30/04/14 |   Produção vegetal

Benefícios dos sistemas integrados de produção são ressaltados em evento técnico em Sorriso (MT)

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Foto: Gabriel Faria

Gabriel Faria - Dia de campo contou com sete estações abordando temas ligados aos sistemas de produção

Dia de campo contou com sete estações abordando temas ligados aos sistemas de produção

As vantagens e a importância da rotação e integração de culturas foram os principais temas apresentados durante o 3º Encontro Regional de Sistemas Produtivos, promovido pelo Clube Amigos da Terra, em Sorriso (MT), nos dias 28 e 29 de abril. O evento reuniu produtores, consultores técnicos e estudantes e contou com dia de campo e palestras. A Embrapa foi uma das parceiras técnicas do evento.
 
Realizado pela terceira vez, o Encontro tem como objetivo apresentar as tecnologias disponíveis para o produtor e abordar a importância de se adotar boas práticas na atividade agropecuária como forma de garantir sua viabilidade técnica, econômica, social e ambiental.
 
Na manhã de terça-feira a programação teve um dia de campo realizado na Estação Experimental do IMAmt. O roteiro contou com sete estações onde os participantes puderam ter uma visão geral dos sistemas produtivos, conhecer opções de cultivo e ainda ver os benefícios e vantagens de se trabalhar com sistemas integrados de produção.
 
De acordo com o pesquisador da Embrapa Agropecuária Oeste Fernando Lamas, a adoção de sistemas produtivos, baseados na rotação e diversificação de culturas é fundamental para se evitar problemas de degradação do solo, aumento da incidência de pragas, doenças, plantas daninhas e nematoides, além de garantir maior segurança para o produtor.
 
"Com integração você pode ter ganhos de produtividade e redução de custos de produção. Você tem de passar a integrar mais as práticas de adubação, controle de pragas, doenças e de plantas daninhas. Você realiza as práticas culturais de uma forma integrada. Consequentemente você otimiza rendimentos, e baixa o custo de produção. Passar a ter esta visão de forma integrada e não simplesmente pontual é a grande mudança que a agricultura tem de passar", avalia Lamas.
 
A programação do evento mostrou ainda que existem inúmeras formas de se trabalhar com sistemas integrados e que para cada propriedade rural há uma alternativa que melhor se adapta à realidade do produtor. Diferentes formas de integração de sistemas, como a integração lavoura-pecuária-floresta, ou lavoura-pecuária, ou lavoura-floresta, ou ainda pecuária-floresta foram demonstradas como opções para os produtores.
 
Dentre estas integrações, há ainda opções de culturas que podem ser melhor utilizadas em um ou outro sistema. Exemplos apresentados são os consórcios de culturas. Cada tipo pode ser utilizado em determinada situação pelo produtor e de uma forma diferenciada para atender às suas necessidades. O consórcio de milho com braquiária, por exemplo, pode ser usado para a formação de palhada para o plantio direto ou mesmo para a formação de pastagem. A diferença entre eles está no espaçamento entre plantas e na quantidade de sementes utilizadas. Os consórcios com crotalária, por sua vez, são opções para reduzir a população de nematoides em talhões com grande incidência. Destaque para o consórcio de crotalária com braquiárias, que além de reduzir a quantidade de nematoides, ainda garante a cobertura do solo e a formação de palhada para o plantio direto.
 
"Por todos os trabalhos que já vi na literatura, braquiária não é multiplicadora de nematoides. No caso do Pratylenchus ela não reduz tudo, mas também não é uma multiplicadora. Para os demais nematoides, a braquiária até reduz a população", esclarece o pesquisador da Embrapa Gessi Ceccon.
 
Sistema de plantio direto
 
Umas das técnicas mais difundidas dentre as boas práticas preconizadas para os sistemas integrados de produção é o plantio direto na palha. Esta tecnologia tem como fundamentos o não revolvimento do solo, a cobertura com palhada e a rotação de culturas. 
 
Apesar de ser muito utilizada pelos agricultores, a técnica não vem sendo feita de maneira correta. De acordo com o pesquisador da Embrapa Júlio César Salton, o não preparo do solo é praticado, porém os outros dois fundamentos nem sempre são observados.
 
"Muitas vezes as lavouras de soja, algodão ou mesmo milho safrinha podem não proporcionar uma cobertura suficiente. Então aí a necessidade das culturas de cobertura, ou os consórcios de milho com braquiária, visando proporcionar esta cobertura permanente. E a rotação de culturas, que é necessária para que o produtor tenha melhores chances de enfrentar os problemas fitossanitários, infelizmente ainda é pouco utilizada", alerta o pesquisador, que ainda indica a integração lavoura-pecuária como boa alternativa para fazer a rotação.
 
Programação
 
Durante o dia de campo do 3º Encontro Regional de Sistemas Produtivos, os participantes ainda puderam conhecer opções e oportunidades para a segunda safra e esclarecer dúvidas sobre a legislação ambiental vigente. Além disso, o evento contou com um debate sobre o setor agropecuário. A abertura do evento, realizada na noite de segunda-feira foi marcada por uma palestra sobre mercado e o agronegócio brasileiro, ministrada pelo economista Ricardo Amorim.
 

Gabriel Faria (mtb 15.624/MG JP)
Embrapa Agrossilvipastoril

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