16/04/21 |   Produção vegetal

Cooperativas agropecuárias gaúchas discutem oportunidades para as culturas de inverno

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Foto: Luiz Magnante

Luiz Magnante - Inverno é oportunidade de gerar mais renda nas propriedades gaúchas

Inverno é oportunidade de gerar mais renda nas propriedades gaúchas

Na manhã desta quinta-feira, 15 de abril, a Federação das Cooperativas Agropecuárias do Estado do Rio Grande do Sul (FecoAgro/RS), realizou para seus associados um webinar sobre as culturas de inverno. No encontro virtual, com a participação de mais de 100 representantes das cooperativas agropecuárias gaúchas, os especialistas falaram sobre as oportunidades e desafios para o incremento de oferta na segunda safra gaúcha.

Paulo Pires, presidente da FecoAgro/RS, destacou o projeto realizado com a Embrapa Trigo para buscar alternativas para o trigo exportação, em que foram realizados testes em cinco áreas experimentais junto às cooperativas mostrando que o trigo poderia ter esta alternativa. “Conseguimos mostrar boas produtividades com um custo menor e houve um incremento das exportações. No ano passado exportamos mais de 900 mil toneladas de trigo”, salientou.

O dirigente também falou sobre o projeto liderado pela Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), Farsul e Embrapa. “Entendemos que este projeto é fundamental porque temos uma certa ociosidade no inverno. Para o produtor a ideia é diluir custos fixos e precisamos de uma cultura de inverno para pagar contas”, observou.

Francisco Turra, ex-ministro da Agricultura e presidente do Conselho Consultivo da ABPA, participou do debate, explanando que mesmo durante a pandemia o setor continuou, fortemente, exportando alimentos para o mundo. “Tudo que nós temos para vender com calma vai. Tudo o que a gente precisar exportar tem caminho lá fora”, destacou.

Sobre o projeto com a Farsul e a Embrapa, que conta com o apoio da FecoAgro/RS e outras entidades, Turra afirmou que há uma grande reunião de autoridades com a ideia de ocupar espaços. “Um estudo feito pela Farsul mostra que se levarmos adiante esse projeto teremos um Valor Bruto de Produção de mais R$ 8 bilhões ao ano. Outras indústrias também vão ganhar e o PIB do Rio Grande do Sul também cresceria 6%”, frisou, acrescentando que, neste sentido, o investimento nas culturas de inverno para estimular a produção animal é importante.

Na sequência, foi a vez de Jorge Lemainski, chefe de transferência de tecnologia da Embrapa Trigo, apresentar o que vem sendo feito pela empresa. Um dos trabalhos realizados é o desenvolvimento de cultivares de cereais de inverno para ração, silagem e pasto. Jorge mostrou dados que certificam o potencial produtivo da iniciativa. “Queremos aumentar a área de inverno com lucro por hectare e o nosso foco é produzir grãos tanto para alimentação animal, quanto grãos para alimentação humana, que são projetos que não competem um com outro”, afirmou.

No caso de grãos para ração, Lemainski ponderou que não se pode perder a competitividade na indústria de processamento, que agrega valor na transformação em ovos, leite e carne, por falta de matéria-prima em um Estado que tem tecnologias, expertise de agricultores e estrutura agroindustrial. “Cereais de inverno como trigo, triticale e cevada têm potencial produtivo superior a 6 mil quilos por hectare”, explicou.

Geomar Corassa, coordenador da Rede Técnica Cooperativa (RTC), apresentou o trabalho realizado junto às cooperativas agropecuárias gaúchas. O especialista mostrou como há uma lacuna de produção que pode ser preenchida em um sistema de produção para todo ano de forma a trazer renda para o produtor. “Temos clima, água, luz, solo, conhecimento das cooperativas pelos seus departamentos técnicos e temos demanda do mercado”, projetou.

Corassa lembrou que há a possibilidade de o produtor realizar até três safras durante o período de 365 dias. “Se uma propriedade tem 100 hectares e extrai renda no verão, no inverno ela pode extrair renda de 200 hectares. E se essa propriedade conseguir, no outono, extrair renda de pelo menos 30%, estamos falando em uma propriedade de 230 hectares. Isto é um cenário diferente para uma propriedade que otimiza seu ano agrícola”, acrescentou, lembrando ainda que estudos estão sendo realizados para apresentar soluções para as lacunas de produção de trigo em áreas de cooperativas no Sul do Brasil.

Colaboração do jornalista Nestor Tipa Junior da Fecoagro/RS-Agroeffective

Joseani Antunes (MTb 9693/RS)
Embrapa Trigo

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