16/08/18 |   Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação

Estudiosos do solo de vários países conhecem produção de hortaliças na Serra Fluminense

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Foto: Carlos Dias

Carlos Dias - Latossolo típico da região chamou atenção dos estrangeiros

Latossolo típico da região chamou atenção dos estrangeiros

81 pesquisadores de países tão diversos quanto França, Hungria, Nigéria, Sri Lanka e Sudão subiram a Serra do estado do Rio de Janeiro rumo ao município de Nova Friburgo (150 quilômetros da capital) no dia 15 de agosto para uma das excursões técnicas de campo do XXI Congresso Mundial de Ciência do Solo, que acontece na cidade do Rio de Janeiro até 17 de agosto.

A primeira parada foi aos pés de uma atração turística, o pico do Dedo de Deus, onde foi possível ter uma visão privilegiada da formação geológica da área, da Baía de Guanabara e das cidades de Guapimirim e Teresópolis. “A região é muito interessante geograficamente, em poucos quilômetros saímos da Baixada para chegar a quase mil metros de altura”, disse o pesquisador da Embrapa Solos (Rio de Janeiro-RJ), Ademir Fontana, um dos guias.

No segundo ponto, já em Nova Friburgo, a atração foi um latossolo característico da região, com grande espessura de horizonte superficial, escuro, com alto teor de matéria orgânica. Esse tipo de solo não existe fora do Brasil, e foi formado há aproximadamente três mil anos. 
  
O inusitado do perfil deste solo aberto aos visitantes chamou a atenção da cientista finlandesa Miriam Nystrand, da Abo Akademi University. “A acidez do solo é incrível, o pH chega a 4.2”.

A “juventude” do solo impressionou o pesquisador alemão Einar Eberhardt, do Instituto Federal Alemão de Geociência e Recursos Naturais (Hanover).  “Aqui estamos no subtrópico, até temos terra semelhante na Alemanha, mas apenas como paleosolos, muito antigos e com um horizonte superficial bem diferente”.

A área dedicada à visita técnica produz hortaliças (alface, brócolis, couve flor e tomate) em produção familiar.  

Fazenda dos Caboclos

Outra excursão técnica organizada pela Embrapa Solos no dia 15/8 levou 35 pesquisadores, de 17 países e cinco continentes, para a Fazenda dos Caboclos, em Teresópolis (RJ), para conhecer uma área recuperada após o desastre do dia 11 de janeiro de 2011, quando a região serrana do Rio de Janeiro foi assolada por inundações e deslizamentos provocados por chuvas torrenciais.  

A propriedade, com cerca de 100 hectares, teve várias áreas afetadas pelas chuvas torrenciais, sendo que a pior situação ocorreu em duas encostas, onde cerca de 1 hectare de mata deslizou. Os proprietários decidiram contratar uma empresa de engenharia para recuperar a área, e procuraram algumas instituições para orientações, entre elas a Embrapa Solos, devido ao seu histórico em recuperação de áreas degradadas.

Ao longo do trabalho de recuperação, técnicos e pesquisadores da Unidade, em parceria com engenheiros da empresa contratada pelos proprietários, deram recomendações agronômicas que ajudaram a aumentar a segurança da obra e, sempre que possível, reduzir os custos econômicos por meio de alternativas técnicas mais sustentáveis.

Durante a excursão técnica, os especialistas estrangeiros também conheceram uma área da fazenda que está sendo recuperada para a implantação de um pomar de citros com emprego de práticas conservacionistas. E puderam acompanhar a explanação de pesquisadores da Embrapa sobre os solos da região, por meio de um perfil preparado para a ocasião.

Especialistas de 17 países participaram da excursão técnica à Fazenda dos Caboclos

 

Pesquisadores japoneses Hiroko Nakatsuka e Ryoto Kataoka trocam ideias sobre o solo da fazenda

Carlos Dias (20.395 MTb RJ)
Embrapa Solos

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Fernando Gregio (MTb 42.280/SP)
Embrapa Solos

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Mais informações sobre o tema
Serviço de Atendimento ao Cidadão (SAC)
www.embrapa.br/fale-conosco/sac/

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