01/11/99 |

Vírus causam prejuízo à cultura do maracujazeiro

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As principais doenças que assolam a cultura do maracujá estão associadas à incidência de vírus que afetam sistemicamente as plantas. O problema têm sido alvo constante de pesquisas desenvolvidas pelo quadro de virologistas da Embrapa Mandioca e Fruticultura, estatal do Ministério da Agricultura e do Abastecimento. O mosaico do maracujazeiro, e o endurecimento dos frutos do maracujazeiro são exemplos recentes do ataque desses microscópicos seres.

O mosaico do maracujazeiro é causado pelo vírus do mosaico do pepino (CMV), cientificamente chamado de "cucumber mosaic virus", identificado em maracujá na Califórnia, Hawai, Itália, Japão, Austrália e Brasil. Já o problema do endurecimento dos frutos do maracujazeiro é uma doença causada pelo vírus PWV, que no mundo científico é conhecido como "passion fruit woodiness virus".

"Desde o seu primeiro relato em 1977 até a década de oitenta, o PWV esteve praticamente restrito as regiões produtoras do Nordeste. Mais recentemente foi detectado em São Paulo Minas Gerais, Alagoas, Distrito Federal, Goiás e Paraná. Em plantios no Ceará e Pernambuco a incidência de plantas afetadas pelo PWV pode ser superior a 80%.", relata a viróloga especialista em fruticultura tropical Cristiane de Jesus Barbosa, da Embrapa na Bahia.

Frutos deformados, pequenos e duros, além de mosaico e distorção foliar são os sintomas característicos do PWV. Plantas infectadas tem sua produtividade e longevidade comprometidas. "O vírus é de fácil transmissão mecânica e por pulgões das espécies Myzus persicae Sulz.: Aphys gossypii Glover, Toxoptera citricidus Kirk, Uroleucon ambrosiae, U. sonshii e Aphis solanella de maneira semi-persistente", explica a pesquisadora, que informa também que o vírus não é transmitido pela semente de maracujazeiros afetados.

Na Austrália, onde PWV foi detectado desde 1959 o controle vem sendo efetuado mediante premunização feita com a utilização de isolados atenuados selecionados em processos biotecnológicos, e pelo uso de híbridos tolerantes. Os pesquisadores brasileiros deverão usar a premunização do maracujazeiro também como uma das estratégias de controle do problema, principalmente para áreas onde a doença é endêmica. "Faz-se necessário para tanto, a caracterização de isolados atenuados, como os já detectados no Ceará, que causam mosaico mas não o endurecimento dos frutos", previne Cristiane.

Sorose

O mosaico do maracujazeiro é causado pelo vírus do mosaico do pepino ("cucumber mosaic virus" - CMV), Este vírus foi identificado em maracujá na Califórnia, Hawai, Itália, Japão, Austrália e Brasil. Em lavouras de maracujá localizadas em Botucatu (SP), foram observados pela primeira vez os sintomas de CMV no Brasil. Em São Paulo também foram observados diferentes isolados do vírus. "Há registro de sua ocorrência também em Feira de Santana (BA), Ceará e no Paraná", diz a especialista, que está se preparando para iniciar doutoramento na Universidade Politécnica de Valença, na Espanha. Maracujazeiros afetados exibem mosaico severo e pontuações de amarelo intenso nas folhas, e geralmente não são observadas deformações com endurecimento nos frutos.

"Para o controle do mosaico, recomenda-se evitar o plantio em áreas com histórico de ocorrência da doença", diz a virologista, que alerta os produtores para formar mudas em áreas distantes de plantios afetados e manter o pomar limpo de plantas invasoras, que são potenciais hospedeiras de viroses e vetores e retira as plantas afetadas.

Mais informações: Embrapa Mandioca e Fruticultura Tel.: (075) 721.2120 Visite a home page da Embrapa Mandioca e Fruticultura: http://www.cnpmf.embrapa.br

 
Tema: Produtos Agropecuários\Frutas\Tropicais 

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