Cultivares

Novo trigo para pastejo acaba com gargalo alimentar no outono

Nos estados de Santa Catarina e do Rio Grande do Sul, mais de 15 milhões de cabeças de bovinos de corte e outros 2 milhões de vacas em lactação necessitam de alimentação o ano todo. Um dos gargalos para ofertar alimento durante todo o ano nessa região é o vazio forrageiro outonal, quando as pastagens tradicionais apresentam taxa de crescimento reduzida e baixo valor nutritivo, o que compromete a produção animal. Visando suprir forragem de qualidade durante o outono/inverno até a primavera, a Embrapa lançou o trigo para pastejo BRS Tarumaxi.

Semeada em março, a cultivar fornece forragem de qualidade de abril até outubro com ganhos animais até 30% superiores às tradicionais forrageiras anuais de inverno, como aveia e azevém. É fruto do avanço do melhoramento genético com o trigo de duplo propósito BRS Tarumã, pioneiro em cultivares de trigo destinada à alimentação animal no Brasil. Com o aprimoramento da tecnologia, o BRS Tarumaxi alcançou maior capacidade de rebrote e afilhamento, permitindo mais ciclos de pastejo com maior volume de forragem.

Esses resultados oferecem ganhos tanto para pecuaristas como para produtores de sementes. Com maior rendimento por área, o preço da semente de BRS Tarumaxi se torna mais competitivo em relação aos ativos concorrentes no mercado. A qualidade superior da pastagem também garante conversões animais superiores às tradicionais forrageiras de inverno do Sul do Brasil.

Destacam-se também a maior produtividade do rebanho, a cobertura do solo antecipada (que resulta em maior controle de erosão e retenção de água), a melhoria da qualidade do solo pela proteção do solo com palha e pelo sistema radicular agressivo, a promoção da conservação da biodiversidade, a melhoria na ocupação de mão-de-obra no campo e o aumento do uso da terra no inverno.

Foto: Diogo Zanatta

Mais informações:

Trigo Tarumaxi

Vídeos:

Produtor Gerhard Martens - Aceguá, RS

Produtor Gilson Perin - Serafina Corrêa, RS

 

Confira na tabela abaixo a relação de cultivares e seus impactos econômicos.

Estimativa dos Impactos Econômicos Gerados por Cultivares da Embrapa em 2022

Notas:

(1) Os  valores apresentados nesta coluna são o resultado da multiplicação da produção total (dados da Companhia Nacional de Abastecimento, Conab) pelos  preços nominais de 2022 destes produtos.                     
(2) Os benefícios econômicos estimados  são provenientes de cultivares da Embrapa e das obtidas em parceria.
(3) Produção do algodão corresponde ao algodão em caroço.                    
(4) Arroz irrigado corresponde ao arroz do Rio Grande do Sul, saca de 50 kg.                    
(5) Feijão-caupi não é considerado nessa tabela de cultivares.                    
(6) Dados de área e produção de trigo referentes à 2022 correspondem a estimativas em janeiro 2023.                    

Fontes:

A, B) Conab Safras - Acompanhamento da safra brasileira - Séries históricas   - www.conab.gov.br/info-agro/safras - acesso em 25/01/2023;
(C) Conab Preços Agropecuários - Preços de mercado - https://www.conab.gov.br/info-agro/precos - acesso em 25/01/2023;
(D) Dados do Ministério da Agricultura Pecuária e da Abastecimento e Embrapa Superintendência de Estratégia.

Metodologia: Avaliação dos impactos de tecnologias geradas pela Embrapa - metodologia de referência.