20/04/18 |   Agricultura familiar

Flores e cultivo protegido de plantas são apresentados na Tecnofam 2018

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Foto: Alex Sandro Vincentin

Alex Sandro Vincentin - Visitantes da Tecnofam 2018 obtendo informações sobre as flores tropicais

Visitantes da Tecnofam 2018 obtendo informações sobre as flores tropicais

Não tem quem passe pela área de Tecnologias a Campo, na terceira edição da Tecnofam – Tecnologias e Conhecimentos para Agricultura Familiar, em Dourados, e não se encante pelo colorido das flores ornamentais cultivadas dentro da unidade demonstrativa dos engenheiros agrônomos Flávio Ferreira e Francimar Perez, respectivamente, da Agraer (Agência de Desenvolvimento Agrário e Extensão Rural) e da Semagro (Secretaria de Estado de Meio Desenvolvimento Econômico, Produção e Agricultura Familiar). Em tons variados (rosa, vermelho, brancos, verde e alaranjado) as flores estão movimentando o estande com a constante presença de pessoas interessadas em aprender a origem das plantas e as técnicas de cultivo.

“Eu adoro flores. Eu me encantei de longe e fiquei curiosa para saber um pouco sobre o cultivo. Tem uma que se chama bico de arara que eu já tenho no meu jardim, mas as outras eu ainda não conhecia”, diz a agricultora familiar Mária Valéria da Silva, do município de Glória de Dourados.

“Costumo dizer que não são flores delicadas e que você consegue harmonizar os arranjos em locais grandes. Logo na entrada da Tecnofam é possível ver os arranjos que fizemos para recepcionar o público”, diz Flávio Ferreira. Uma decoração que além de colorir o espaço viabilizou um apoio e economia no evento, visto o custo dos arranjos. “No mercado, você encontra arranjos de vários preços. Os mais baratos ficam na casa dos R$ 300,00. Mas, há arranjos maiores que dependo do tamanho das flores e, também, dos vasos, podem chegar a 500 ou 600 reais”, afirma a engenheira agrônoma Francimar Perez.

Um ponto interessante das flores está na sua resistência. “Diretamente no chão, as flores aguentam até 40 dias. Os arranjos duram de 15 a 20 dias”, avalia o engenheiro agrônomo. As espécies escolhidas para o experimento se adaptam muito bem ao clima de Mato Grosso do Sul. Além de ser interessante dentro da agricultura familiar pelo fácil manejo de cultivo, durabilidade das flores e procura no mercado.
 
“É um estudo que vem sendo feito pela pesquisadoras Liliane Kobayashi e Francimar Perez para definir as melhores épocas de plantio dessas flores tropicais. Em Campo Grande, há uma área no Cepaer [Centro de Pesquisa e Capacitação da Agraer] só para cultivo das flores. A proposta é difundir novos cultivos, em especial para as mulheres que preferem este segmento. Há um mercado promissor para esse tipo de planta, pois só uma haste dela varia de R$ 12 a 25,00”.

Cúrcuma – Mais conhecida como açafrão da terra, é um dos tipos de flores da família do gengibre. Seu nome veio do latim e quer dizer “mérito da terra”. É bom ressaltar que ao contrário do que muitos dizem na internet, a cúrcuma não é o açafrão, embora muitos a chamem de açafrão da terra. As duas plantas advém de espécies bem diferentes.

A cúrcuma é um rizoma — um caule subterrâneo— e é da família do gengibre. De origem asiática, é uma especiaria bastante cultivada e consumida na Índia e Indonésia, Inclusive, muito difundida para o tingimento do curry, dando aquela cor amarela da especiaria.

As flores de cúrcuma também apresentam propriedades medicinais e estão presentes na formulação de alguns remédios. Algumas pesquisas recentes apontam que ela pode ser uma grande aliada no combate e prevenção de diversas doenças graves, como artrite reumatoide, cirrose hepática, câncer e mal de Alzheimer.

Contudo, seu uso não pode ser feito aleatoriamente. Atualmente há pesquisas que apontam que ingerir mais de 10 gramas por dia, o equivalente a quatro colheres de sobremesa, pode causar alterações no sistema nervoso. Razão de a planta ser recomendada para fins medicinais apenas sob manipulação de profissionais capacitados.

Hortaliças - A unidade demonstrativa recebeu a visita do secretário da Semagro, Jaime Verruck, na terça-feira, 16 de abril. Na parte de cultivo protegido, as cúrcumas, flores em tons de branco e roxo, dividem espaço com a olericultura orgânica – alfaces, rabanetes e pimentas. “A ideia aqui é abordar a questão das estufas, os diferentes tipos de coberturas e os resultados obtidos a partir da escolha do produtor”, observa o engenheiro agrônomo da Agraer de Dourados, André Luiz Barros.

A Tela de Sombreamento Vermelha apresenta aditivos especiais na composição capazes de converter a luz solar direta em luz difusa. “É que quando a planta recebe a luz vermelha de forma igual, o seu metabolismo é alterado fazendo com que o processo de desenvolvimento seja mais eficiente”, garante André. O que permite melhorias no aspecto físico da planta. A luz difusa atinge a planta por completo e dessa forma melhora a fotossíntese da mesma fazendo com que se desenvolva mais rápido ocasionando aumento na produtividade.

Engenheiro Agrônomo da Agraer, André Luiz Barros abordando as diferenças entre o chromatinet leno e o aluminet, explica que “com a cobertura do tipo chromatinet leno, o produtor reduz até 20% a incidência dos raios solares sobre as folhosas e consegue encurtar o ciclo de 4 a 5 dias. A estufa funciona como um filtro solar que incide sobre as plantas. Além disso, através de uma estufa e possível evitar os prejuízo causados pelas fortes chuvas porque você espalha melhor as gotículas d’água e protege de geadas por ser um material reforçado”.

Os 200 m² de cultivo protegido foram divididos em duas partes sendo uma cobertura de aluminet. “Além da parte em vermelho, material em chromatinet leno, a gente fez essa outra que tem em sua composição um revestimento de alumínio, pois oferece uma sombra maior. Contudo, a gente mostra ao produtor as diferenças e explica que cada cobertura deve ser escolhida conforme o tipo de alimento que se deseja cultivar. Nem todas folhosas gostam de tanta sombra e em um horário, por isso a gente apresenta e explica as diferenças entre uma e outra tela”.

As paredes da estufa são revestidas pelo sombrite. Um modo de não deixar o material de fora já que é o mais conhecido na agricultura familiar. “No campo ele é o mais usado pelo menor custo menor. Contudo, a gente apresenta os outros que proporcionam diferentes benefícios na produção sem desconsiderar o tipo de alimento cultivado nos sítios”, diz André. Ele ainda dá dicas sobre uma forma viável de aquisição dos materiais, “todas as coberturas apresentadas aqui na Tecnofam 2018 podem ser adquiridas com recursos do Pronaf Mais Alimentos, de modo que não onere a renda da família”. A Agraer possui um escritório em cada um dos 79 municípios de Mato Grosso do Sul. Para usufruir das diferentes linhas de crédito do Pronaf basta que o produtor procure a unidade mais próxima da Agência e converse com os técnicos da instituição.

Evento – De caráter bienal, a Tecnofam é realizada de 17 a 19 de abril pela Embrapa, em parceria com o Governo do Estado de Mato Grosso do Sul, por meio da Agraer,  Semagro e Fundo para o Desenvolvimento das Culturas de Milho e Soja (Fundems). O evento ainda conta com outras instituições públicas e privadas ligadas ao setor produtivo.

Aline Lira (.)
Assessoria de Imprensa Agraer

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