Posicionamento estratégico

Contexto de atuação

A força motriz da inovação reside na capacidade de gerar, direcionar e absorver fluxos permanentes de conhecimento, sejam eles originais ou adaptados. Assim, a (r)evolução tecnológica que tem movido a agricultura nos âmbitos mundial e nacional necessita de produção constante de conhecimento aplicado em sintonia com demandas do setor produtivo, do governo e da sociedade. Os fluxos de conhecimento para a inovação da agricultura provêm de diversos agentes: institutos públicos de pesquisa, centros privados de pesquisa e inovação, universidades, empresas globais e locais do agronegócio, startups agrícolas, associações e cooperativas de produtores, órgãos que prestam assistência técnica, dentre outros. 

Os sistemas de PD&I são mais bem entendidos como ecossistemas de inovação, justamente porque dependem da interação bem-sucedida de diferentes agentes com setores produtivos e organizações que fomentam a inovação e regulam as decisões. Pode-se dizer que há três grandes tipos de ecossistemas de PD&I que se desenvolveram no País:

  • Globais: Envolvem fluxos predominantemente globais e internacionalizados de conhecimento, normalmente (mas não exclusivamente) voltados às principais commodities agrícolas.
  • Nacionais e regionais: Envolvem fluxos predominantemente nacionais de conhecimento, voltados a produtos consolidados da pauta agropecuária e de ampla importância social e econômica para o Brasil. 
  • Emergentes: Envolvem fluxos predominantemente locais voltados ao desenvolvimento de novos produtos, serviços e modelos de negócios, com amplo potencial de desenvolvimento local e regional e podendo também se internacionalizar. Nesse contexto, a agricultura é alimentada tanto por fluxos de conhecimentos globais, fortemente internacionalizados, que exigem adaptações e complementos locais, como por fluxos nacionais, regionais e emergentes, com foco em realidades produtivas de natureza local e específica.

Assim, a Embrapa deverá interagir, de forma complementar e sinérgica, com os demais atores dos ecossistemas de inovação agrícola, conectando a pesquisa básica e exploratória às demandas do setor produtivo, por meio de inovação aberta. Para tanto, concentrará suas ações majoritariamente, mas não exclusivamente, nos níveis intermediários do desenvolvimento tecnológico, que constituem as etapas de maior risco da pesquisa aplicada, além de buscar parcerias com universidades e instituições de pesquisa para gerar informações e conhecimentos básicos necessários ao desenvolvimento tecnológico. Ao mesmo tempo, será parceira do setor produtivo e da rede de assistência técnica e extensão rural no atendimento às demandas atuais e no desenvolvimento de ativos tecnológicos, principais focos de sua atuação. 

Para sustentar seu posicionamento estratégico, será necessário distribuir investimentos equilibrando as forças de indução tecnológica e a demanda de mercado, criando e direcionando o fluxo eficiente de sua programação de pesquisa e desenvolvimento para o foco em inovação. Nesse sentido, a Embrapa pretende garantir a cobertura de temas estratégicos da pesquisa agropecuária no País, atuando de forma dirigida às especificidades dos ecossistemas de PD&I e buscando ampliar a capacidade de entrega de soluções tecnológicas para serem incorporadas pelo setor produtivo.

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Publicação

O VII PDE traz um novo olhar sobre o posicionamento institucional, pensado a partir da diversidade dos ecossistemas de inovação para aprimorar a execu...

Temas prioritários

Para subsidiar o VII PDE, foi realizado um amplo levantamento de temas prioritários de PD&I. Esse levantamento partiu de uma avaliação-síntese de vários estudos prospectivos recentes produzidos no Brasil e no exterior e validados por atores externos e internos à Embrapa.

O produto desse levantamento foi sintetizado em nove temas de PD&I, que estão apresentados na próxima página.

É importante ressaltar que, além desses temas associados às novas tecnologias e ao avanço do conhecimento, existem demandas persistentes relacionadas com pobreza rural, baixa produtividade, baixa qualidade da produção e de mão de obra, que serão cada vez mais decisivas para a competitividade da agricultura. Portanto, é preciso que, no contexto da programação de PD&I da Embrapa, independentemente do objetivo estratégico a ser atendido, tais temas estejam sempre presentes, tendo em vista o seu papel estratégico como instrumento de articulação e apoio às políticas públicas.

Por fim, cabe lembrar que a Embrapa está atenta à necessidade de ampliar as parcerias com o setor produtivo e de diversificar as fontes de financiamento, sempre em alinhamento com os programas e orientações de gestão pública. Para lidar com esse desafio e manter a Embrapa como referência na condução de PD&I, será necessário buscar eficiência nos processos estratégicos e operacionais, novas formas de se relacionar com os parceiros e consolidação da excelência em gestão.

Agricultura digital, rastreabilidade e logística associadas aos sistemas produtivos agrícolas

Monitoramento, inteligência e otimização nos sistemas produtivos agropecuários e agroindustriais por meio da automação de processos e gerenciamento espaço-temporal na cadeia de valor

Agregação de valor aos produtos e serviços agropecuários e agroindustriais

Aplicação de conhecimentos que promovam o aumento de valor agregado de produtos, processos e serviços agropecuários/agroindustriais e de coprodutos/subprodutos/resíduos das cadeias produtivas, seja pela redução dos custos de operação, seja pelo aumento do valor final do produto

Adaptação e mitigação frente aos efeitos da mudança do clima

Estratégias e alternativas para a redução da emissão de gases de efeito estufa e aumento da captura de carbono e para a adaptação da produção aos efeitos das mudanças do clima

Aproveitamento e transformação de biomassa para energia renovável, bioprodutos, bioinsumos

Pesquisa, desenvolvimento, produção e oferta de produtos de base renovável e novos materiais, desenvolvimento de processos com base no aproveitamento da biomassa e de resíduos agropecuários ou agroindustriais e urbanos

Desenvolvimento territorial sustentável

Geração e disponibilização de conhecimentos, estudos, ferramentas de inteligência territorial estratégica e tecnologias integradas para apoiar políticas públicas, inclusão socioprodutiva e formação de redes/ambientes de inovação, a partir da visão da territorialidade como elemento de diferenciação e integração

Produtividade e sistemas de produção sustentáveis

Sistemas de produção ou práticas produtivas/extrativistas baseadas em uso racional de recursos naturais e insumos, que acarretem baixa emissão de carbono, sejam adequados ambientalmente e permitam o aumento de produtividade e a produção sustentável de modo a manter os recursos disponíveis para a atual e as futuras gerações

Segurança alimentar e nutricional

Sistemas agroalimentares que garantam, em caráter permanente e em quantidade suficiente, o acesso regular a alimentos de qualidade, seguros e promotores da saúde

Uso e conservação de recursos naturais

Gestão eficiente dos recursos naturais (solo e água) e da biodiversidade, tanto no contexto da propriedade quando no dos territórios, para garantir a sustentabilidade no uso da terra

Sanidade agropecuária

Soluções para a prevenção e o controle de pragas e doenças em vegetais e animais, considerando as fases de produção e processamento dos produtos agropecuários