06/05/15 |   Gestão ambiental e territorial

Embrapa participa do lançamento de evento mundial sobre agricultura de montanha

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Foto: Adrian Busch

Adrian Busch -
Contribuir para o desenvolvimento sustentável de regiões de montanha na Europa e no mundo, com base no conhecimento científico. Esse é o principal objetivo do Mountains 2016, lançado em 29 de abril, em Bragança, Portugal. A sessão de lançamento contou com a participação, por meio de videoconferência, da chefe de Pesquisa e Desenvolvimento da Embrapa Agrobiologia, Maria Elizabeth Correia, e dos pesquisadores Adriana Aquino, Renato Linhares e Luiz Fernando de Moraes. Na ocasião, a chefe ressaltou a necessidade de ampliar a pesquisa e o desenvolvimento tecnológico para esses ambientes no Brasil. "Entendemos que o Mountains 2016 será uma oportunidade de aprendizado, além de trazer à discussão internacional esse desafio que temos", disse. 
 
Marcado para outubro do ano que vem, o Mountains 2016 integra dois eventos paralelos: a X Convenção Europeia da Montanha e a I Conferência Internacional sobre Investigação e Desenvolvimento Sustentável em Regiões de Montanha. A intenção é reunir em um mesmo ambiente de debate cientistas, gestores, agricultores e outros atores dos espaços de montanha provenientes de todas as regiões do mundo, para partilharem experiências e discutirem soluções de desenvolvimento sustentável. 
 
A organização é do Centro de Investigação de Montanha e do Instituto Politécnico de Bragança, em parceria com a Associação Europeia da Montanha (Euromontana), a Embrapa, a cátedra da Unesco em desenvolvimento sustentável de montanhas e a Associação para o Desenvolvimento da Viticultura Duriense (ADVID). São integrantes também a Câmara Municipal de Bragança, a Associação de Jovens Agricultores de Portugal, o Crescente Fértil do Brasil e as organizações internacionais Mountain Partnership e Montain Research Initiative.
 
A Embrapa e a agricultura de montanha - As montanhas são ambientes diferenciados, nos quais a dificuldade de acesso proporcionada pela topografia, a susceptibilidade a variações climáticas, a pouca profundidade do solo - que provoca deslizamentos de terras e processos erosivos –, e as oscilações de temperatura entre os períodos diurno e noturno determinam especificidades para a produção agrícola. E isso tudo influencia na comercialização e no desenvolvimento local. 
 
A Embrapa, juntamente com instituições parceiras como Emater-Rio e Pesagro-Rio, vem trabalhando junto a agricultores da região serrana fluminense no desenvolvimento e na adaptação de técnicas que sejam mais adequadas ao seu tipo de solo, clima e relevo, bem como no fortalecimento da noção territorial junto aos agricultores, como estratégia de diferenciação dos espaços e de seus produtos. "Apesar de todas as particularidades dos ecossistemas montanhosos, a maioria dos países, incluindo o Brasil, aplica nessas regiões as leis elaboradas para áreas planas", explica a pesquisadora Adriana Aquino.
 
Plantio direto para cobertura do solo, adubação verde, Tomatec®, agroindústria de brotos comestíveis e boas práticas de pós-colheita são algumas das técnicas com as quais os agricultores estão tendo contato. Segundo o pesquisador Renato Linhares, para o manejo adequado em ambientes de montanha, as práticas agroecológicas são as mais apropriadas. Mas ele ressalta que, para viabilizar soluções para a agricultura da região, é necessário ouvir os produtores e utilizar métodos participativos para promover modelos de desenvolvimento rural nos quais eles acreditem.  "É uma forma de dar autonomia aos agricultores na busca de caminhos para melhores condições de permanência e prática da agricultura nas montanhas", afirma o pesquisador, que atua no local há quase uma década.
 
Na região serrana fluminense há o predomínio do cultivo de hortaliças, desenvolvido principalmente em pequenos estabelecimentos de produção familiar e sem o uso de práticas conservacionistas de solo. Se por um lado a agricultura da região é caracterizada por altas produtividades, por outro está associada à vulnerabilidade social e a unidades de produção com problemas ambientais decorrentes do uso intensivo dos solos. 
 
NPTA - Estrategicamente localizado em Nova Friburgo, município caracterizado como polo econômico regional e importante produtor de hortaliças, o Núcleo de Pesquisa e Treinamento para Agricultores da Embrapa (NPTA) tem avançado para reverter esse quadro de degradação ambiental e incerteza econômica. Um grupo técnico envolvendo várias Unidades da Embrapa (Agrobiologia, Hortaliças, Solos, Agroindústria de Alimentos e Pecuária Sul) vem há sete anos reunindo esforços e estabelecendo estratégias com o intuito de ampliar a percepção dos agricultores sobre a importância das práticas agroecológicas, especialmente no contexto dos ambientes montanhosos, garantindo a conservação ambiental e a qualidade da produção.
 
Assista aqui ao vídeo sobre o Montains 2016.
 
 

Ana Lucia Ferreira (MTb 16913/RJ)
Embrapa Agrobiologia

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