26/10/17 |   Estudos socioeconômicos e ambientais

Bioeconomia na Embrapa Mandioca e Fruticultura

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“O futuro é bio…” Maurício Lopes, Presidente da Embrapa

 

De uma forma geral, a Bioeconomia pode ser conceituada como a produção econômica de produtos e serviços de forma sustentável a partir de recursos de base biológica. A Comissão Europeia define Bioeconomia como a “produção sustentável de recursos biológicos renováveis e sua conversão em alimento, ração, bioenergia, bioprodutos, biomateriais, biofármacos, ecoturismo e outros produtos e serviços de base biológica”. Essa nova área de conhecimento pode ser vista como uma oportunidade para enfrentar grandes problemas globais, como o aumento da população, a demanda por alimentos, o desenvolvimento sustentável, a redução da pobreza e também contribuir para mitigação e adaptação às mudanças climáticas.

Alguns desafios irão moldar o futuro da Bioeconomia no Brasil. Entre eles, a necessidade de maiores investimentos em pesquisa & desenvolvimento, políticas públicas para o incentivo do tema, o investimento privado, o aproveitamento sustentável da biodiversidade brasileira, a propriedade intelectual, a precificação e mercado, como também a comunicação e conscientização dos consumidores das vantagens positivas dos produtos e serviços bioeconômicos, principalmente quanto à questão ambiental. Soma-se a isso outras ações relacionadas com o aprimoramento da integração das cadeias produtivas da Bioeconomia em todos os seus elos, com foco na intensificação sustentável, incremento dos investimentos na transformação da biodiversidade em produtos e processos tecnológicos e avanço nas legislações que regulamentam o acesso ao patrimônio genético e à proteção intelectual dos ativos gerados.

A Bieconomia tem uma participação importante no desenvolvimento econômico de alguns países. Segundo dados do Agropensa Embrapa, nos Estados Unidos, a estimativa é de que esse setor contribuiu com US$ 50 bilhões para o produto interno bruto americano e com a geração de 250 mil empregos naquele país, em 2016. Já na Europa, dados de 2013 mostram um impacto de 2 trilhões de euros na economia do continente. O Brasil, em razão do domínio da tecnologia de biomassa, processos agroindustriais, aptidão agrícola, biodiversidade e da tecnologia desenvolvida para os trópicos, configura-se como um dos principais atores desse novo cenário.

Neste contexto, a agricultura brasileira é o caminho mais curto e seguro para que sejamos o grande protagonista da Bioeconomia. Dentro dessa estratégia, a relação entre a agricultura e a indústria está sendo cada vez mais fortalecida nas novas pesquisas da Embrapa. Existe, inclusive, um eixo de impacto de Bioeconomia no Plano Diretor da Embrapa (PDE), um projeto de Bioeconomia em parceria com o CIAT e a União Européia, concluído em 2014, um novo projeto de Bioeconomia iniciado em 2017, no qual a nossa Unidade lidera um Plano de Ação e três Atividades, como também um Grupo Focal de Bioeconomia que está definindo as metas estratégicas da empresa nessa área. Todas as iniciativas têm participação de pesquisadores e analista do NAE da nossa Unidade.

Outro aspecto importante é que algumas Unidades da empresa já trabalham há algum tempo na visão da Bioeconomia, sem necessariamente adotar essa terminologia. Estudo pioneiro da pesquisadora do NAE, Áurea de Albuquerque Gerum, demonstra que estão sendo desenvolvidos na nossa Unidade, de 2016 até o presente, uma série de resultados de projetos relacionados com o tema, conforme resumo mostrado a seguir (Quadro 1).

 

Quadro 1. Projetos, objetivo geral e produtos bioeconômicos potenciais

 

A caracterização destes resultados permite apoiar as Chefias de P&D&I e TT, com a colaboração do NAE, NAP, NRI e CTI na elaboração de estratégias de captação de recursos externos em diversas fontes (sobretudo internacionais), voltadas ao fomento de soluções biotecnológicas. Sugere-se aprofundar, junto com os líderes dos respectivos projetos, componentes das propostas, a dinâmica Objetivo x Solução x Produto atual para, então, propor estratégias de continuidade (ou adaptação) e de financiamentos externos voltados à finalização dos resultados, com as devidas ações futuras de qualificação da tecnologia (produto), acompanhamento e análise da adoção e avaliação de impactos.

Participe das próximas edições do AN@LISE. Envie seu e-mail com sugestões de matérias, análise de conjuntura ou pauta para a equipe do NAE: cnpmf.nae@embrapa.br

 

Áurea Fabiana A. de A. Gerum
Embrapa Mandioca e Fruticultura

Gilmar Souza Santos
Embrapa Mandioca e Fruticultura

Mais informações sobre o tema
Serviço de Atendimento ao Cidadão (SAC)
www.embrapa.br/fale-conosco/sac/

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