Pesquisadores e analistas da Embrapa Acre compartilharam conhecimentos técnico-científicos sobre a agropecuária acreana com 15 produtores familiares da Província de Tahuamanu, localizada na região de Madre de Dios, no Peru. O evento aconteceu no último dia 23 e fez parte da programação da viagem dos peruanos ao Acre.

No período da manhã, a pesquisadora Aureny Lunz apresentou as áreas com consórcio agroflorestal, café clonal e açaí de touceira, no Campo Experimental da Unidade. Já o pesquisador José Tadeu Marinho mostrou os experimentos com cultivo de milho e soja, em sistema de plantio direto e rotação de culturas, na propriedade do produtor rural Raiolando de Oliveira.

À tarde, foi reservada para uma sessão de palestras com temas voltados para agricultura conservacionista na produção familiar, formação e recuperação de pastagens e suplementação de bovinos em pastagens proferidas, respectivamente, pelos pesquisadores Falberni Costa, Carlos Maurício de Andrade e Maykel Sales. A rede integração Lavoura-Pecuária e Floresta (iLPF) e o aplicativo de realidade aumentada sobre o sistema foram apresentados pelo analista Fabiano Estanislau e o pesquisador José Tadeu Marinho.

Para o coordenador da viagem, Alonso Córdova Arrieta, técnico da WWF-Peru,  o conhecimento de experiências de sucesso das principais cadeias produtivas do estado do Acre vai contribuir para que os produtores peruanos desenvolvam novas formas de uso da terra. “A região do Acre é muito parecida com a de Tahuamanu. Essa vivência pode auxiliar para a criação de políticas públicas que visem à redução do desmatamento, alinhadas com conservação ambiental e produção agropecuária”, afirma Córdova.

A Província de Tahuamanu tem características de clima e solo semelhantes ao Acre e faz fronteira com a Bolívia e o Brasil. As principais atividades econômicas são a silvicultura, com exploração madeireira e extração de castanha, o ecoturismo, além da pecuária e piscicultura. “Como estamos numa região de fronteira internacional, começamos a receber demandas dos países vizinhos para compartilharmos as tecnologias geradas pela Embrapa”, conta Dorila Gonzaga, analista do Setor de Transferência de Tecnologia que coordenou o evento.

A visita à Embrapa foi a primeira atividade da agenda da delegação peruana.  Até o dia 26 de janeiro, os produtores conheceram as experiências agroindustriais do Peixes da Amazônia e Dom Porquito, além de visitar propriedades com produção de mandioca e pecuária. A viagem é fruto de uma parceria entre a Embrapa, WWF, Instituto de Mudanças Climáticas (IMC) e Universidade Federal do Acre (Ufac).