Breve História sobre o Programa Embrapa-Labex:

O programa Embrapa-Labex foi concebido em meados da década de 1990, como um mecanismo operacional para acelerar a implementação de cooperação científica com a presença física de seus pesquisadores além das fronteiras brasileiras, desenvolvendo projetos de pesquisa em tecnologia de ponta ou temática, de interesse da Empresa e da instituição parceira, em laboratórios e grupos de pesquisa de excelência no exterior, localizados em países geradores de conhecimento e inovação.

O programa Embrapa-Labex contou com a participação de 47 pesquisadores, desde seu início: 27 pesquisadores nos Estados Unidos da América (EUA); 17 na Europa (França, Holanda, Reino Unido e Alemanha); 2 na Coréia do Sul e um na China. Atualmente, a Embrapa conta com 2 pesquisadores no exterior, responsáveis pelas coordenações do Labex EUA e do Labex Europa. 

O primeiro Labex foi estabelecido nos EUA, em 1998, junto ao Agricultural Research Service - ARS/USDA e, em 2002,  o Labex Europa, junto à Agropolis International, com sede em Montpellier, na França. Outras posições foram abertas, posteriormente, na Holanda, em parceria com a Universidade de Wageningen; no Reino Unido em colaboração com o Rothamsted Institute; e na Alemanha em parceira com Jülich Institute

A primeira iniciativa na Ásia teve início em 2009 com o estabelecimento do Labex na Coréia do Sul, em parceria com o Rural Development Administration – RDA. No primeiro semestre de 2010, foi estabelecido o Labex China com atuação junto a Chinese Agricultural Academy of Sciences - CAAS. 

O programa também prevê o percurso inverso, chamado de "Labex invertido", onde pesquisadores de instituições parceiras no exterior se estabelecem nos centros de pesquisa da Embrapa para desenvolver projetos de interesse mútuo. Desde 2009, nesta modalidade, a Embrapa recebeu pesquisadores da Coreia do Sul, dos Estados Unidos, do Reino Unido e da Colômbia.

Como instrumento auxiliar ao programa, para torná-lo ainda mais flexível e dinâmico, o conceito "Labex-Flex" e o Programa Cientista Visitante estão sendo empregados nos processos de prospecção, negociação e formação de desenvolvimento de "clusters temáticos" no exterior. A operacionalização do Labex-Flex e do Cientista Visitante se dá pela participação do pesquisador da Embrapa em instituição de excelência no exterior, os quais realizam pesquisas em colaboração e apoiam as atividades oficiais do Programa Labex. Os coordenadores do Labex gerenciam as atividades dos empregados da Embrapa no exterior.

No âmbito da atuação internacional da Embrapa, o modelo Labex representa uma forma diferenciada de parceria internacional. O sucesso do programa tem servido de modelo para instituições de pesquisa de outros países, como o  Instituto Nacional de Tecnologia Agropecuária (INTA) da Argentina, que assinou com a Agropolis International contrato para a instalação em Montpellier do seu primeiro laboratório virtual no exterior, o Labintex, o Rural Development Administration da Coréia do Sul instalado dentro do ARS-USDA, além de ser um modelo frequentemente consultado por diversas instituições científicas internacionais.

 

Missão:

O Programa Embrapa-Labex tem como missão desenvolver e acessar conhecimentos e tecnologias de última geração em temas estratégicos, sendo direcionado em função de demandas atuais ou futuras, na fronteira do conhecimento, antecipando riscos e oportunidades.

 

Objetivos:

  • Promover a cooperação internacional em pesquisa, desenvolvimento e inovação agropecuária na fronteira do conhecimento; 
  • Interagir com organizações e grupos de excelência para fortalecer a programação de PD&I da Embrapa e formar redes de pesquisa e inovação multidisciplinares e multi-institucionais; 
  • Monitorar e identificar tendências e avanços científicos, tecnológicos e inovações em áreas estratégicas com potencial para a solução de problemas e/ou agregação de valor às cadeias produtivas agropecuárias; 
  • Gerar conhecimentos e tecnologias inovadoras para o desenvolvimento das cadeias produtivas da agropecuária.

 

Definição de Áreas Temáticas e Seleção da Instituição Parceira

As áreas temáticas para as cooperações internacionais promovidas pelo Labex são definidas a partir da agenda de prioridades estratégicas da Embrapa, explicitada no seu Plano Diretor, na vertente de pesquisa, desenvolvimento e inovação, dos principais desafios de inovação indicados pelos Portfólios e que sejam de mútuo interesse dos parceiros internacionais. 

A Embrapa realiza análise das instituições, das equipes parceiras e dos países de interesse para definir a instalação do programa Embrapa-Labex, levando-se em consideração aspectos como: interesse em participar do programa, existência de grupos de excelência nas áreas temáticas prioritárias, infraestrutura disponível, histórico e desempenho técnico-científico atual da instituição, dentre outros. 

As condições para execução da parceria são definidas em instrumentos específicos celebrados entre a Embrapa e a instituição estrangeira, nos quais são explicitadas as áreas de colaboração e os mecanismos de interação, incluindo o núcleo de execução do projeto, os mecanismos de financiamento e execução e as obrigações de cada parte. 

 

Principais Áreas de Atuação dos Pesquisadores do Labex desde a sua criação

  • Recursos naturais, mudanças climáticas, incluindo, microbiologia do solo, efeitos da aplicação de nitrogênio e sequestro de carbono; 
  • Monitoramento, manejo e aproveitamento sustentável dos recursos naturais e do uso da terra com fins agrícolas de forma sustentável;
  • Campos científicos emergentes, incluindo, entre outros, biotecnologia, big data, inteligência artificial e agricultura digital, de precisão e automação, microbioma; 
  • Sustentabilidade agrícola e pecuária, incluindo cadeias de cereais, leguminosas, oleaginosas, horticultura, forrageiras, carne bovina, laticínios, suínos e aves e aquicultura;
  • Soluções inovadoras e sustentáveis que garantam simultaneamente a biodiversidade e a proteção ambiental por meio da bioeconomia, como a melhoria da multifuncionalidade da agricultura em favor da produção de alimentos, fibras e energia, a prestação de serviços ambientais e ecossistêmicos, a química verde e novos insumos.
  • Segurança zoofitossanitaria das cadeias produtivas, prevenção a novas doenças, pragas e invasoras; 
  • Segurança, qualidade e nutrição alimentar, como novos produtos agro-alimentares, processos e bioprodutos, redução de desperdícios alimentares; 
  • Performance ambiental de sistemas agrícolas, pecuários e de cadeias agro-alimentares, serviços ecossistêmicos realizados pela atividade agropecuária; 
  • Processos de gestão em pesquisa e desenvolvimento, inovação tecnológica, transferência de tecnologias e comunicação institucional; 

 

Resultados recentes de destaque

  • Promoção e desenvolvimento de oportunidades de cooperação internacional na fronteira do conhecimento e monitorar a ciência, tecnologias inovadoras e a inovação na agricultura;
  • Coordenação de equipes de pesquisadores no exterior, inseridos no Programa Cientista Visitante e outros de curta duração;
  • Representação da Embrapa junto a organismos, institutos de pesquisa e agências de fomento internacionais;
  • Identificação de oportunidades para executar projetos técnico-científicos com grupos de excelência no exterior;
  • Realização de parcerias e negócios com instituições, agências, empresa e organismos internacionais, incluindo a captação de recursos financeiros para as atividades da Embrapa;
  • Articulação e implantação de iniciativas ligadas aos Labex-Flex em temáticas prioritárias e com instituições de interesse da Embrapa;
  • Participação em agendas institucionais da Embrapa no exterior;
  • Monitoramento das principais tendências, estabelecimento de cenários, riscos, oportunidades, identificando os principais “drivers” da ciência e tecnologia aplicada à agropecuária mundial;
  • Apontamento de novas linhas de pesquisa com potencial para o desenvolvimento da agricultura brasileira identificadas.

 

Programa Embrapa Labex no mundo (atualmente)