24/08/16 |   Transferência de Tecnologia

Congresso faz resgate histórico e debate os maiores desafios para manejo de plantas daninhas

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Foto: Fernanda Satie Ikeda

Fernanda Satie Ikeda - Planta de Amaranthus palmeri encontrada em Mato Grosso

Planta de Amaranthus palmeri encontrada em Mato Grosso

A terça-feira começou com um belo resgate sobre a ciência das plantas daninhas, sob o comando do pesquisador americano Phillip Westra, da Colorado State University, que trouxe relatos desde os primórdios das tentativas de controle das plantas invasoras, realizadas manualmente e que demandavam uma grande concentração de trabalhadores, encerrando com uma análise consciente sobre os desafios enfrentados atualmente e as perspectivas para o futuro.
Para ele, o futuro está em buscar novos herbicidas em novas fontes ; explorar as vantagens genéticas das plantas daninhas a fim de aprimorar a produtividade; promover o manejo focado na biologia das plantas daninhas; manter relacionamento com as grandes companhias e estimular o intercâmbio entre estudantes e empresas. "E precisamos continuar estimulando a igualdade de gênero, para que tenhamos cada vez mais mulheres e os melhores profissionais possíveis na área da ciência das plantas daninhas", concluiu Phillip Westra.  
 
O desafio de levar novos herbicidas ao produtor
 
Sobre o futuro e os desafios enfrentados por pesquisadores e pela indústria agro em busca de entregar melhores - e novas - soluções para os agricultores, Harry Strek, da Bayer Alemã foi categórico ao afirmar que o desafio de alimentar uma população global em constante crescimento se torna ainda mais difícil em razão das plantas daninhas resistentes aos herbicidas. "Neste momento, os produtores precisam de ferramentas variadas e disponibilidade de produtos e práticas agronômicas para combater o avanço da resistência", apontou.
Dentre os pontos debatidos, Streak destacou que o longo processo de registro para novos produtos, que pode levar até treze anos em alguns países, somado ao elevado custo de pesquisa e desenvolvimento, tem dificultado a entrega de novas alternativas no mercado.
 
10 anos de tecnologia RR
 
Para completar o resgate sobre soluções que foram essenciais para o combate das plantas daninhas nos últimos anos é impossível deixar de fora a tecnologia RR, que completa uma década de utilização em terras brasileiras.
Com certeza, uma das inovações que foi mais rapidamente aplicada em campo, a tecnologia RR facilitou a vida de inúmeros produtores ao garantir cultivares resistentes ao glifosato e assim, facilitar o controle das plantas daninhas. Como tudo tem dois lados, o uso excessivo do herbicida acabou por acelerar o processo de resistência também nas plantas invasoras. "Isso demonstra que o problema da resistência pode acontecer com qualquer tecnologia, desde que seja mal utilizada. A má utilização, neste caso, é aplicar o mesmo produto continuadamente, em uma mesma área por tempo prolongado. Mesmo que esse produto seja um dos melhores herbicidas já criados, como no caso o glifosato", afirma Fernando Adegas, presidente da comissão organizadora do CBCPD 2016 e pesquisador da Embrapa Soja. 
 
O evento segue com a programação científica ao longo desta quarta-feira (24), com destaque para o manejo integrado de plantas daninhas, resistência aos herbicidas e novos herbicidas. 
 
Pesquisador da Universidade de Campinas lança livro durante o CBCPD
 
Até 2050 o mundo terá que gerar um volume de alimentos semelhante ao que foi produzido desde o início da agricultura. Estaremos prontos?  Cerca de um bilhão de pessoas não consomem alimentos em quantidade suficiente para suprir necessidades diárias de energia. Mais de três bilhões de indivíduos não contam com uma dieta balanceada.  Estes dados chamam a atenção para o desperdício existente, ainda hoje, na produção nacional e mundial de alimentos causado, na grande maioria das vezes, por agentes biológicos nocivos; trazendo como urgente a necessidade de aumentar, de forma sustentável, a produtividade agrícola.
 
O engenheiro agrônomo e pesquisador da Universidade de Campinas, Luiz Lonardoni Foloni, reuniu amplo material de pesquisas e estudos sobre o uso de defensivos agrícolas no campo – em especial sobre o 2,4-D e a sua eficácia, a partir do uso racional, para minimizar perdas e gerar resultados efetivos para toda a cadeia produtiva. 
 
Denominado O Herbicida 2,4-D Uma Visão Geral, o livro de 252 páginas e 20 capítulos, foi lançado com sucesso total no final desta terça-feira (23), no estande da Sociedade Brasileira de Ciência e Tecnologia, durante o XXX Congresso Brasileiro da Ciência das Plantas Daninhas.
 
A publicação é um raio-x completo sobre o principal aliado dos produtores agrícolas no combate às plantas daninhas.  O material traz, além de dados históricos e detalhados do defensivo, uma visão ampla sobre seu uso, efeito e modo de aplicação, com esclarecimentos gerais e específicos sobre a relevância do produto na agricultura moderna.
 
A publicação busca, ainda, esclarecer o leitor sobre desafios como a limitação da oferta de recursos naturais e a sua necessidade de preservação, segurança dos processos, prosperidade econômica e, principalmente, os impactos ao meio ambiente e à qualidade de vida da atual e das futuras gerações.
 
"A ideia do livro é trazer luz aos fatos que permeiam a atividade agrícola, a partir de uma visão geral sobre o herbicida 2,4-D e a sua importância para o agronegócio. Desmistificar aspectos relacionados ao seu uso e apresentar as tecnologias existentes com vista às melhores práticas", afirma Foloni.
 
Serviço
Após o evento, os exemplares podem ser adquiridos por meio de encomenda no site www.bibliotecacientifica.com.br. Pelo valor simbólico de R$ 10,00, que  será revertido para a Sociedade Brasileira de Plantas Daninhas.
 
Sobre o autor
Luiz Lonardoni Foloni é engenheiro agrônomo, formado pela FCA/UNESP – Botucatu, mestre em energia nuclear na agricultura – CENA/USP e doutor em agronomia pela ESALQ/USP. Foi professor na Faculdade de Ciências Agronômicas de Botucatu, gerente de Desenvolvimento da Monsanto e professor colaborador do curso de pós-graduação da Faculdade de Engenharia Agrícola da UNICAMP. Atuou como colaborador no Ministério da Agricultura e Pecuária para pragas quarentenárias e, também, como pesquisador e consultor nas áreas de pesquisa e desenvolvimento de herbicidas.
 
Danielle Castro Garcia 
Jornalista e Assessora de Comunicação
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