05/06/23 |   Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação

Tecnologias sociais são tema de mesa-redonda do Simpósio de Saberes de Inovação e Tecnologia

Informe múltiplos e-mails separados por vírgula.

Amanhã, dia 6 de junho, às 17h20,  a Embrapa Cocais e a Secretaria de Estado da Ciência, Tecnologia e Inovação – SECTI realizarão mesa-redonda sobre “Tecnologias sociais: desafios e oportunidades” durante o I Simpósio de Saberes de Inovação & Tecnologia, promovido pela Universidade Federal do Maranhão – UFMA no Auditório Sérgio Ferreti.

A pesquisadora Guilhermina Cayres, da Embrapa Cocais, e a líder do Eixo de Inovação Social do Projeto Inova Maranhão Gabriela Rodrigues, da Secti, vão falar sobre o caso de sucesso desenvolvido por meio de parceria entre as duas instituições, a  Secretaria de Estado dos Direitos Humanos e Participação Popular - Sedihpop e a startup Conecta Brasil 360 com o objetivo de sistematizar experiências com inovação social, desenvolver metodologia técnico-científica de implantação, monitoramento e avaliação de estratégia de inovação social no estado a ser transformada em política pública.

O projeto para desenvolvimento de inovação social e empreendedorismo está sendo desenvolvido desde 2020 e se espelhou no negócio Delícias do Babassu, gerido por quebradeiras de coco babaçu quilombolas da Comunidade de Pedrinhas Clube de Mães de Anajatuba. A Embrapa Cocais está há mais tempo nesse processo. Em 2017, por conta do Edital da Fapema, a Empresa começou o trabalho com parceiros, chefs de cozinha e o desenvolvimento de novos produtos (sem glúten e sem lactose), como biscoitos e sorvetes - já fabricados pelas quebradeiras -, com características exigidas pelo mercado. Chefs e pesquisadores mostraram diferentes técnicas de fabricação e preparo para melhorar a aceitação pelo público consumidor e aumentar o tempo de prateleira.

O objetivo foi a troca de conhecimentos técnico-científicos e saberes tradicionais para construir novos produtos e processos alimentícios a partir da amêndoa e do mesocarpo de babaçu. A ideia foi desenvolver estratégia de trabalho inicialmente com alimentos já conhecidos e desenvolvidos por grupos de quebradeiras de coco para depois partir para alimentos mais elaborados. Mais recentemente foram desenvolvidos bebida tipo leite e análogo de queijo oriundos do babaçu, e está em processo alimento tipo leite condensado, farinha de amêndoa, amêndoa ralada, hambúrguer e processamento do gongo.

Espera-se que as quebradeiras de coco se tornem donas do próprio negócio e destino, ganhem autonomia e se reconheçam e se valorizem, para que a sociedade também faça esse reconhecimento e valorização. “Inovação social é processo, meio de se chegar a algum lugar. O papel da pesquisa é contribuir no desenvolvimento da tecnologia e produto social com valor de mercado para valorizar o saber e os modos de fazer tradicionais e o potencial do babaçu como espécie da sociobiodiversidade e identidade cultural do Maranhão”, diz Guilhermina Cayres. Para Gabriela Rodrigues, as comunidades tradicionais promovem seu processo de inovação social há muito tempo. “Nosso papel é valorizar essas tecnologias sociais, que impactam não só para a qualidade de vida dessas mulheres como também o desenvolvimento dos territórios em que estão”.

Inovação social com quebradeiras de coco - O método de trabalho consiste em desenvolver produtos alimentícios com quebradeiras de coco. Na prática,  professores, pesquisadores, chefs de cozinha e outros colaboradores são convidados para ministrar cursos e oficinas para as quebradeiras de coco. “As mulheres recebem os treinamentos, conversam com os parceiros institucionais e ajustam práticas de acordo com seu conhecimento tradicional no processamento de alimentos, e estabelecem com os pesquisadores uma nova formulação, a partir do que foi apresentado nos treinamentos. Esses produtos passam por análises de laboratório, análise nutricional e análise sensorial. Finalizada a formulação, as mulheres exercitam sozinhas os novos conhecimentos e passam a treinar outros grupos de mulheres para a produção de alimentos à base de amêndoas e mesocarpo de babaçu. Assim, o intercâmbio de conhecimentos entre as quebradeiras de coco que participam do desenvolvimento dos ativos e da formação em negócios, e outras quebradeiras de coco em diferentes ambientes produtivos, tem sido a estratégia que permite a apropriação do conhecimento gerado nos processos de aprendizagem”, completa Guilhermina.

Após o primeiro financiamento de projeto por meio da Fapema, outros recursos foram sendo agregados, tais como: Embrapa, Projeto Bem Diverso (GEF/PNUD/Embrapa), Agência de Cooperação Técnica Alemã – GIZ / Associação Rede ILPF, The GoodFood Institute – GFI.

 

 

Flávia Bessa (MTb 4469/DF)
Embrapa Cocais

Contatos para a imprensa

Telefone: 98 3878-2241

Mais informações sobre o tema
Serviço de Atendimento ao Cidadão (SAC)
www.embrapa.br/fale-conosco/sac/