26/08/13 |   Transferência de Tecnologia

Agricultores fluminenses conhecem os benefícios da adubação verde

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Agricultores fluminenses conhecem os benefícios da adubação verde

Teresópolis, Nova Friburgo, Trajano de Moraes, Japeri, Pinheiral, Engenheiro Paulo de Frontin, Magé, Paracambi, Araruama e Seropédica – esses são os lugares de onde vieram os cerca de 60 agricultores e técnicos que participaram de curso para capacitação de agentes multiplicadores para o uso da adubação verde no Estado do Rio de Janeiro na última quinta-feira, dia 15.

O evento, organizado pela Embrapa Agrobiologia, em parceria com a Pesagro-Rio, foi realizado na Fazendinha Agroecológica Km 47 e contou com a participação de agricultores que já trabalham com produtos orgânicos e outros que ainda estão em fase de transição entre a agricultura convencional e a orgânica. "Buscamos identificar junto com os técnicos que atuam nas diversas regiões do Estado os agricultores que tinham potencial para fazer uso da técnica da adubação verde", conta o pesquisador Ednaldo Araújo, que esteve à frente da capacitação, ao lado do também pesquisador José Guilherme Marinho Guerra.

Segundo a extensionista Mariela Rosa, da Emater-Rio, professora e uma das coordenadoras da Escolinha Agroecológica de Nova Iguaçu, a escolha dos nove alunos da região que participaram da capacitação seguiu o critério passado pelos organizadores do curso: serem agricultores em fase de transição ou em processo de certificação e possuírem liderança para transmitir o conhecimento aos vizinhos. Entre a turma escolhida por Mariela estava o trio Sérgio Marques, Geraldo Duarte e Francisco Henrique, além de alunos da Escolinha e moradores do município vizinho Japeri.

Para Francisco, que também participou do curso de controle biológico de pragas realizado no início do mês na Fazendinha, a experiência foi bastante proveitosa. "O curso ajuda o agricultor a se autossustentar com o manejo da terra, além de trazer mais conhecimentos e ensinar como produzir corretamente", diz ele, destacando ainda que todas essas capacitações fazem com que ele se preocupe mais com o meio ambiente.

Participação intensa
Integrante do grupo de técnicos facilitadores do Sistema Participativo de Garantia da Associação de Agricultores Biológicos do Estado do Rio de Janeiro (SPG-Abio), Luciana Gomes de Moraes participou do curso e diz que os conhecimentos adquiridos serão bem aproveitados em sua função no SPG – que é um sistema usado pela Abio para a garantia da qualidade orgânica, credenciado pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. "Transferir conhecimentos para os agricultores é sempre uma troca", destaca ela, que já foi aluna do Colégio Técnico da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (CTUR/UFRRJ) e estagiária na Fazendinha Agroecológica, onde trabalhou com produção de mudas.

Luciana, que também é gerente da Feira Orgânica e Cultural da Glória, na cidade do Rio de Janeiro, diz ainda que a compostagem é uma área pela qual tem grande interesse. Segundo ela, essa técnica pode representar uma forma de dar uma melhor destinação aos resíduos gerados pela feira, que, além de ter sido a pioneira em orgânicos no município, é hoje o local mais tradicional de venda de alimentos orgânicos.

Outro participante do curso foi o ex-aluno de Agronomia da UFRRJ, Felipe Latini, que também foi bolsista da Embrapa Agrobiologia. Apesar da pouca idade, Felipe – que hoje trablaha na Prefeitura de Pinheiral – já atua na agricultura familiar orgânica há dez anos, produzindo em sua propriedade, situada em Seropédica, aipim, batata-doce, quiabo, abóbora, berinjela e tomate, entre outros produtos. Segundo ele, 70% de sua produção é absorvida por uma comerciadora, 25% por uma indústria de biscoito e 5% tem como destino as feiras. Para ele, o principal aprendizado adquirido na Fazendinha foi a importância da diversificação da produção.

Resultados
Tanto os agricultores quanto os organizadores ficaram muito satisfeitos com o curso. Para Ednaldo, uma das coisas mais gratificantes foi ver o interesse dos participantes: "Todas as pessoas presentes, cerca de 60, mostraram muito interesse o tempo inteiro. Foi muito proveitoso, um curso que valeu a pena, pela procura e pela motivação de quem estava lá".

Ele esclarece que o trabalho junto a esses agricultores não se encerra aí. Agora vem a parte do acompanhamento: "Vamos entrar em contato com os técnicos que ajudaram na seleção dos participantes para que eles identifiquem entre os agricultores que vieram para cá quais estão realmente aplicando os conhecimentos adquiridos em sua propriedade." Ele finaliza: "Eles levaram sementes, inoculantes e podemos, futuramente, realizar um dia de campo com os que se destacarem na região."

O curso de capacitação em adubação verde foi organizado por Ednaldo Araújo e José Guilherme Guerra, juntamente com o analista Ilzo Artur Moreira Risso e a pesquisadora Cristhiane Amâncio, da área de Transferência de Tecnologia. Também contou com a parceria do pesquisador Luiz Augusto de Aguiar, da Pesagro-Rio. A atividade foi desenvolvida como parte do projeto Inoculantes e a sustentabilidade da agricultura: bom para o agricultor, bom para o Brasil.

Sobre a adubação verde
A prática possibilita tornar o solo mais fértil e, consequentemente, mais produtivo. A tecnologia, desenvolvida pela Embrapa Agrobiologia, consiste no plantio de espécies leguminosas capazes de reciclar os nutrientes em conjunto com culturas de interesse comercial, seja no pré-cultivo, em sistema de consórcio ou em faixas. Essas leguminosas são capazes de se associar a bactérias presentes no solo e transformar o nitrogênio do ar em compostos nitrogenados, reduzindo ou eliminando o uso de fertilizantes minerais nitrogenados.

Liliane Bello – Jornalista (MTb 01766/GO)
Colaboração: Laiz Carvalho
Embrapa Agrobiologia
(21) 3441-1644 / liliane.bello@embrapa.br

Embrapa Agrobiologia

Mais informações sobre o tema
Serviço de Atendimento ao Cidadão (SAC)
www.embrapa.br/fale-conosco/sac/

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