08/03/16 |   Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação  Manejo Integrado de Pragas

Entrevista: Pedro Neves - presidente da Sociedade Entomológica do Brasil - fala sobre congressos em Maceió

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Foto: Divulgação - SEB

Divulgação - SEB - Pedro Neves discute desafios da entomologia

Pedro Neves discute desafios da entomologia

A Sociedade Entomológica do Brasil (SEB) leva até Maceió, de 13 a 17 de março, a 26ª edição do Congresso Brasileiro de Entomologia (XXVI CBE) e o 9º Congresso Latino-americano de Entomologia (IX CLE). Com realização em parceria coma Embrapa, os eventos acontecem em conjunto pela segunda vez na história, e num momento crítico de proliferação do mosquito Aedes aegypti em várias regiões do Brasil e outros países. O presidente da SEB, o pesquisador da Universidade Estadual de Londrina (UEL) Pedro Neves, em entrevista à equipe de comunicação da Embrapa Tabuleiros Costeiros (Aracaju, SE), avalia os grandes desafios globais da entomologia na atualidade e as perspectivas para o evento, que reunirá pesquisadores e estudantes de diversos países.
 
 
O que podem esperar os participantes para a edição do evento deste ano, que pela segunda vez ocorre simultaneamente ao Congresso Latino-americano?
A ideia de trazer o Congresso Latino Americano é justamente integrar os pesquisadores em entomologia da América Latina de forma a possibilitar a cooperação nas pesquisas dos diferentes países. Não haverá uma programação específica latino-americana. Entretanto, vários pesquisadores de outros países latino-americanos apresentarão suas pesquisas, quer seja através de palestras, nas diferentes áreas e assuntos abordados bem como, na apresentação de trabalhos na forma oral e como pôsteres.
 
Nesse momento histórico em que o Aedes aegypti é considerado o inimigo público número um no Brasil e em muitos outros países, de que maneira o evento ganha relevância e pode repercutir no meio científico e na sociedade?
A SEB, em conjunto com a Entomological Society of America (ESA), realiza um evento satélite somente sobre o Aedes aegypti, no primeiro dia do evento (13 de março). A iniciativa é fruto de uma colaboração das duas entidades por meio do programa CESA (Consortium of Entomological Societies of the Americas – Consórcio das Sociedades Entomológicas das Américas, em inglês) como parte de uma agenda maior de grandes desafios entomológicos. A SEB foi a primeira sociedade das Américas a ser convidada, pela sua representatividade e também por ser o Brasil um país com sérios desafios para o controle de insetos vetores e pragas. Este será um evento muito importante, e espera-se que seja o início de uma colaboração efetiva que possa disponibilizar estratégias de controle deste e de outros vetores de extrema importância para o Brasil e para o mundo.
 
Além do combate ao mosquito, que outros grandes desafios globais estão postos para a entomologia?
Existem muitos desafios a serem enfrentados e eles são não somente estão relacionados com vetores como o Aedes, mas também no controle de pragas de lavouras e parasitos de animais. Estes desafios são de diferentes naturezas e sempre estão relacionados ao desenvolvimento de estratégias de controle que sejam o menos impactantes ao meio ambiente e economicamente viáveis. Acredito, também, que os insetos, pela sua diversidade e capacidade de adaptação, sempre nos darão desafios para serem estudados e solucionados.
 
A entomologia, ao longo do tempo, mostrou fartas evidências da importância dos insetos para o bom funcionamento dos ecossistemas e para a vida humana no planeta. Quais delas merecem maior destaque?
Seria impossível eleger alguns como mais importantes. Todos os organismos vivos têm seu papel nos ecossistemas, e os insetos também. Entretanto, este grupo de organismos, pela sua diversidade e presença em todos os ecossistemas, tem papel fundamental no funcionamento deles. Assim, podemos utilizá-los e manejá-los de forma a preservá-los e, quando possível, melhorar as condições humanas. Provavelmente os insetos serão uma fonte muito importante de proteína na alimentação humana, seja de forma direta ou indireta, como alimento para criações animais.    
 
Que mensagem é importante deixar para os estudantes e jovens entomologistas que participarão do evento?
Os estudantes são o futuro de toda a sociedade. Eles serão quem vai desenvolver e coordenar as pesquisas e estudos futuros em entomologia bem como dirigir a SEB. Assim, é de extrema importância a sua participação nos eventos promovidos pela Sociedade. No CBE teremos várias atividades direcionadas a estudantes. Haverá o concurso de melhor trabalho na categoria graduação, mestrado e doutorado. Os melhores em cada uma irão participar do Congresso Internacional de Entomologia que será realizado em setembro em Orlando, nos Estados Unidos. Termos, também, o Entomoquiz, uma competição entre programas de pós-graduação muito concorrido e animado, com premiação dos vencedores. As atividades sociais para os estudantes nos horários de folga das atividades do congresso também ajudam a integrar e aproximar os participantes. Assim, a nossa mensagem é que todos participem do evento e preservem a SEB, que é quem congrega e organiza os pesquisadores para a discussão e apresentação de seus resultados de pesquisa em seus eventos. 
 
Fale um pouco sobre a história e o papel da SEB na ciência e no desenvolvimento do país.
A Sociedade Entomológica do Brasil (SEB) é uma sociedade científica na área de entomologia, que pode ser considerada a segunda maior do mundo, ficando somente atrás da Sociedade Entomológica Americana. A SEB tem uma vertente mais aplicada na entomologia, ou seja, mais relacionada com os problemas provocados pelos insetos quer sejam pragas agrícolas ou vetores de doenças. Deste modo, através dos eventos promovidos, tem contribuído para a discussão e solução de problemas importantes no controle de pragas e de vetores. As pesquisas desenvolvidas, apresentadas e discutidas nos seus eventos fazem com que o controle destes insetos seja mais racional de forma a torná-lo economicamente e ecologicamente mais viável. Assim, nos 44 anos da SEB, muitos avanços científicos e sociais foram conquistados para o Brasil. 

Saulo Coelho (MTB/SE 1065)
Embrapa Tabuleiros Costeiros

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