Ciência deve ser livre, mas sua aplicação precisa ser controlada, afirma especialista em bioética
Ciência deve ser livre, mas sua aplicação precisa ser controlada, afirma especialista em bioética
Em entrevista ao programa Conexão Ciência sobre bioética, o professor da Universidade de Brasília (UnB) Volnei Garrafa, coordenador da Cátedra Unesco de Bioética da UnB, defende que a ciência deve ser livre mas a aplicação dela, ou seja, a tecnologia, deve ser controlada. Durante a entrevista Garrafa explicou que a bioética surge a partir de dois pontos: o “desenvolvimento científico-tecnológico acelerado e mudanças na moralidade”.
Para ele, foi a partir de grandes mudanças na visão moral do mundo, principalmente nos anos 50 e 60, que a bioética nasce de fato. “A partir da pílula anticoncepcional, da libertação da mulher, dos movimentos negros, indígenas, homossexuais, movimentos que acabaram se refletindo nas artes. O mundo passou a ser mais plural do ponto de vista moral. O que passou a ser bem para um, deixou de ser bem para outro”, explicou.
No Brasil, segundo o professor, a bioética ganhou força nos anos 90 com a criação pelo Conselho Federal de Medicina da Revista Bioética, a fundação da Sociedade Brasileira de Bioética e a criação no Ministério da Saúde, na época da Comissão Nacional de controle ético para as pesquisas com seres humanos.
Garrafa define a bioética de hoje como a “bioética da vida”, que incorpora não somente os temas biomédicos e biotecnológicos, mas também os sanitários, sociais e ambientais. O professor comentou ainda sobre legislação e várias questões como edição de genomas em embriões humanos, transgênicos, transplantes de órgãos e tecidos, pesquisas com animais, dentre outras.
Confira esta e outras entrevistas do programa Conexão Ciência.
Juliana Freire
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