, plantio direto, rotação e sucessão de culturas, cultivos consorciados e proteção artificial do solo visando redução da evaporação, tendo a água como variável principal.

Cultivares adequadas

Por meio da manipulação genética, os pesquisadores conseguiram introduzir um gene que torna a soja mais tolerante à seca. Denominado Y, esse gene é capaz de ativar e potencializar outros genes de defesa natural das plantas. Com isso aumenta a capacidade  de as plantas suportarem a falta de água por mais tempo. O gene Y foi patenteado pela Japan International Research Center for Agricultural Sciences (Jircas) − instituto de pesquisa vinculado ao governo japonês – e  isolado da planta Arabidopsis thaliana −  uma das espécies mais utilizadas na pesquisa científica atualmente. 
 
No café, depois que seu genoma foi identificado, encontrou-se um gene que torna outros grãos mais resistentes à seca. Ele está sendo testado em soja, milho, trigo, cana-de-açúcar, arroz e algodão. Na cana-de-açúcar, as plantas modificadas ainda estão sendo testadas em parceria com o Centro de Tecnologia Canavieira. Há também  o clone de cajueiro anão-precoce BRS 226 (Planalto),  que  surpreende pela produtividade, que já chegou a 800 quilos de castanha por hectare em propriedades do Piauí.