23/11/18 |   Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação

Profissionais avaliam novas configurações para colhedora de sementes de amendoim forrageiro

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Foto: Carlos Maurício Andrade

Carlos Maurício Andrade - Pastagem consorciada com amendoim forrageiro em propriedade rural do Acre

Pastagem consorciada com amendoim forrageiro em propriedade rural do Acre

Nesta quinta-feira (22), pesquisadores da área de produção pecuária e especialistas da engenharia mecânica e do mercado de sementes participam do Workshop “Amendoim forrageiro:  Desafios para colheita de sementes”, realizado pela Embrapa Acre e Embrapa Instrumentação, na cidade de São Carlos (SP), em parceria com a Associação para o Fomento à Pesquisa de Melhoramento de Forrageiras (Unipasto). O evento visa avaliar a modelagem de um novo protótipo de colhedora de sementes de amendoim forrageiro e obter subsídios para as configurações técnicas do equipamento. As atividades acontecem no Laboratório de Referência Nacional em Agricultura de Precisão (LANAPRE).

O amendoim forrageiro é uma leguminosa com alta capacidade de fixar nitrogênio no solo e elevado teor de proteína. O uso da planta em consórcio com gramíneas favorece a produção de forragem, proporciona longevidade às pastagens e melhora a qualidade da dieta animal e a produtividade do rebanho. Para ampliar a adoção dessa tecnologia como alternativa para intensificação dos sistemas de produção de carne e leite a pasto nos diferentes biomas, a Embrapa investe em pesquisas para melhoramento genético da planta há mais de duas décadas. Como resultado, disponibilizou para o mercado cultivares com propagação por mudas, adotadas nas diversas regiões do País, e recomendou um sistema de produção com colheita semimecanizado.

Atualmente, um dos enfoques desse trabalho é o lançamento de uma cultivar propagada por sementes. A disponibilidade de equipamento adequado para a colheita mecanizada das sementes é requisito essencial para que essa tecnologia chegue ao mercado. As pesquisas para desenvolvimento de uma máquina colhedora, coordenadas pela Embrapa Acre, acontecem a partir de um protótipo viabilizado pela Unipasto e contam também com a parceria da Embrapa Instrumentação. Segundo o pesquisador Judson Valentim, responsável pelos estudos em andamento e coordenador do Workshop, a colheita totalmente mecanizada reduz o uso de mão de obra e as perdas de sementes. "Estes aspectos tornam o processo menos oneroso e mais eficiente.  A colhedora visa atender a demandas do mercado, especialmente em relação ao nível de aproveitamento no banco de sementes".

Brainstorming e contribuições
Serão apresentados os principais desafios no desenvolvimento do equipamento, durante a mesa-redonda “Alternativas e configurações da colhedora”, realizada com o propósito de incentivar uma espécie de brainstorming (chuva de ideias), para colher contribuições que poderão aprimorar, entre outros processos, o transporte e recolhimento do solo e a separação das sementes e do solo que ficam nas peneiras.

Na parte da tarde serão analisadas e selecionadas as ideias mais relevantes. “A intenção é incorporar contribuições ao desenho de um novo protótipo, que será construído e testado nos próximos meses, para verificação de aspectos como eficiência de colheita, qualidade das sementes e viabilidade do custo de produção”, afirma Valentim.

Desafios
De acordo com o pesquisador, um dos desafios da pesquisa é a baixa eficiência operacional do equipamento, em torno de 30% das sementes. A proposta é chegar a um desempenho superior a 90%. Outro aspecto a ser ajustado é a resistência operacional de mecanismos mecânicos que apresentam quebras frequentes durante os testes. “Além disso, ainda precisamos elevar a velocidade de operação da máquina no uso em tratores convencionais, como forma de reduzir o tempo de trabalho e os custos no processo de colheita. Em função da necessidade de ampliar competências para esse trabalho, optamos por ouvir especialistas que atuam com engenharia mecânica e áreas afins”, diz Valentim.

O engenheiro mecânico Ricardo Inamasu, pesquisador da Embrapa Instrumentação que acompanha o trabalho de desenvolvimento e ajustes da máquina colhedora, explica que o projeto contempla desde detalhes do mecanismo de funcionamento até uma visão mais geral das funções do equipamento. “Na reconfiguração do protótipo há uma série de questões a serem atendidas, como a dimensão da semente, densidade ou quantidade por volume de semente no solo e uniformidade na profundidade da colheita. Talvez o maior desafio desse processo seja estabelecer o compromisso entre a solução técnica e o custo da máquina. Contar com a espertise de profissionais de diferentes segmentos da engenharia é importante e pode ser bastante produtivo”, enfatiza.

Diva Gonçalves (Mtb-0148/AC)
Embrapa Acre

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