Embrapa promove nesta sexta-feira, 19, outra oportunidade do curso. Mais de 100 participantes serão treinados em Passo Fundo para atender a área Noroeste do RS. Durante todo o dia da quarta-feira, 17, a Embrapa Clima Temperado, de Pelotas/RS, realizou nas dependências da Estação Experimental de Terras Baixas (ETB), no Capão do Leão/RS, o Curso Qualidade, Segurança e Integridade do Leite, numa promoção conjunta com a Embrapa Gado de Leite, de Juiz de Fora/MG. Participaram do treinamento diversas instituições ligadas ao setor produtivo leiteiro, além de empresas do setor privado. Cerca de 85 profissionais foram capacitados através da internalização de conceitos, de análises e perigos de controle, além de serem desafiados a apresentarem soluções para 15 casos do setor pelo ministrante Marcelo Bonnet, da Embrapa. O curso foi aberto oficialmente com a presença do chefe-geral, Clenio Pillon. O analista Marcelo Bonnet, com 20 anos de atuação, entre a Embrapa e o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), discutiu junto ao grupo a necessidade de autocontroles, do uso de boas práticas agropecuárias, de boas práticas de fabricação, de procedimentos de padronização e higiene operacional e o papel da rede brasileira de laboratórios. "A intenção é melhorar a qualidade do leite e fizemos uma agenda focada na região para minimizar os problemas. Os participantes poderão colocar em prática de forma imediata os dados repassados neste treinamento", disse Marcelo. Para a pesquisadora Maira Zanela, o evento foi motivado pelo setor produtivo lácteo e há uma necessidade desse segmento colocar em cheque informações como quais os controles necessários, quais os critérios de amostragem adequados, quais as informações das análises que chegam até a pesquisa, como fazer os registros, enfim, um conjunto de conhecimentos a respeito da qualidade e segurança do produto-leite. "Em todas as etapas é preciso um controle rígido e eficiente desde a criação das terneiras até as boas práticas de fabricação. Isto é segurança para a família", comentou. A participante do curso e responsável pela Divisão de Laticínios da Cosulati, Clarice Carriconde, diz encontrar na Embrapa o nivelamento técnico e o aprimoramento de qualidade, no momento em que se vive uma crise no Estado quanto à integridade do leite. "É triste que toda uma cadeia produtiva está sendo colocada em cheque, por causa de alguns", destacou. Ela defende que o leite produzido no Rio Grande do Sul certamente está sendo produzido o mais puro. "Tudo o que está acontecendo é por que temos fiscalização, e uma fiscalização forte", reforçou. Segundo o supervisor das duas divisões da Pomerano Alimentos, de São Lourenço do Sul/RS, Telcio Tejada, o curso é de extrema importância para uma região de referência na produção leiteira. "Se o leite não chegar com boa qualidade na indústria, a indústria não tem como melhorá-lo. A indústria apenas mantém a qualidade existente no produto que recebe", considerou. Ele avaliou a proposta do curso positivo pelo fato de ser um treinamento rápido e de ser voltado para quem vive a rotina do "chão da fábrica". A Pomerano Alimentos possui uma divisão que processa 20 mil litros/dia e oferece diversos produtos lácteos. Já a segunda divisão, recebe 100 mil litros/dia, e está investindo, com lançamento em breve, da queijaria. "Vamos oferecer, o que já vinha sendo feito, o queijo mussarela e uma linha de queijos especiais e finos, como o colonial e o gouda", anunciou Telcio. Cerca de 80% do leite recebido pela Pomerano é de origem das propriedades rurais lourencianas. O Sindicato de Laticínios/RS (Sindilat) esteve presente na atividade. "Há dois anos estamos investindo em treinamentos de qualidade nas indústrias, já trouxemos outros palestrantes, e nosso compromisso está em promover ações junto aos envolvidos no setor produtivo, que sejam aplicáveis na cadeia leiteira", assumiu como meta do Sindicato, a consultora de qualidade e médica-veterinária, Letícia Cappielo. Ela confirmou que o Sindicato está realizando um trabalho forte também de fiscalização. O chefe-geral, Clenio Pillon, enalteceu a motivação das instituições participantes na organização do evento como as unidades de pesquisa da Embrapa, a Embrapa Gado de Leite e a Trigo, em atender em pouco tempo, cerca de dez dias, o planejamento do curso. "O curso traz uma agenda importante, com a urgência e seriedade que precisam ser tratadas, capaz de amparar futuras políticas públicas necessárias para cadeia produtiva. É preciso refletir que 130 mil famílias dependem da atividade leiteira no RS e todas precisam da garantia de um alimento seguro, saudável", conclamou. Participaram do treinamento representantes da Secretaria de Agricultura, Pecuária e Agronegócio e Secretaria de Desenvolvimento Rural, ambas do Estado do RS, Unisul- Tubarão/SC, UFRGS, UFPel, UFSM, FURG, UFCSPA, de Caxias do Sul/RS, COODETEC/Canguçu, Laticínio Fortuna, de Rio Fortuna/RS, Pomerano Alimentos e COOPAR, ambas de São Lourenço do Sul/RS, CR Química, de Canoas/RS, Fepagro, Agropecuária Leonense, de Capão do Leão/RS, Brasil Foods de Bagé e São Lourenço do Sul/RS, Emater/RS-Ascar, Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), Cosulati com as divisões de Cerrito, Arroio Grande, Canguçu, Bagé, Capão do Leão, Arroio do Padre, Morro Redondo e Rio Grande. O curso tem continuidade nesta sexta-feira, dia 19, na Embrapa Trigo, em Passo Fundo/RS, com a participação de 100 inscritos para atender profissionais da indústria de latícinios e técnicos envolvidos na cadeia produtiva do leite na região noroeste do Estado.