Megatendências

Agrodigital

Síntese

Diversas forças das Tecnologias de Informação e Comunicação (TICs) vêm moldando as mais diferentes cadeias produtivas em todos os setores econômicos. As tecnologias emergentes, como IoT, big data, 5G, realidade aumentada, computação quântica, robótica, sensores, impressão 3D e 4D, integração de sistemas, conectividade ubíqua, inteligência artificial (IA), aprendizado de máquina (machine learning – ML) e blockchain, entre outras, estão impulsionando uma revolução no campo, caracterizando o chamado processo de digitalização do agro. 

Essas tecnologias estão impactando o agro de maneira similar ao que ocorreu no setor nas primeiras décadas do século 20 com a mecanização agrícola. Elas estão causando, e causarão ainda mais, aumento de rendimento, redução de custos e do impacto ambiental. Se, por um lado, a transformação digital representa uma oportunidade, por outro, há o desafio de conectividade no meio rural e a ameaça de crescimento do hiato entre o produtor mais tecnificado e aquele incapaz de aderir a esse novo modelo. O agro se torna digital à medida que o gerenciamento de tarefas dentro e fora da fazenda se concentra em diferentes tipos de dados obtidos por meio de sensores, máquinas, drones e satélites para monitorar, controlar e agir sobre solo, água, animais e humanos. Planejar, abastecer, produzir, distribuir, armazenar, processar e comercializar nas cadeias produtivas do agro será um conjunto de atividades crescentemente digitalizadas e interconectadas.

Bolfe et al. (2020a) apontam desafios científicos, tecnológicos, sociais e econômicos para amplificar a digitalização do campo, elencando ainda as principais tendências e oportunidades na transformação digital da agricultura brasileira nos próximos anos (Figura 1). Dessa forma, as tecnologias digitais têm elevado potencial para amparar futuras ações de PD&I em mapeamentos multiescalares, análises integradas e gestão de bases de dados dos solos tropicais, favorecendo a melhor tomada de decisão na produção de alimentos, fibras e energia.

Figura 1. Principais desafios e oportunidades na transformação digital da agricultura brasileira.
Fonte: Bolfe et al. (2020a). 

Sinais e tendências

Implicações

  • Uma revolução digital, de automação e dados, acontecerá no campo, facilitando decisões técnicas e gerencias ao longo de toda a cadeia produtiva, por meio de tecnologias disruptivas digitais, de automação e de dados, como a robotização e a hiperautomação, 5G, novas tecnologias de sensores/biossensores, nanossensores, impressão 3D & 4D, computação quântica, inteligência artificial, blockchain, big data, as quais poderão trazer transformações disruptivas, o que implica a necessidade de integração para promoção de convergência no agro.
  • A digitalização da agricultura é vista como uma nova revolução, com potencial de criar valores compartilhados desde os produtores até os consumidores. A conectividade é um dos elementos de maior relevância para o ganho de escala dessa revolução e um dos principais desafios.
  • O poder transformador da agricultura digital é enorme, e implica o desafio de que seja também uma ferramenta para que a agricultura atenda aos ODS (ITU, 2021) e atenue efeitos negativos da concentração de riqueza. 
  • Será necessário capacitar pequenos e médios produtores, agrônomos, extensionistas e técnicos agrícolas em tecnologias digitais visando a inclusão digital e a sustentabilidade da Agricultura.
  • A integração e a diversidade de sensores utilizados na agricultura e sua gestão ainda são linhas de pesquisa importantes, especialmente quando explorados com IoT e redes de sensores. Ainda precisam ser testados no ambiente agrícola, em razão dos desafios significativos no que se refere à conectividade, ao consumo de energia e à robustez contra danos.
  • A interoperabilidade e a rede digital da agricultura permitirão novos sistemas de controle de processo e novos modelos de vendas, plataformas de troca nas quais os dados são negociados. 
  • Existem vários componentes da transformação digital na agricultura envolvidos nessa tendência global. Da fertilidade do solo à conectividade, os sensores IoT são partes essenciais da agricultura; a energia em dispositivos remotos rurais é um enorme desafio e há soluções criativas sendo exploradas; drones e satélites são usados para coleta de dados da vegetação e da fazenda. A transformação digital também ocorre em operações financeiras e educacionais no meio rural.  

Indicadores