17/10/14 |   Mudanças climáticas

Calor atípico em outubro deve continuar em Dourados

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Foto: Nilton Pires

Nilton Pires - Estação de Agrometeorologia da Embrapa Agropecuária Oeste reúne dados históricos.

Estação de Agrometeorologia da Embrapa Agropecuária Oeste reúne dados históricos.

Desde o dia 8 de outubro, os moradores de Dourados estão vivendo dias de intenso calor, devido a atual onda de calor que está presente na região e que, provavelmente, permanecerá até o final de semana. Ao longo desses nove dias de duração da onda de calor, caracterizada por uma sequência de dias com temperaturas máximas superiores a 33°C, a temperatura média máxima registrada  foi de 37,8º C. Sendo que na tarde de quarta-feira, 13 de outubro, às 14h59, foi registrada a temperatura máxima de 39,4ºC, a temperatura mais alta do ano.

De acordo com o pesquisador da Embrapa Agropecuária Oeste, Carlos Ricardo Fietz, responsável pelas pesquisas realizadas por meio do Guia Clima MS, a média das temperaturas máximas de outubro dos últimos 35 anos é de 30,8ºC. Segundo ele, dados fornecidos pela base de dados meteorológicos da Embrapa Agropecuária Oeste, coletados, armazenados e organizados desde junho de 1979, quando iniciou a série histórica de 39 anos de dados agrometeorológicos da cidade, até fevereiro desse ano houve na região de Dourados 14 ondas de calor com mais de 12 dias.

O pesquisador relembra que esse ano, no período de 28 de janeiro a 11 de fevereiro, a cidade já passou por uma onda de calor que teve duração de 15 dias, com temperatura média 27,9ºC e temperatura máxima de 37,9ºC. Os dados históricos demonstram que as ondas de calor intensificaram sua frequência há 12 anos.

"Na década de 80, houve apenas uma onda de calor, que durou 13 dias, em novembro de 1985, com temperatura média de 29,7ºC. Já na década de 90, foram registradas apenas três ocorrências. Porém, desde o ano de 2002, - quando tivemos três ondas de calor (março, abril e setembro), além da mais extensa onda de calor registrada com 27 dias de duração -, a região já passou por dez ocorrências e pode ser que estejamos vivenciando a 15º onda de calor da história douradense, pois ainda estamos no seu 9º dia", explica Fietz.

"Além  dessa onda de calor, estamos a nove dias sem chuvas na região. Assim, a chuva mensal acumulada em outubro até o dia 15, foi de 6,4mm, sendo que a média mensal de outubro é de 143.1mm", acrescenta Fietz.

Sensação térmica - O pesquisador explica ainda que a temperatura aparente ou índice de calor, denominada popularmente de sensação térmica atingiu  39ºC, às 12h30, da quinta-feira, dia 16. Esse valor é calculado com base nas informações do efeito conjunto de temperaturas altas e da umidade do ar. A National Weather Service Office dos Estados Unidos (NOAA's), estabelece critérios de risco à saúde humana, relacionados a diversos dados climáticos. De acordo com esses critérios, o nível de risco à saúde humana atual é classificado como "Muita Atenção", quando a sensação térmica varia de 32,1 a 41ºC. "O calor excessivo, além de provocar desconforto térmico, pode afetar o desempenho e o comportamento das pessoas, causando mal estar, inquietações e perda de concentração. Além disso, pode causar fadiga, câimbra e esgotamento", explica o pesquisador.


Umidade relativa do ar - Entretanto, a umidade relativa do ar tem atingido níveis inferiores a 20%, o que segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS) é classificado como sendo "Estado de Alerta". "Quanto mais baixos forem os níveis baixos de umidade relativa do ar, que indicam que há uma pequena quantidade de água, em forma de vapor na atmosfera, maiores os riscos à saúde humana, mas até o momento a situação é boa quanto a esse aspecto", finaliza ele.

Christiane R. Congro Comas (Mtb-SC 00825/9 JP)
Embrapa Agropecuária Oeste

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