28/10/14 |   Agroecologia e produção orgânica

Iniciativa pede alimentação sustentável nos Jogos Olímpicos

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reprodução - Diagnóstico feito pela iniciativa Rio Alimentação Sustentável

Diagnóstico feito pela iniciativa Rio Alimentação Sustentável

Um documento lançado no dia 16 de outubro – Dia Mundial da Alimentação -, na sede do Comitê Olímpico Rio 2016, pretende inserir nos Jogos Olímpicos e Paralímpicos do Rio de Janeiro a preocupação com a alimentação sustentável. Intitulado O Sabor dos Jogos, o estudo é resultado do trabalho da iniciativa Rio Alimentação Sustentável, formada em 2013 e constituída por cerca de 20 instituições – entre elas a Embrapa – que decidiram aproveitar a oportunidade da realização desses eventos para discutir o desenvolvimento de uma visão alimentar para o País.
 
O texto é embasado em diagnóstico feito por essa mesma iniciativa sobre a oferta de alimentos saudáveis e sustentáveis no Rio de Janeiro e no Brasil, também fazendo recomendações para a política de aquisição dos produtos oferecidos nos Jogos. A intenção é que os alimentos consumidos pelos participantes durante os eventos sejam saudáveis e produzidos sustentavelmente. "Acreditamos que esse processo, até a chegada da Olimpíada, possa gerar uma demanda e desdobramentos. E isso depende principalmente da receptividade que a iniciativa terá junto à sociedade, aos patrocinadores do evento e aos gestores públicos", afirma a pesquisadora da Embrapa Agrobiologia (Seropédica/RJ) Mariella Uzêda, representante da empresa na Rio Alimentação Sustentável.
 
O relatório também indica problemas existentes em cadeias produtivas de 15 tipos de alimentos, apontando metas mínimas e desejáveis para que atendam aos critérios de sustentabilidade. Descreve, ainda, uma série de recomendações específicas, geralmente focadas na priorização de alimentos orgânicos, na valorização da agricultura familiar e na busca por produtos certificados e provenientes de áreas não desmatadas. "Estabelecer uma ligação entre o consumidor, a história e a origem do produtor e do processo produtivo aproximam a área urbana e a rural. Acredito que esse envolvimento é que estimulará os consumidores a uma atitude mais comprometida. Infelizmente, ainda compramos nas feiras e nos hortifrutis produtos sem identidade e, portanto, sem uma história que ligue quem consome a quem produz", critica Mariella.
 
Comprometimento – O lançamento do documento na sede do Comitê Olímpico foi o primeiro passo para que a entidade se comprometa com as metas destacadas pelo grupo Rio Alimentação Sustentável. Mas a pretensão da iniciativa, ao final do processo, é de que o modelo sirva como base para a implantação de práticas de incentivo à alimentação sustentável pela população como um todo, despertando a consciência sobre o assunto. O desafio é grande, como aponta Mariella: "Hoje o mercado de orgânicos no Rio de Janeiro já possui uma enorme lacuna de atendimento. E consiste nisso a nossa provocação. De um lado existe um mercado ávido por produtos sustentáveis e do outro há a agricultura familiar, que atende a 75% da demanda nacional, precisando ser apoiada e estimulada para o processo de transição agroecológica."
 
Para a pesquisadora, é preciso criar um arcabouço que reanime a agricultura familiar do ponto de vista econômico e também quanto à autoestima dos produtores, reconhecendo seu papel na conservação da biodiversidade. "Na verdade, o que se busca com essa iniciativa é auxiliar na abertura desse caminho. Atender às demandas presentes e futuras é um meio para conquistar transformações muito maiores", sintetiza.
 
Também fazem parte da iniciativa Rio Alimentação Sustentável órgãos como Ministério do Meio Ambiente, Empresa de Pesquisa Agropecuária do Rio de Janeiro (Pesagro-Rio), Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ), Fundação Getúlio Vargas e Inmetro, além de ONGs como a World Wildlife Fund (WWF) e a Planeta Orgânico, entre outras instituições. Mais informações sobre a Rio Alimentação Saudável podem ser encontradas aqui.
 

Liliane Bello (MTb 01766/GO)
Embrapa Agrobiologia

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