06/05/21 |   ILPF

Políticas públicas para o fomento da ILPF foi tema abordado em painel do WCCLF 2021

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O II Congresso Mundial sobre Sistemas ILPF - WCCLF 2021 (World Congress on Integrated Crop-Livestock-Forestry Systems, teve continuidade no formato virtual na quarta-feira, 5 de maio, com a execução do painel que abordou o tema Políticas Públicas para o Fomento da ILPF, em duas palestras.

Mariane Crespolini, diretora de Produção Sustentável e Irrigação do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), abriu o painel que debateu sobre os compromissos internacionais e políticas públicas de fomento à adoção de sistemas de ILPF no Brasil. Na sequência, Eduardo Arce, representante da Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO), falou sobre o tema políticas públicas de fomento à adoção de sistemas de ILPF no mundo. O painel foi moderado pelo pesquisador da Embrapa Meio Ambiente Ladislau Araújo Skorupa que ressaltou a qualidade das apresentações dos palestrantes.

Mariane Crespolini iniciou falando sobre os desafios que o crescimento populacional e a forte pressão pela produção por mais alimentos, combinada com o aquecimento global e os compromissos internacionais da agenda do clima nos impõem. Segundo ela, esses desafios devem ser tratados com estratégias inteligentes e assertivas, e lembrou o histórico cenário do Brasil importador de alimentos dos anos 70, passando pela criação da Embrapa e culminando com a série de ações e políticas implementadas, que transformaram o País em um grande player exportador de alimentos para o mundo.

Falou das bases tecnológicas do Plano ABC, destacando que de 2010 a 2018, aproximadamente 50 milhões de hectares adotaram as tecnologias previstas no Plano, conforme publicação da Embrapa e do Lapig/UFG. Os dados consideram, além das áreas financiadas com recursos do Programa ABC, aquelas com investimentos dos próprios produtores e outras linhas de créditos. Lembrou nesse ponto, do plano ABC+ concebido para o período 2020-2030, o qual mantém os compromissos de fomentar uma produção agropecuária sustentável, a geração de renda e a mitigação das emissões de gases de efeito estufa.

Ainda segundo ela, existem mais de 90 milhões de hectares de pastagens em diversos estágios de degradação, que podem ser recuperados, seu uso intensificado ou cedidos para outras culturas. Nesse sentido, destacou o potencial dos sistemas ILPF na recuperação e intensificação produtiva sustentável dessas áreas, destacando os processos de certificação Carne Carbono Neutro (CCN) ou Carne Baixo Carbono (CBC).

Chamou também a atenção para o fato do País possuir 55 milhões de hectares com potencial para agricultura irrigada. Nesse ponto, destacou a importância do recém-lançado “Águas do Agro” – Programa Nacional de Desenvolvimento Rural e Manejo Sustentável dos Recursos Naturais em Microbacias Hidrográficas – que tem como objetivo acelerar o crescimento das áreas de agricultura irrigada no País, com uso racional e sustentável dos recursos hídricos. 

Por fim, destacou  outra importante política pública, se referindo à criação da plataforma tecnológica do Programa Nacional de Levantamento e Interpretação de Solos no Brasil (PronaSolos), a primeira plataforma dos solos brasileiros, e sua importância estratégica para o conhecimento dos solos brasileiros, e também das oportunidades e desafios do fomento para a adoção de tecnologias que promovam a adaptação e a resiliência da agropecuária, por se tratar de atividade de risco, executada a “céu aberto”.

Já Eduardo Arce iniciou sua fala discorrendo sobre a importância da adoção de sistemas mistos no mundo no contexto da produção de alimentos e efeitos mitigadores sobre as mudanças climáticas, incluindo os sistemas ILPF no Brasil, bem como das barreiras encontradas para sua adoção. Destacou o papel da Agenda Global para Pecuária Sustentável (GASL), um framework com Sede da FAO em Roma, envolvendo uma parceria de governança multipartite ou multistakeholder com 117 parceiros institucionais, com 9 grupos técnicos.

Arce falou ainda sobre os trabalhos desenvolvidos pelo GASL em sistemas pecuários integrados, no sentido de desenvolver metodologias para medir a eficiência do uso de recursos, gerenciar banco de dados piloto, prover informações sobre os impactos dos modelos de produção silvipastoris, ações voltadas a restaurar áreas de pastagens degradadas no mundo, além de contribuir para a indução de políticas públicas para a integração de sistemas produtivos no mundo no setor pecuário.

Ainda segundo o representante da FAO, há ações dessa natureza sendo desenvolvidas em diversas partes, como no Brasil, na Costa Rica, França, Argentina, Colômbia, dentre outros, e “é necessária a união de esforços para que esses países possam unificar o discurso para dialogar em bloco e serem ouvidos adequadamente no mundo.”

 

Marcos Vicente (MTb 19.027/MG)
Embrapa Meio Ambiente

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Mais informações sobre o tema
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