20/09/16 |   Florestas e silvicultura

Painel traz empresas para mostrarem atual estágio do melhoramento florestal

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Foto: Claudia Garbuio

Claudia Garbuio -

Dando sequência ao workshop "Manejo para Uso Múltiplo – A Árvore de Pinus do Futuro", um painel mostrou as experiências das empresas e três palestrantes mostraram de que forma essas empresas estão se comportando com relação ao melhoramento genético florestal. O último bloco do 4º Workshop Apre/Embrapa Florestas teve início com Alessandro Zimmermann Córdova, da Gateados, que falou, entre outras coisas, sobre a empresa e a relação com o meio ambiente. Com relação à rotina da empresa, ele também lembrou que a Gateados faz o preparo do terreno e plantio para, em seguida, fazer os tratos culturais. Depois, realiza poda, desbastes e corte raso.

"A poda é feita sempre com tesoura elétrica. No desbaste, temos foco em árvores futuras. Por isso, fazemos a seleção em função do vigor e qualidade e remoção das concorrentes diretas. Fazemos desbaste pelo alto. No manejo atual, o 4º e 5º desbastes foram realizados entre 22 e 27 anos, alcançando uma produtividade de 200 toneladas por hectare. No corte raso, entre 28 e 34 anos, com produtividade de 650 toneladas por hectare. Com relação ao crescimento e à produtividade, nosso foco são projetos com idade acima de 30 anos", destacou.

Global Forest Partnet (GFP)

Fernando Zamorano contou em sua palestra durante o evento que a GFP gerencia atualmente mais de 750 mil hectares de plantios florestais de alto valor, distribuídas em diversos países, como Austrália, Brasil, Colômbia, Estado Unidos, Guatemala, Nova Zelândia e Uruguai. Desde 1995, o grupo conduziu mais de US$ 4 bilhões em compras e vendas de ativos florestais. São mais de 220 mil hectares de plantações na região Sul da América Latina, e os plantios são manejados para uso múltiplo, com geração de maior valor agregado para a indústria.

"Desde o início das operações no Chile e Uruguai, ferramentas eficientes foram procuradas para simular o crescimento das plantações, com o objetivo de termos projeções confiáveis de fluxo de madeira no curto, médio e longo prazo", ressaltou.

Na palestra, Zamorano destacou os modelos utilizados nesses dois países. No Chile, por exemplo, as empresas privadas já investiram mais de US$ 12 milhões. Além disso, o país teve um aporte público de US$ 1 milhão. Com isso, mais de cinco milhões de registros de árvores medidas, oriundas das parcelas medidas em campo desde 1992 e do aporte de informações das empresas. Foram nove versões para Pinus, quatro versões para Eucalipto, cinco versões integradas e quatro versões para docência, com mais de 100 documentos técnicos publicados.

 Já no Uruguai, em 2009 o Instituto Nacional de Investigação Agropecuária (INIA) coordenou, em conjunto com seis empresas florestais, o desenvolvimento de modelos de simulação para plantações de Pinus. No ano seguinte, o projeto teve início, mas somente com a participação da GMO e GFP, que apontaram dados de parcelas permanentes, ensaios e informações de cubagem. Em 2012 foi possível desenvolver o simulador de crescimento para o Pinus taeda no nível de talhão. Zamorano lembrou que, no Uruguai, o apoio das empresas tem feito com que o INIA desenvolva simuladores também para plantações de Eucalyptus grandis, Eucalyptus globulus e Eucalyptus dunnii. Esses simuladores, segundo Zamorano, são alimentados com informações das variáveis de estado dos talhões e geram projeções de crescimento e tabelas de produção para desbastes e corte raso.

Para fechar a palestra, ele definiu os principais aprendizados da GFP com os dois modelos presentes no Chile e Uruguai: esforços combinados das empresas privadas e instituições do setor público; redução de aportes financeiros e maior eficiência na utilização dos recursos técnicos; projetos estruturados com acesso a fundos públicos; assistência técnica permanente das equipes dos projetos a serviço das empresas; evolução permanente para a melhoria dos modelos; foco compartilhado em processos de longo prazo; padronização da instalação, medição e controle de qualidade das medições em campo; e maior cobertura geográfica.

MPR3 Consultoria

A última palestra do workshop ficou por conta de Mario Sant´Anna, da MPR3 Consultoria. Ele abordou as taxas de retorno no manejo de múltiplo uso e apresentou dados da empresa Florestal Rio das Pedras (FRP). Dentre as informações disponibilizadas na palestra, Sant´Anna citou que a FRP fez análise de mais de 100 cenários, analisando intervenções em diferentes idades, quantidades e intensidades das intervenções, além de benchmark com outras empresas de mercado, simulações de produções e sortimentos de produtos. O trabalho, realizado em 2014, será feito novamente em 2016.

Sant´Anna salientou que após as indicações dos regimes de manejo realizados pelos sistemas de análise, é importante que o manejador escolha d regime adequado para atender aos objetivos da empresa e mercado. Ele ressaltou, ainda, a importância da visão total da cadeia, de pensar no "produto final do nosso cliente de tora" e que a falta de madeira grossa não é bom para ninguém, pois pode pressionar as empresas consumidoras de tora a buscar outras alternativas em relação à matéria prima.

Maureen Bertol - Interact Comunicação (MTb 8330/PR)
Embrapa Florestas

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