04/12/10 |

Técnicos do Congo fazem curso sobre produção de cana no Brasil

Informe múltiplos e-mails separados por vírgula.

Caderno de anotações e caneta nas mãos, fones para ouvir a tradução simultânea, olhos atentos e muita concentração e curiosidade. Essa foi a marca registrada dos cinco técnicos agrícolas da República do Congo, África, que participaram, em Alagoas, do 1° Curso Internacional em Sistema de Produção de Cana-de-açúcar.

De 22 de novembro até a sexta-feira( 3 ) , na sede da Federação da Agricultura e Pecuária de Alagoas (FAEAL), em Maceió, eles assistiram atentos a mais de 60 horas de aulas e palestras com pesquisadores da Embrapa Tabuleiros Costeiros (Aracaju, SE), Unidade da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária – Embrapa, vinculada ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, além do Instituto Agronômico de Campinas (IAC), Universidade Federal de Alagoas (UFAL) e Universidade Estadual Paulista (Unesp).

O aprendizado foi reforçado com visitas de campo a usinas da região para conhecer de perto todos os processos agrícolas e de produção industrial de açúcar, etanol e energia térmica a partir do bagaço da cana. Sempre muito atentos e curiosos, os técnicos congoleses observavam cada detalhe do maquinário, dos processos e da matéria-prima. Com a ajuda do tradutor, faziam perguntas aos técnicos das usinas Coruripe, Seresta, Santo Antônio e da cooperativa Pindorama.

Promovido pela Unidade de Execução de Pesquisas (UEP) da Embrapa Tabuleiros Costeiros, que fica em Rio Largo, na região metropolitana de Maceió, AL, o curso está no âmbito do acordo de Cooperação Econômica, Científica, Técnica e Cultural, celebrado entre os governos Brasileiro e do país africano, através da Agência Brasileira de Cooperação (ABC). A capacitação integra as ações do Acordo Básico de Cooperação Técnica e Científica para a implementação do projeto "Formação de Recursos Humanos e Transferência de Tecnologia para Apoio ao Programa Nacional Congolês de Modernização do Setor Sucroalcooleiro''.

Aprendizado

As aulas teóricas trataram de todos os aspectos ligados ao sistema de produção da cana-de-açúcar, desde a parte agrícola e biológica, como morfologia e fisiologia da planta, estudos do solo, adubação, irrigação, tratos culturais, melhoramento genético, doenças e pragas e pós-colheita, até os processos industriais, como análise de matéria-prima e automação dos processos.

O curso foi aberto, segunda-feira ( 22), pelo coordenador da UEP Rio Largo, o pesquisador Antônio Santiago, que lidera a rede nacional de pesquisa ‘Produção Sustentável da Cultura da Cana-de-açúcar para Bioenergia em Regiões Tradicionais e de Expansão no Nordeste e Norte do Brasil'. Ela falou sobre os avanços tecnológicos da cana-de-açúcar no Brasil.

Para o pesquisador da Embrapa Tabuleiros Costeiros, Marcelo Aguiar, que já esteve no Congo por conta do acordo de cooperação e foi um dos coordenadores do curso em Alagoas, a participação dos técnicos congoleses superou as expectativas. "O nível de concentração e curiosidade deles demonstra o quanto estão dispostos e interessados em aprender. Nós lhe fornecemos blocos de notas com 100 folhas no primeiro dia, mas na metade da semana já tivemos de obter mais papel, pois eles já tinham usado todo em anotações", observou Aguiar.

Nas visitas a campo, o que mais chamou a atenção do pesquisador Elio Guzzo, da Embrapa Tabuleiros Costeiros, foi o grande interesse dos congoleses em relação ao maquinário e as tecnologias empregadas. "Pudemos perceber como eles ficavam impressionados com o tamanho e o funcionamento das máquinas , tanto no campo quanto na indústria", disse.

O que mais impressionou o engenheiro agroalimentar Aimé Blaise Nitoumbi foi a grande quantidade e variedade de matéria-prima disponível, além do nível de mecanização. "Foi muito interessante ver a produção energética de perto nas usinas. Se conseguirmos implementar e desenvolver um sistema de produção de etanol como biocombustível no nosso país, isso trará muito desenvolvimento. Os conhecimentos que tive aqui abriram meus horizontes", afirmou.

Para a engenheira agrônoma Adrienne Kimbangui, as tecnologias empregadas nos processos de produção no Brasil são muito avançadas. "Estou impressionada com as tecnologias que vi aqui. Para mim foi um privilégio participar do curso. Estou muito feliz por ter tido a oportunidade de participar e levar conhecimentos para meu país. Agradeço ao Governo do Brasil pela iniciativa, e quero enfatizar que foi um dos poucos governos que entraram no nosso país sem interesses de explorar, levando conhecimento e desenvolvimento", declarou.

Cooperação

Estão previstas novas visitas de técnicos brasileiros ao Congo para capacitações técnicas e atividades de transferência de tecnologia.

As ações de cooperação do Brasil para desenvolvimento de sistemas de produção de cana acontecem também com outros países, como Suriname e El Salvador. Pesquisadores da Embrapa estão envolvidos em estudos não apenas com cana-de-açúcar, mas também com alternativas oleaginosas como mamona, girassol, amendoim e gergelim.

A cooperação internacional contempla, ainda, diagnósticos de culturas, experiências de campo e avaliação de viabilidade e de cenários.

Saulo Coelho  (MTb/SE 1065)Embrapa Tabuleiros Costeiros (Aracaju, SE)Contatos: saulocoelho@cpatc.embrapa.br / (79) 4009-1381

Mais fotos no Flickr, clicando aqui

Mais Informações: sac@cpatc.embrapa.br

Mais informações sobre o tema
Serviço de Atendimento ao Cidadão (SAC)
www.embrapa.br/fale-conosco/sac/