Chegou a hora! A Embrapa, o Ministério da Cidadania e parceiros municipais e estaduais irão implantar etapa piloto do Projeto Hortas Pedagógicas no Maranhão. Inicialmente, o Hortas Pedagógicas chega em duas escolas públicas municipais de São Luís-MA: a Unidade de Educação Básica – UEB Jackson Lago, na área urbana, e a UEB Augusto Mochel, na zona rural, selecionadas devido às suas ações no âmbito da sustentabilidade ambiental, um dos pilares do projeto. A perspectiva do projeto é de expansão do projeto para mais escolas da capital e do estado. “Esperamos que a iniciativa se torne semente para uma política pedagógica de segurança alimentar e nutricional no Maranhão”, diz o chefe de transferência de tecnologia da Embrapa Cocais, Carlos Vitoriano. O secretário municipal de educação, Moacir Feitosa, acredita no papel pedagógico do projeto “O Hortas Pedagógicas vai formar cidadãos conscientes da importância da alimentação saudável, conhecedores dos processos para obtenção dos alimentos, passando do manejo da terra, plantio, cultivo, colheita, armazenamento, preparo etc até chegada ao prato dos consumidores". Para Kelliane Fuscaldi, coordenadora-geral de apoio à agricultura urbana e periurbana do Departamento de Estruturação de Equipamentos Públicos para Promoção da Alimentação Saudável do Ministério da Cidadania, “os fatores essenciais para a concretização do projeto Hortas Pedagógicas na capital foram a participação dos atores locais desde o início do processo, o envolvimento das escolas e o comprometimento de todos os envolvidos”. No estado do Maranhão, são responsáveis pela execução do projeto a Embrapa Cocais, secretarias municipais da Prefeitura de São Luís, como a Secretaria Municipal de Educação – Semed, por meio do Núcleo de Educação Ambiental – NEA, a Secretaria Municipal de Agricultura, Pesca e Abastecimento – Semapa e a Agência Estadual de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural do Maranhão – Agerp, vinculada à Secretaria de Estado da Agricultura Familiar – SAF, Secretaria Municipal de Segurança Alimentar – Semsa, Secretaria Municipal de Planejamento e Desenvolvimento de São Luís - Seplan e outras secretarias municipais associadas. Lançamento oficinal – Será no próximo dia 19, das 13h às 17h, na sede Embrapa Cocais, com a realização do seminário “Hortas Pedagógicas no Contexto do Pacto Nacional para Alimentação Saudável”. Na ocasião, haverá apresentação de pôsteres sobre experiências de sucesso em Segurança Alimentar e Nutricional em municípios do Maranhão. O evento de lançamento terá dois painéis. O primeiro vai tratar sobre ”A importância das políticas sociais para a promoção da segurança alimentar e nutricional no estado do Maranhão”, do qual participarão Lourvídia Caldas, Secretária Executiva da CAISAN Estadual e Secretária Adjunta de Segurança Alimentar e Nutricional; Francisco de Assis Abreu Júnior, Secretário Municipal de Assistência Social de Caxias; Girlene Costa, Secretária Municipal da Mulher de Parnarama; e Júlio César Mendonça, Secretário Estadual da Agricultura Familiar. O segundo painel abordará “O papel do Projeto Hortas Pedagógicas no pacto nacional para alimentação saudável e no avanço do SISAN no Maranhão”. Os participantes serão José Roberto Carlos Cavalcante, Secretário Nacional de Inclusão Social e Produtiva Rural do Ministério da Cidadania; Moacir Feitosa, Secretário Municipal de Educação de São Luís; Ivaldo Rodrigues, Secretaria Municipal de Agricultura, Pesca e Abastecimento de São Luís e Luís Rodrigo de Sousa, Coordenador da Política de Segurança Alimentar de Pedreiras. Os mediadores dos painés serão, respectivamente, os chefes da Embrapa Cocais, Maria de Lourdes Mendonça, e da Embrapa Hortaliças, Warley Nascimento. O encerramento será às 17h, seguido de um coquetel para os participantes. Oficinas nas escolas - O evento de lançamento prossegue durante toda a semana: nos dias 20 e 21, na escola Jackson Lago e, nos dias 22 e 23, na Augusto Mochel. Em ambas, serão realizadas oficinas sobre hortas em variados espaços (escola, pequenas áreas, sala de aula, cozinha e no prato) e ainda leitura de livros sobre o tema, seguido de atividade e desafios pedagógicos, capacitações de profissionais envolvidos (professores, merendeiras, nutricionistas que atendam a escola, diretor/a, coordenadores/as, auxiliares de serviços gerais, entre outros) e alunos e pais interessados em conhecimentos sobre técnicas agrícolas para produção de alimentos. Os temas das oficinas são: produção de mudas nas casas de vegetação a partir de sementes e de adubo orgânico utilizando resíduos da cozinha e minhocas, implementação e manejo da irrigação, cordão vivo de proteção e como realizar o manejo de insetos e plantas daninhas, plantio de ervas medicinais, condimentares e aromáticas, elaboração de atividade pedagógica envolvendo a horta, papel do merendeiro e do nutricionista no aprendizado escola e a importância da cultura alimentar local, aproveitamento de alimentos: insumos para compostagem e produtos alternativos. O ponto alto da semana será o plantio das sementes e mudas de hortaliças. Segundo a analista da Embrapa Hortaliças Margarida Gorga, coordenadora nacional do projeto pela Embrapa, a implantação do Hortas Pedagógicas inclui capacitações que alia práticas de produção de hortaliças (aspectos agronômico) às práticas didático-pedagógicas da escola envolvendo toda a comunidade escolar. “O objetivo é contribuir para a uma geração de crianças e adolescentes mais bem alimentados, conhecedores dos alimentos saudáveis e adequados para sua vida”, resumiu. Mais sobre o Hortas Pedagógicas – Coordenado pela Embrapa Hortaliças, o projeto é fruto de uma parceria nacional entre Embrapa e o antigo Ministério do Desenvolvimento Social – MDS, atual Ministério da Cidadania, com apoio do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação – FNDE, em prol da segurança alimentar e nutricional das comunidades atendidas, por meio da educação. A iniciativa alia práticas de produção de hortaliças às práticas didático-pedagógicas da escola, estimulando crianças e adolescentes a levarem os conhecimentos para casa e comunidade. Na metodologia proposta para implantação do projeto, as hortas funcionam como sala de aula aberta e interdisciplinar, nas quais disciplinas básicas e temas transversais podem ser abordados, de forma prática, em conjunto com os aspectos agronômicos. Além da multidisciplinariedade, possui essência integradora (escola – aluno – família – comunidade) e multifuncional (vertentes social, econômica, ambiental, entre outras). O Maranhão, e também o Piauí, foram selecionados para implantação da etapa piloto do projeto, em virtude dos seus atuais indicadores sociais. No Maranhão, 9,0% da população apresenta rendimento domiciliar per capita de até R$ 70,00 reais, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE por meio da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios - PNAD (2010), enquanto que a média do Brasil é de 2,5%. A renda per capita e o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) indicam também que o Estado do Maranhão tem indicadores sociais significativamente inferiores aos do Brasil. Enquanto a renda per capita brasileira está na média de R$ 1.113,00, a maranhense é atualmente cerca de R$ 509,00 (IBGE/PNAD Contínua, 2015). Quanto ao IDH, o do Brasil é de 0,755 e, o do Maranhão, de 0,639 (PNUD, 2014). Os índices mais deprimidos no Maranhão em relação aos do Brasil quanto à renda e ao IDH se repetem quanto à condição de Segurança Alimentar e Nutricional.