27/09/16 |   Gestão Estratégica

Missão à Ásia pode trazer entre US$ 1,5 e 2 bi ao Brasil

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Foto: Jorge Duarte

Jorge Duarte - Integrantes da missão oficial à Ásia apresentaram os resultados

Integrantes da missão oficial à Ásia apresentaram os resultados

A expectativa do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento é de que a missão oficial à Ásia gere de imediato de um e meio a dois bilhões de dólares em negócios, investimentos e abertura de novos mercados para o Brasil. O anúncio dos resultados da missão foi feito pelo ministro Blairo Maggi e sua equipe, que contou com a participação do presidente da Embrapa, Maurício Lopes, na manhã desta terça-feira (27), em Brasília.

Entre os pontos destacados pelo ministro Blairo Maggi estão a abertura de novos mercados no continente asiático, alguns antes inexplorados, que são potenciais para elevar a participação brasileira de 6,9% para 10% no mercado agrícola mundial. E ainda a celebração de acordo com a empresa indiana UPL para a fabricação de agroquímicos e desenvolvimento de pesquisas, em parceria com a Embrapa, com leguminosas de grãos no Brasil.

O ministro destacou também a participação na reunião dos BRICS, onde defendeu a intensificação das relações comerciais e a preferência de mercado entre os cinco países que compõem esse grupo econômico, com destaque para os produtos do agronegócio brasileiro.

Durante 25 dias, a comitiva brasileira – que além dos representantes do governo, teve representantes de 35 empresas e entidades de diversos setores do agronegócio brasileiro - visitou sete países do continente asiático (China, Coreia do Sul, Tailândia, Myanmar, Vietnã, Malásia e Índia). "Ao invés de passar só nas capitais, fomos para províncias menos conhecidas e um pouco fora do círculo comercial. São províncias com cerca de 50 a 100 milhões de habitantes e que possuem uma demanda crescente na questão da segurança alimentar", conta o ministro.  

Sobre a escolha do continente asiático, Blairo Maggi destacou que nessa região estão 51% da população mundial e 19% do PIB mundial. Em termos de consumo mundial, essa população consome 28% das aves, 20% dos bovinos, 31% dos lácteos e 37% do açúcar produzidos no mundo.

Com a mensagem-chave de que o Brasil produz com sustentabilidade ambiental e social e que precisa ser reconhecido por essa produção, o ministro Blairo Maggi apresentou aos governos e empresários dos países visitados o desempenho do agronegócio brasileiro nas exportações do país, sua relação com o consumo interno e o potencial de crescimento e expansão da produção em bases sustentáveis. "A ideia foi mostrar que o Brasil tem regularidade e continuidade na entrega de produtos e que o nosso produto tem ativos ambientais e sociais que nenhum outro país tem", ressaltou Maggi.

No ranking mundial de exportação, o Brasil destaca-se no açúcar, café, suco de laranja, soja, entre outros produtos. Quanto à participação brasileira nas importações do agro em outros países, o ministro citou a China (17%), a União Europeia (9%) e os Estados Unidos (2,6%). "Ainda temos muito a crescer, queremos elevar a 10% a participação brasileira no mercado mundial e não vai ser por meio do aumento do volume das exportações, e sim por meio da diversificação de produtos e mercados", destacou o ministro.

Resultados em curto prazo

A equipe do ministério estima que serão aplicados no Brasil cerca de um bilhão de dólares em investimentos; 100 milhões de dólares em negócios; e entre 500 e 900 milhões em abertura de mercados. O secretário de Relações Internacionais do Agronegócio do MAPA, Odilson Luis Ribeiro e Silva, destacou que essa foi a maior missão internacional já realizada na perspectiva do agronegócio brasileiro.

O secretário destacou algumas negociações estabelecidas durante a missão: a reabertura de mercado para carnes suína, bovina e de frango com o Vitenã, e a negociação para a venda de produtos lácteos ao país; a ampliação do mercado de carnes e aves com a Malásia, assim como o início de negociações para a exportação de bovinos vivos e de material genético brasileiro; a habilitação para a exportação de carne suína para a Coreia do Sul; a reabertura do mercado de carne bovina com a Tailândia; a reabertura de licenças de importação em Myanmar para produtos brasileiros; e negociações de vendas produtos brasileiros na China.

Nos próximos meses, frigoríficos brasileiros devem ser inspecionados por técnicos da Malásia, Vietnã e Coreia do Sul.

Na Índia, a empresa UPL anunciou a construção no Brasil de uma fábrica para a síntese de ingredientes ativos agroquímicos; e o estabelecimento de acordo com a Embrapa para o desenvolvimento de pesquisas com leguminosas de grãos, como lentilha e grão de bico.

O ministro Blairo Maggi explicou que essas negociações são frutos da parceria público-privada, onde o governo brasileiro abriu a discussão sobre importações e exportações com os governos asiáticos, promoveu a base legal para a negociação, e os empresários fecharam os acordos em rodadas de negociação com empresários locais.

O presidente da Embrapa, Maurício Lopes, ressaltou a mensagem levada ao cenário internacional sobre a eficiência ambiental da agricultura brasileira e junto com isso o potencial de crescimento da produção e a capacidade de prover alimentos para o mundo. Ele destacou ainda a ousadia de sair do circuito tradicional das missões oficiais, percorrendo os países da chamada Asean – Associação de Nações do Sudeste Asiático, cuja população é estimada em 600 milhões de pessoas e o potencial de produção de demanda para o mercado é crescente.

Com a Índia, Maurício Lopes destacou o acordo de cooperação com a ICAR, maior instituição científica do país, e com a empresa indiana UPL.  Ele explicou que o primeiro passo será o envio de material genético de leguminosas de grãos da Índia para serem testados e avaliados no Brasil. O acordo de cooperação com a Embrapa prevê o estabelecimento de um programa de melhoramento genético dessas espécies para o desenvolvimento de variedades adaptadas ao Brasil e produção em larga escala.

"Os indianos são, na sua maioria, vegetarianos e consomem grandes quantidades dessas leguminosas de grãos e há um interesse muito grande que o Brasil se capacite a produzir essas leguminosas e exportar para Índia", relatou Lopes. Inicialmente há uma expectativa de importação de lentilhas e grão de bico por parte da Índia de sete milhões de toneladas nos próximos dois anos.

Agropecuária segura e sustentável

A agricultura baseada no conhecimento e em tecnologia foi bastante destacada pelo ministro como um diferencial da produção brasileira. Em todos os países que visitou, o ministro afirmou que "cada vez que alguém compra um produto brasileiro, está comprando muito mais que um produto, está comprando um pacote ambiental e social que nenhum outro pais do mundo oferece".

O Brasil tem 115 milhões de hectares de terras disponíveis para ampliar sua produção agropecuária dentro do que estabelece a legislação atual. "Nos últimos anos, a produtividade agrícola saltou de 1,4 t/ha para 4,5 t/ha sem precisar avançar sobre novas áreas e preservando florestas", ressaltou o ministro. Ele destacou o papel da Embrapa na eficiência da agricultura brasileira, como provedora de conhecimentos e tecnologias para o campo.

Do ponto de vista sanitário, o secretário de Defesa Agropecuária do MAPA, Luis Eduardo Rangel, ressaltou o reconhecimento da excelência brasileira no que diz respeito ao sistema de vigilância animal e vegetal que conquistou muitos países. Atualmente o Brasil exporta produtos da agropecuária para 150 países e a erradicação de pragas e a vigilância sanitária são reconhecidas por todos eles. "Grande parte dos países visitados ainda busca a segurança alimentar, tendo em vista o crescimento populacional da região e a demanda por alimentos. Na missão, ficou claro que o Brasil pode suprir boa parte dessa demanda", destacou.

O ministro Blairo Maggi encerrou a coletiva de imprensa ressaltando a importância que as embaixadas brasileiras tiveram na preparação da missão oficial. Ele afirmou que foi possível avançar nas relações comerciais em vários países onde o Brasil tinha pendências.

"Nós não temos muito celular para vender, muita televisão, mas temos tecnologia agrícola. Temos um conhecimento gigantesco de pesquisa e empresarial na agricultura com sustentabilidade ambiental e social e deveremos ser valorizados e reconhecidos por isso", finalizou o ministro.

Ana Laura Lima (MTb 1268/PA)
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Colaboração: Sandra Zambudio (MTb 929/PR/81)
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