Discutir o fortalecimento da citricultura no Estado de Sergipe com atualização das técnicas e levantar as demandas de pesquisa na área são os objetivos da segunda edição do Seminário da Citricultura Sergipana onde pesquisadores, professores, empresários, agentes públicos, produtores, extensionistas e técnicos agrícolas se reuniram na Emdagro, no município de Boquim, Sergipe, nesta quarta-feira (30/07/2014).

De acordo com o pesquisador Carlos Martins, organizador do seminário, o evento marca o fortalecimento da pesquisa em citricultura no Estado de Sergipe. "As demandas de pesquisas que estão sendo levantadas pelos extensionistas e profissionais da área servirão de base para novos encaminhamentos que ficarão a disposição para políticas publicas em prol da citricultura", enfatizou.

Organizada pela Embrapa Tabuleiros Costeiros (aracaju, SE), 63 participantes estiveram presentes articulados pela Rede de pesquisa em Citricultura Sergipana (Recitros) onde foram abordados normas para produção de mudas e viveiros, novas tecnologias, ameaças, desafios, ações e a compatibilização com a pesquisa.

A Recitros foi criada em outubro de 2011 com intuito de fortalecer ações de pesquisa e o desenvolvimento tecnológica na cadeia produtiva de citros em Sergipe. Ela abrange pesquisadores e representantes da Embrapa Tabuleiros Costeiros, Emdagro, Universidade Federal de Sergipe, Universidade Tiradentes, Instituto de Tecnologia e Pesquisa, Instituto Tecnológico e de Pesquisa do Estado de Sergipe e Fundação de Apoio à Pesquisa e à Inovação Tecnológica.

Copa e porta-enxerto
O pesquisador Cláudio Leone, da Embrapa Mandioca e Fruticultura, disse que ainda no segundo semestre deste ano será lançado um documento  técnico com atualizações do sistema de produção de citros direcionado para o sul de Sergipe. Cláudio afirma que a Embrapa tem novos indicativos de combinações copa x porta-enxerto que permitem o adensamento das plantas e maior produção por área.

Duas unidades da Embrapa, a Mandioca Fruticultura (Cruz das Almas, BA) e a Tabuleiros Costeiros (Aracaju, SE) lançaram recentemente cinco novos materiais para porta-enxerto como o limão cravo Santa Cruz, a Sunki Tropical e os Citrandarins Indio, Riverside e Sandiego. O pesquisador também anunciou que a Embrapa também está lançando vinte copas. Três delas se destacam: a tangerina Piemonte, a laranja cara-cara (mesa) e a laranja Rubi (industrial).

Além dos indicativos de combinações copa-porta enxerto, o documento aborda também as novas pragas que afetam à citricultura tais como a Mosca Negra e o Psilídeo.

Ainda em relação às ameaças, Maria Aparecida Nascimento, Coordenadora de Defesa Vegetal da Emdagro (Empresa de Desenvolvimento Agropecuário de Sergipe), destacou que o controle biológico é o método mais indicado para o controle de diversas pragas que causam prejuízos econômicos, pelas características de sustentabilidade e evitando o impacto negativo causado pelo uso de agrotóxicos." Para o combate às pragas, devemos pesquisar e produzir inimigos naturais", defende Aparecida.

Foram discutidas também as normas na produção de mudas de citricas, como tema para pesquisa. O chefe da Divisão de Política e Desenvolvimento Agropecuário, André Barreto, fiscal da Superintendência Federal de Agricultura de Sergipe (SFA), aproveitou para aconselhar o produtor a só utilizar mudas de viveiros credenciados pelo Ministério da Agricultura de forma a garantir a identidade e a qualidade das mudas adquiridas.

"Comprar mudas de viveiristas não credenciados corre o risco de introduzir doenças e não garantir a identidade genética do material adquirido", disse André Barreto, que tem como atribuição fiscalizar os viveirstas credenciados e combater a produção clandestina de mudas.
 

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