29/11/19 |   Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação

Ampliação do Zarc é uma das metas prioritárias do ProAgir, lançado pelo Mapa

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Foto: Kátia Marsicano

Kátia Marsicano - Objetivo do ProAgir é integrar ações relacionadas à gestão de risco climático e difundir a importância da contratação de um seguro rural

Objetivo do ProAgir é integrar ações relacionadas à gestão de risco climático e difundir a importância da contratação de um seguro rural

O presidente da Embrapa, Celso Moretti, participou na tarde de quinta-feira (28) da solenidade de lançamento do Programa Agir – Agro Gestão Integrada de Riscos (ProAgir), projeto estratégico corporativo do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), que, entre as principais metas, atribui à Empresa a coordenação de um dos sete pilares, estabelecidos como prioridade: a  modernização e ampliação do Zoneamento Agrícola de Risco Climático (Zarc), tecnologia de apoio à tomada de decisão para o planejamento e a execução de atividades agrícolas, para políticas públicas e à seguridade agrícola.

O objetivo do ProAgir é integrar ações relacionadas à gestão de risco climático e difundir a importância da contratação de um seguro rural. Em 2020, o Governo Federal destinará R$ 1 bilhão para subvencionar a contratação de apólices, o maior montante desde a criação do seguro rural, em 2004. “Queremos uma visão integrada para a gestão do seguro rural no Brasil", destacou o secretário de Política Agrícola do Mapa, Eduardo Sampaio. O Proagir prevê reestruturação e aperfeiçoamento do Programa de Subvenção ao Prêmio do Seguro Rural (PSR), Programa de Garantia da Atividade Agropecuária (Proagro), Garantia-Safra e Zoneamento Agrícola de Risco Climático (Zarc). O programa tem vigência até 2022 com entregas graduais.

“Uma das atividades mais arriscadas da economia brasileira talvez seja a agricultura”, disse o presidente, ressaltando a incerteza enfrentada pelos produtores rurais, diante da instabilidade do clima, que pode comprometer a produtividade e resultar em perdas de investimento. “Com o Zarc, nós mudamos essa situação”, comentou. Segundo ele, ao longo dos últimos 25 anos, a Embrapa, com a supervisão do Mapa, trabalhou com estudos de zoneamento para mais de 40 culturas agrícolas e cadeias produtivas, auxiliando a gestão de riscos e reduzindo perdas na atividade agropecuária brasileira.

Além do presidente da Embrapa, estiveram presentes à solenidade, realizada no Ministério da Agricultura, a chefe-geral da Embrapa Informática Agropecuária, Silvia Massruhá, e o pesquisador Eduardo Monteiro, presidente do Comitê Gestor do Zoneamento Agrícola de Risco Climático (Zarc).

Gestão de risco

Na avaliação da chefe da Embrapa Informática Agropecuária, com o lançamento do Programa Agir, a Secretaria de Política Agrícola (SPA) do Mapa reforça a importância da gestão de risco como fundamental à agropecuária nacional. “Nesse contexto, a Embrapa se vê com uma demanda de extrema responsabilidade na produção de informações de avaliação de risco, de aprimoramento dos sistemas de produção e avaliação para que sejam incorporados nas políticas agrícolas e estimulados para que as ações sejam mais efetivas na indução e na difusão de novas tecnologias e sistemas de produção mais sustentáveis”.  

Entre as novas metas definidas pelo Programa Agir, está o desenvolvimento de um índice de perda de produção. O pesquisador Eduardo Monteiro explicou que se trata de um cálculo inserido no contexto do projeto estratégico de reestruturação do Fundo Garantia Safra, benefício social que garante ao agricultor familiar o recebimento de auxílio pecuniário, em caso de perda da safra, em consequência de estiagem ou excesso de chuvas.

“Dentro desse projeto, está prevista uma ação, financiada pelo Banco Interamericano de Desenvolvimento, coordenado pela Embrapa Informática Agropecuária, com esse objetivo, ou seja o desenvolvimento de um sistema de monitoramento de perdas para identificar quando e onde o programa deve pagar o benefício aos produtores", disse.

Caberá à Embrapa no contexto do ProAgir, a modernização e ampliação do Zoneamento Agrícola de Risco Climático.  Segundo Monteiro, o Ministério da Agricultura chegou a ter 44 portarias de zoneamento para diferentes culturas, que neste momento estão sendo atualizadas, considerando cultivares novas, novos dados. A recomendação é de que as atualizações sejam feitas a cada quatro anos. “Como esse trabalho não estava sendo feito sistematicamente, várias portarias acabaram sendo revogadas em 2017 por deficiência de informação”, acrescentou.

Desde 2016, a Embrapa tem trabalhado na atualização de dados e ampliação da capacidade operacional com o objetivo de executar um número cada vez maior de atualizações anualmente. “Nossa estimativa é a de que há demandas para mais de 100 estudos, se considerarmos novas culturas de interesse e outros sistemas de produção”, avalia. “E para manter essa atualização a cada quatro anos, temos que trabalhar em um ritmo de 15 a 20 zoneamentos por ano, o que vai ter que envolver mais unidades e mais equipes dentro da Embrapa para atender a essa missão”.  

Segundo ele, o ano de 2019 foi marcado por duas novidades importantes para a pesquisa agropecuária. A primeira delas foi a assinatura do decreto que instituiu o Zoneamento Agrícola de Risco Climático como programa oficial do Governo Federal, anunciado junto com o Plano  Safra, em junho passado. E a segunda foi a resolução aprovada pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), que autoriza o uso de recursos do Programa de Garantia da Atividade Agropecuária (Proagro) diretamente para a execução de estudos de zoneamento, gestão e mitigação de riscos. Também teve destaque o lançamento do aplicativo Plantio Certo, que facilita o acesso às informações do Zarc.

Os sete projetos estratégicos do Programa Agir

  1. Promoção do Seguro Rural: Promover, disseminar e massificar o seguro rural no Brasil.
  2. Reestruturação do Garantia Safra: Reestruturar e ampliar a eficiência do programa Garantia Safra, que atende em torno de 900 mil produtores da agricultura familiar.
  3. GT Agrometeorologia: Elaborar diagnóstico das ações prioritárias que podem ser desenvolvidas pelo Mapa no âmbito dos serviços de meteorologia agrícola e monitoramento climático.
  4. Modernização do Zarc: Aperfeiçoar e modernizar a metodologia dos estudos do Zoneamento Agrícola de Risco Climático, criando plataforma digital para divulgar os resultados e evoluções do aplicativo Plantio Certo.
  5. Digitização da CER-Proagro: Tornar digital e eletrônico todo o processo de recebimento, a análise com uso de teletrabalho, e o processamento e julgamento dos recursos apresentados para a Comissão Especial de Recursos do Proagro, visando entregar os resultados com maior agilidade aos produtores.
  6. Qualificação da Rede de Peritos Agrícolas: Criar o Cadastro Nacional de Encarregados de Comprovação de perdas (peritos agrícolas) do Proagro, Garantia Safra e PSR, integrando as ações de supervisão, capacitação, controle de qualidade, cadastro de peritos e gestão da rede.
  7. Inovação na Gestão de Riscos: Garantir a constante evolução dos programas de Gestão de Riscos com a utilização de pesquisa aplicada e acesso à informação aliados a inovação tecnológica.
 

 
 

Kátia Marsicano (MTb/DF 3645)
Secretaria de Inteligência e Relações Estratégicas (Sire)

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