05/06/15 |   Gestão ambiental e territorial

Embrapa contribui para agropecuária gerar ativos ambientais

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Foto: Clarice Zanoni Fontes/Embrapa

Clarice Zanoni Fontes/Embrapa - Trilha Ecológica da Embrapa Agropecuária Oeste

Trilha Ecológica da Embrapa Agropecuária Oeste

No Dia Mundial do Meio Ambiente, a Embrapa Agropecuária Oeste lembra a importância do Brasil ter evoluído de 'pró-produção agropecuária' para um País 'pró-produção e pró-ambiente'

O Dia Mundial do Meio Ambiente é comemorado em 5 de junho, e diversos segmentos da sociedade buscam diminuir os impactos do desenvolvimento, preservar os recursos naturais e conscientizar a população. No campo da agropecuária não é diferente. A nova ordem econômica mundial é produzir grãos, fibras, carne e energia com foco não somente no aumento da produção, mas com enfoque principalmente ambiental, gerando também melhorias sociais. As instituições de pesquisa brasileiras têm acompanhado e contribuído para que essa demanda da sociedade seja colocada em prática.

A Embrapa, vinculada ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), faz parte dessa realidade ao gerar conhecimentos e tecnologias, que conservam e acumulam água no sistema de produção, reduzem a emissão dos gases de efeito estufa, preservam nascentes e mananciais, entre outros resultados de pesquisa que buscam atender à atual realidade econômica: a agropecuária como geradora de grãos, fibras e energia, mas também de ativos ambientais.

O pesquisador Guilherme Asmus, chefe geral da Embrapa Agropecuária Oeste, lembra que antes da década de 1970, o Brasil era importador de alimentos e a partir daquela década, houve a preocupação com a produção interna de alimentos e, por isso, o investimento em instituições de pesquisa.

"Costumo dizer que, naquela época, o País vivia em um momento 'pró-produção', para ser autossuficiente. Com isso, acabou sendo também um grande player mundial no comércio de alimentos. Depois de se tornar autônomo, o Brasil entrou em uma nova fase, quando a pesquisa agrícola passou a se preocupar mais fortemente com o tripé da sustentabilidade com grande foco 'pró-ambiente', desenvolvendo conhecimento e tecnologias ambientalmente amigáveis".

Uma das consequências dessa preocupação da pesquisa e, consequentemente da assistência técnica e do produtor rural, é que houve aumento da produtividade por área com reflexo ambiental direto: a menor pressão sobre fronteiras agrícolas. Asmus cita, entre as contribuições da Embrapa, os sistemas que permitem a integração de atividades que possibilitam maior ganho e eficiência de produção por unidade/área, permitindo a existência de 2 a 2,5 safras/ano.

Outro exemplo foi o desenvolvimento do consórcio milho com Brachiaria ruziziensis,  com resultados positivos principalmente no sistema de produção no Cerrado Brasileiro - onde a cobertura vegetal se degrada rapidamente, deixando o solo descoberto até que outra cultura entre na área. "A pesquisa mostra que o consórcio, tecnologia aprimorada pela Embrapa, entre outros benefícios, conserva a umidade do solo, evita a erosão e aumenta a produtividade. Isso significa, mais uma vez, que as pesquisas geram tecnologias para a agropecuária que chegam ao produtor rural e que conservam o meio ambiente", afirma Asmus.

A integração lavoura-pecuária (ILP) e o manejo integrado de pragas (MIP), considerando o controle biológico de pragas, e a fixação biológica de nitrogênio (FBN) são tecnologias desenvolvidas que impactam de forma positiva no meio ambiente, . O pesquisador Asmus diz que, no caso da FBN, "embora seja uma tecnologia antiga, as instituições de pesquisa a desenvolvem, melhoram e expandem a cada ano, com resultados espetaculares em diferentes cultivos, caso de leguminosas como o feijão-caupi e de gramíneas, como o milho."

Dentro dos macrotemas de pesquisa da Embrapa, também há modelos agrícolas ambientalmente sustentáveis aplicados aos agricultores familiares, como sistemas de base agroecológicas e agricultura de base orgânica. "São pesquisas que estão entre os temas prioritários da Empresa. Na Unidade [da Embrapa em Dourados, MS], temos projetos de pesquisa e de transferência de tecnologia voltados para esses temas. Lembrando que a maior parte da produção do Brasil vem de pequenas unidades familiares e, da mesma forma, é preciso aliar produtividade à preservação do meio ambiente."

Olhar ambiental

Seguir a legislação ambiental e proporcionar um ambiente adequado para execução das atividades de pesquisa e de apoio, é um dos preceitos da Embrapa. "A preocupação com o meio ambiente é o papel da Unidade enquanto Empresa que busca a sustentabilidade da agropecuária, inclusive em suas ações que podem impactar direta e indiretamente o entorno onde atua", explica o chefe geral da Embrapa Agropecuária Oeste.

A adequação da Unidade vai desde coleta seletiva de lixo, diminuição do uso de produtos descartáveis, reaproveitamento e reciclagem de materiais, sistematização da coleta de esgoto a destinação de resíduos agrotóxicos e laboratoriais.

O local onde é feito o controle de agrotóxicos da Embrapa Agropecuária Oeste é chamado de Gerecamp (Unidade de Gerenciamento de Campos Experimentais). A estrutura foi construída para a guarda e a destinação de resíduos de defensivos agrícolas. "São tomados os cuidados com a proteção individual e ambiental para não haver exposição a riscos. Isso implica na aplicação de rigorosa metodologia de procedimentos."

Além disso, é no Gerecamp que é feito o controle da movimentação de pessoal em áreas do Campo Experimental da Unidade onde houve aplicação de agrotóxicos, assim como é o local onde equipamentos, como tratores, pulverizadores, e as embalagens de agroquímicos que serão descartadas são lavadas. O Gerelab é a Unidade de Gerenciamento de Resíduos Laboratoriais, que segue o Princípio das Boas Práticas de Laboratório. É nesse ambiente em que os resíduos laboratoriais são tratados e recebem a destinação adequada.
"As adequações internas estão em constante evolução, buscando a qualidade de vida e segurança no trabalho e, como consequência, a eficiência no cumprimento da missão da Embrapa Agropecuária Oeste, que é viabilizar soluções para a sustentabilidade da agricultura na Região Oeste do Brasil por meio de pesquisa, desenvolvimento e inovação, em benefício da sociedade", conclui Asmus.

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Sílvia Zoche Borges (MTb-MG 08223 JP)
Embrapa Agropecuária Oeste

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