Palestra on-line com Durval Muniz Júnior vai discutir territorialidades, autoestima e pertencimento A sensação que podemos ter de conforto e bem-estar geralmente está vinculada às relações que desenvolvemos com o lugar aonde vivemos. Compreender esse processo de pertencimento a determinados territórios pode nos ajudar no entendimento sobre a importância de como os lugares, os espaços de vivências e do trabalho, os territórios amalgamam nossa construção de cidadania, cultural e até de ideologia e política. É nessa perspectiva que o Dia do Nordestino (8 de outubro) será celebrado durante uma live com o palestrante, professor, historiador e filósofo Durval Muniz de Albuquerque Júnior. O evento, que ocorre às 16 horas desta sexta-feira, transmitido pelo Youtube, tem como público-alvo preferencial servidores da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (EMBRAPA) que trabalham nas nove unidades de pesquisa da estatal no Nordeste, recebe o patrocínio da secção sindical do Sindicato Nacional dos Trabalhadores de Pesquisa e Desenvolvimento Agropecuário (SINPAF). “Mas estamos divulgando amplamente para vários públicos também. A ideia inicial em convidar o professor Durval Muniz foi na intenção de oferecermos um momento diferenciado para reflexão coletiva sobre o Nordeste e aquilo que passou a ser chamado de ‘nordestinidade’. As interfaces, as imbricações, influências mútuas entre o Nordeste urbano e sua ruralidade constroem inúmeras discursividades que oferecem uma paisagem cultural sui generis no fantástico mosaico brasileiro. Compreender como se dão as teias dessas construções semânticas e cognitivas é uma das intenções do evento”, afirma o jornalista Dalmo Oliveira, um dos idealizadores do evento. Embrapa e Nordeste A Embrapa possui atualmente nove Unidades Descentralizadas em quase todos os Estados nordestinos. A Embrapa Algodão, sediada em Campina Grande, no Semiárido brasileiro, sintetiza a importância que a estatal sempre deu à Região, desde sua fundação no início da década dos 70 do século passado. A estatal possui ainda as seguintes Unidades na Região Nordeste: Embrapa Agroindústria Tropical, Fortaleza (CE). Embrapa Alimentos e Territórios, Maceió (AL). Embrapa Caprinos e Ovinos, Sobral (CE) Embrapa Cocais, São Luís (MA). Embrapa Mandioca e Fruticultura, Cruz das Almas (BA). Embrapa Meio-norte, Teresina (Piauí). Embrapa Semiárido, Petrolina (PE). E a Embrapa Tabuleiros Costeiros, em Aracaju (SE). Segundo Oliveira, os principais objetivos do evento são celebrar a data e oferecer uma reflexão atualizada sobre o Nordeste, sua gente, e as culturas típicas dessa Região. Atualizar uma visão positivamente crítica sobre a História, o desenvolvimento econômico e social, as perspectivas e potencialidades do Nordeste brasileiro e sua interação geopolítica com as demais regiões do país. “O que queremos, de fato, é destacar características do Nordeste “inventor” do Brasil, com ênfase em suas peculiaridades de acolhimento fraterno e igualitário para povos e culturas, se configurando como locus de multiculturalismo, de (re) encontros e parcerias que fomentam possibilidades inovadoras. E também estimular sentimentos de pertencimentos, fortalecendo autoestima coletiva e empoderamento coletivo de noções diversas sobre as potencialidades do (no) Nordeste”, acrescenta o jornalista, que já atuou como assessor de comunicação nos centros de pesquisa da empresa em Petrolina, Cruz das Almas, Maceió e, recentemente, voltou a atuar em Campina Grande. Graduado em Campina Durval Muniz possui uma antiga e afetiva ligação com a Paraíba e, mais especificamente, com a Rainha da Borborema, aonde se graduou para Licenciatura Plena em História entre 1979 e 1982, na Universidade Estadual da Paraíba. Atualmente ele é professor-visitante da instituição. Também atua como Professor permanente dos Programas de Pós-Graduação em História da Universidade Federal de Pernambuco e Universidade Federal do Rio Grande do Norte. Segundo informações que o próprio autor postou na Plataforma Lattes, Albuquerque Júnior coordena o Corpus, grupo de estudos e pesquisas em história dos corpos e das sensibilidades e faz parte do Histor, um Núcleo de estudos de teoria da História e História da historiografia e ainda do grupo de pesquisa em História dos Sertões. Tem atuado nos últimos tempos em temas como gênero, Nordeste, masculinidade, identidade, cultura, biografia histórica, produção de subjetividades e História das sensibilidades.