Cerca de 250 pessoas compareceram aos três dias da Reunião de Pesquisa de Soja da Região Sul, realizada entre os dias 29 e 31 de julho, no auditório da Embrapa Clima Temperado (Pelotas/RS). Em sua 40ª edição, o evento destacou temas como o controle da Helicoverpa armigera, os desafios para o manejo da soja no Estado, a Fixação Biológica do Nitrogênio e algumas tecnologias de aplicação de insumos. Esta é a sexta vez que a Reunião é sediada em Pelotas, a primeira foi em 1977, quando o evento estava em sua quinta edição. Durante a Reunião foram abordadas todas as áreas que envolvem o sistema produtivo da soja. Para a pesquisadora e coordenadora do evento, Ana Cláudia Barneche, o grande ganho é a existência de um fórum que reúne pesquisa, extensão e setor produtivo para discutir algumas questões que podem melhorar o sistema produtivo. "Nesses quarenta anos os resultados da pesquisa ali apresentados foram impactando e apresentando grandes avanços de rendimento para a cultura", pontua. Durante o primeiro dia ocorreu ainda o Seminário Técnico da Soja, momento dividido em quatro painéis, quando foi discutida, além dos temas em destaque, a problemática das plantas daninhas nas lavouras. Além do conteúdo das palestras, os inscritos tiveram acesso, junto ao material do evento, a dois manuais orientadores para a identificação de pragas e de doenças da cultura; ao livro "A legendária história da soja", que trata da origem e disseminação da soja no Brasil e no Mundo; e a um folder explicativo sobre a Helicoverpa armigera e seu controle. Saiba mais sobre o controle da Helicoverpa armigera na entressafra da soja: Ainda de acordo com Barneche, a reunião deste ano superou as expectativas em termos de público. "Eles (palestrantes) conseguiram atender as demandas das pessoas. Foi uma excelente reunião para os que participaram", completa. Documentos As discussões do Seminário irão originar uma ata que servirá como base para duas publicações: a primeira reúne dados de produtividade, informações sobre a safra, trabalhos apresentados nas diferentes áreas durante o evento etc; E a segunda, reúne indicações técnicas para a cultura da soja – um livro completo para a produção do grão. Homenagens Na noite de terça-feira (29), um jantar de homenagens destacou o trabalho de alguns pesquisadores de diversas instituições e de uma empresa pelas contribuições ao desenvolvimento da cadeia da soja nos últimos anos. "As pessoas não têm muita memória, só se lembram do que é atual. Então essas homenagens são importantes porque eles se sentem valorizados", explica Barneche. Receberam o troféu: José Antônio Costa, Sérgio de Assis Librelotto Rubin, Francisco Vernetti Jr. (representando o pai, Francisco Vernetti), Beatriz Spalding Correa Ferreira, Nely Brancão, Emídio Rizzo Bonatto, Milton Kaster, Mário Franklin da Cunha Gastal e Paulo Bertagnoli. Pedro Antônio Leivas Leite recebeu o troféu em nome do Laboratório Leivas Leite, um dos primeiros locais a produzir o inoculante de soja – bactéria que ajuda as plantas na fixação de um importante elemento: o nitrogênio. Foto: Paulo Lanzetta A cultura no RS A área de soja na metade Sul do Rio Grande do Sul superou a de arroz nesta última safra, com 1,5 milhão de hectares cultivados. Os números relativos à produtividade também foram altos. Só a produção nesta região representou 25% do total colhido no Estado. E, segundo os pesquisadores, ainda existe a perspectiva de expansão de área. Mas o manejo da soja no Estado ainda representa um desafio – principalmente em áreas de várzea – de maneira que se mantenha a boa produtividade e a sustentabilidade da produção.