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28/09/15 |   Transferência de Tecnologia

Rede Brasil Arroz retoma trabalhos no Mato Grosso

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Por  Carlos Magri Ferreira e Bernardo Mendes dos Santos

Analistas de transferência da Embrapa Arroz e Feijão

A primeira fase do projeto de transferência de tecnologia da "Rede Brasil Arroz", liderado pela Embrapa Arroz e Feijão terminou em dezembro de 2014. A segunda fase iniciou neste semestre, tendo como atividade a realização, no dia 24 de setembro, em Cuiabá (MT), da sexta edição do seminário "Cultura do arroz de terras altas do estado de Mato Grosso". Um dos pontos de destaque do seminário foi a apresentação, pela primeira vez, dos aspectos positivos da orizicultura naquele estado e que superaram os pontos negativos.

O destaque do evento ficou por conta da opinião unânime entre os elos da cadeia produtiva de que a qualidade do arroz produzido em Mato Grosso é competitiva em qualquer mercado e que o futuro depende da capacidade das indústrias conquistarem mercados sejam em outros estados ou exportar para outros países.

Nesse aspecto a Associação Brasileira da Indústria do Arroz (Abiarroz) apresentou a iniciativa do programa Brazilian Rice visando à exportação do arroz brasileiro que, na oportunidade, convidou as empresas de Mato Grosso para integrarem o grupo de empresas que já pertencem ao programa.

Outro ponto importante destacado no seminário foi à utilização de alternativas para tornar as indústrias mais eficientes energeticamente utilizando a casca do arroz, visto que a casca é uma biomassa que se não aproveitada torna-se um problema para seu descarte, podendo gerar conflitos com os órgãos ambientais.

Na visão do presidente do Sindicato Estadual das Indústrias de Arroz no Estado de Mato Grosso (Sindarroz-MT), Lázaro Modesto, o primeiro passo é identificar quem está comercializando e como estão saindo o atual excedente da produção, estimado em 200 mil toneladas. "Num segundo momento será preciso identificar potenciais mercados e iniciar um trabalho de abertura". O presidente do Sindarroz-MT alertou aos participantes do seminário que pelo fato das indústrias já possuírem aproximadamente 90% do mercado do arroz comercializado no varejo mato-grossense, elas devem focar em outros mercados e não em acirrar a concorrência interna, o que ele definiu como "canibalismo improdutivo".

Lázaro recomenda que se intensifiquem as iniciativas para divulgar a melhoria dos processos tecnológicos utilizados ao longo da cadeia produtiva, começando pelas significativas mudanças ocorridas no processo de produção e investimentos feitos pelas indústrias visando a modernização dos equipamentos utilizados no beneficiamento e embalagem, bem como, a melhoria do relacionamento da indústria com o orizicultor. Destacou, ainda, o surgimento de demandas por parte de cozinhas industriais de São Paulo e indústrias alimentícias pelo arroz de MT.

Outro ponto alto do seminário foi a entrega do termo de cessão para uso da marca coletiva do arroz de MT a duas indústrias. Isso significa que, após essas indústrias solicitarem o uso da marca, atenderam as exigências previstas nas normas. Por fim, Lázaro, solicitou empenho da pesquisa para divulgar com ênfase as características das cultivares disponíveis no mercado, se basear em critérios acertados com as indústrias e produtores para o lançamento de novas cultivares, intensificar ações de transferência de tecnologia, principalmente de boas práticas para que a produção de arroz em MT continue isenta de resíduos e práticas para superar os gargalos da produção do arroz em safrinha, além de estabilizar e aproveitar o potencial de produção de arroz em MT em diferentes sistemas de produção.

As vantagens de se utilizar sementes certificadas e da necessidade que as cultivares sejam compatíveis com o nível tecnológico dos produtores e que se divulgue os impactos econômicos e ambientais na utilização das sementes certificadas foi outro aspecto tratado no seminário foi sobre.

Para o representante dos produtores, Ari Hoffmann, iniciou sua apresentação dizendo que as preocupações por parte do elo da cadeia produtiva eram poucas, mas que mereciam atenção por parte da pesquisa, pois constituem fatores limitantes para o desenvolvimento da orizicultura.

Hoffmann destacou, também, que devido a restrições para abrir novas áreas, o futuro do arroz em MT necessariamente passaria pela utilização do arroz em renovação das pastagens e do equacionamento dos problemas enfrentados para o cultivo do arroz na safrinha. Ele apontou como desafio, as cultivares com ciclo adequado, estudos para verificar a influência dessa rotação no controle do nematoide e de cultivares resistentes ao acamamento, bem como, as práticas e insumos para melhorar o controle de plantas daninhas.

 O representante dos produtores ressaltou, ainda, os reduzidos números de empresas de insumos que se interessam em trabalhar com produtos específicos para a orizicultura e, por fim, em longo prazo, gostariam de ter insumos alternativos aos que são dolarizados.

Pelo lado da pesquisa foi destacada a necessidade de mapear os diversos sistemas produtivos envolvendo a arroz em MT. Esse aspecto foi considerando importante, dentre outros fatores, para viabilizar que a médio e longo prazo o arroz seja produzido próximo às indústrias e que possam difundir práticas que se mantêm ou que melhorem a qualidade do arroz, seja através das pesquisas ou validados práticas coeficientes no controle de pragas, doenças, plantas daninhas, adubação, principalmente a nitrogenada.  Apontou que falta uma organização representativa dos produtores, fato que dificulta o permanente diálogo e ações de transferência de tecnologia.

Para fechar com chave de ouro, desse evento com saldo bastante positivo, coube a Embrapa e ao Sindarroz-MT sistematizar as demandas e, a partir delas, proporem encaminhamentos para a continuidade do desenvolvimento da orizicultura mato-grossense.

Hélio Magalhães (4911 MTb/MG)
Embrapa Arroz e Feijão

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