08/08/14 |   Transferência de Tecnologia

Missão brasileira avalia produção de algodão no Togo

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Foto: Felipe Alvarenga/IBA

Felipe Alvarenga/IBA - O Togo possui uma área de 93 mil hectares com 86 mil produtores de algodão.

O Togo possui uma área de 93 mil hectares com 86 mil produtores de algodão.

Uma delegação composta por oito técnicos da Embrapa, Agência Brasileira de Cooperação - ABC/MRE, Instituto Brasileiro do Algodão - IBA e Associação Brasileira dos Produtores de Algodão - Abrapa visitou o Togo no período de 20 de julho a 2 de agosto, em missão do projeto Cotton 4 + Togo "Reforço tecnológico e difusão de boas práticas agrícolas para o algodão nos países do C-4 e Togo". O objetivo foi avaliar a produção de algodão no Togo, país que passou a integrar o projeto neste ano. O chamado C-4 é composto por Benin, Burkina Faso, Chade e Mali, países localizados na África Ocidental.

Durante a missão, foi realizada a prospecção das características da produção, beneficiamento e comercialização do algodão no país. As visitas iniciaram no gabinete do ministro da Agricultura do Togo, Colonel Ouro Koura Agadazi. Também foram visitados representantes da associação de agricultores, institutos de pesquisa, extensão rural e outros elos da cadeia de produção.

O Togo possui uma área de 93 mil hectares com 86 mil produtores de algodão. No ano passado, a produção foi de 90 mil toneladas de algodão em caroço. Toda a produção é destinada ao mercado externo. Além do algodão, os agricultores togoleses cultivam milho, mandioca, inhame, amendoim e feijão caupi.

Segundo o articulador internacional da Embrapa Algodão, pesquisador José Ednilson Miranda, o país planta somente uma variedade de algodão, a STAM 129, com 45% de fibra. "Não há ocorrência do bicudo-do-algodoeiro, uma das principais pragas da cultura no Brasil, e as doenças fúngicas não são problemas para a cultura do algodoeiro. As pragas como a Helicoverpa armigera e demais lagartas são controladas por dois inseticidas a base de Benzoato de Emamectina e Clorantraniliprole, além de possuírem inimigos naturais", relatou.

Conforme Miranda, o setor produtivo de algodão no país está montado sobre três pilares: pesquisa, promoção e produção. A pesquisa cabe ao Instituto Togolês de Pesquisa Agrícola (ITRA), que desenvolve novas variedades, testa e valida novas técnicas de cultivo, além de responder pela ação de capacitação de técnicos multiplicadores. A difusão de tecnologia fica a cargo da Nova Sociedade de Algodão do Togo (NSCT), que também se compromete com o fornecimento de insumos, assistência técnica, compra da produção, beneficiamento e venda da fibra e do caroço de algodão. A Federação Nacional de Agrupamentos de Produtores de Algodão (FNGPC) representa os produtores em nível nacional, tendo participação ativa nas discussões e decisões relacionadas ao setor cotonícola.

Entre os gargalos da produção de algodão levantados pela missão no país destacam-se: o desestímulo do produtor em cultivar o algodão devido aos preços baixos; a necessidade de conscientização do produtor quanto ao novo modelo organizacional do setor; e o baixo e inadequado uso de insumos.

"Por outro lado, fatores climáticos favoráveis à produção do algodão foram observados como bom regime pluvial, alta taxa de luminosidade, baixo custo de produção, utilização de variedades desenvolvidas localmente, colheita manual que assegura qualidade da fibra e alta taxa de rendimento de fibras", elencou o pesquisador.

Cotton-4 + Togo

Coordenado pelo Brasil em conjunto com Benin, Burquina Faso, Chade, Mali e Togo, projeto  visa ajudar os cinco países africanos a desenvolver o setor de algodão, aumentar a produtividade, gerar diversidade genética e aprimorar a qualidade do produto cultivado.

Entre as ações que serão desenvolvidas nos próximos três anos estão a instalação de um Centro Regional de Recursos Genéticos no Mali, a capacitação de pesquisadores, agentes de transferência de tecnologia e produtores líderes africanos na utilização do Manual de Boas Práticas, a instalação de Unidades de Teste e Demonstração (UTDs) nos cinco países africanos e de laboratórios de criação de insetos, além da capacitação no tema do manejo de doenças do algodoeiro para a África.

A próxima missão terá o objetivo de elaborar de um diagnóstico das instalações dos centros de pesquisa do Benin, Chade, Burkina Faso e Togo com o objetivo de levantar as necessidades de reformas e construções prediais (administração e laboratórios) e aquisição de equipamentos dos centros.

Edna Santos (MTB-CE 01700)
Embrapa Algodão

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