04/11/21 |   Agricultura de Baixo Carbono

Embrapa apresenta soluções para agricultura sustentável na COP26

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Foto: MMA

MMA -

No encontro de lideranças mundiais para discutir o futuro do planeta, a 26ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP26), que acontece em Glasgow, na Escócia, a ciência agropecuária do Brasil divulgou o potencial e as soluções para produzir de forma sustentável e minimizar o impacto das mudanças climáticas. Uma das principais atrações foi a apresentação, pelo presidente Celso Moretti, dos mapas de carbono orgânico do solo, com ênfase no exemplo da fixação biológica de nitrogênio, ambos desenvolvidos pela Embrapa.

Segundo Moretti, antes do início do evento já havia expectativa em torno dos resultados da pesquisa brasileira, considerada referência. “O próprio presidente da COP26, Alok Sharma, em visita à Embrapa Cerrados, em agosto passado, chamou a atenção para a importância de compartilhar a experiência da nossa ciência com outros países", lembrou. "A agricultura é parte da solução e não dos problemas que causam as mudanças climáticas”, disse o pesquisador, referindo-se ao potencial da ciência para garantir sustentabilidade, antevendo desafios e antecipando soluções para o mundo.

A Embrapa fez parte de um painel especial sobre pecuária sustentável e temas como integração lavoura-pecuária-floresta (ILPF), agricultura de baixo carbono, carne carbono neutro e as tecnologias em desenvolvimento de leite carbono neutro e bezerro e couro de baixo carbono. O evento teve também a participação do secretário-adjunto de Clima e Relações Internacionais do Ministério do Meio Ambiente, Marcelo Freire, e do CEO da JBS, Gilberto Tomazoni.

Moretti também mediou o painel coordenado pela BRF, multinacional brasileira e uma das maiores empresas globais de alimentos, sobre sustentabilidade da cadeia produtiva de suínos e aves no País. A vice-presidente global de Relações Institucionais, Reputação e Sustentabilidade da BRF, Grazielle Parenti, falou sobre ESG (sigla em inglês para práticas ambientais, sociais e de governança) e redução da produção de gases de efeito estufa.

A repercussão foi evidenciada pela imprensa, por veículos como Canal Rural, Band News e AgroMais, que acompanharam os eventos e deram destaque à participação da Empresa na COP26. Vários veículos também procuraram a Embrapa para tratar do potencial de uso de suas tecnologias a partir da adesão do governo brasileiro a tratados na COP. Além disso, Moretti esteve presente em encontro para discussão de políticas públicas voltadas ao agro global, com participação de representantes da Bayer.

Carbono orgânico

Na manhã do dia 2, Celso Moretti participou do painel “Carbono Orgânico no Solo - Oportunidades e Desafios”,  em que destacou a pesquisa da Embrapa Solos, que resultou no lançamento recente dos mapas de carbono orgânico dos solos brasileiros. “O Brasil ocupa o primeiro lugar entre os 15 países que detêm potencial para estocar carbono em nível global. Investir em estudos do solo é fundamental para a descarbonização da agricultura”, comentou.

Leia mais: Na COP26, Embrapa apresenta mapas de estoque de carbono orgânico do solo

No painel, estiveram presentes o secretário-adjunto de Clima e Relações Internacionais do Ministério do Meio Ambiente, Marcelo Freire; o secretário de Inovação, Desenvolvimento Rural e Irrigação do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), Fernando Camargo, e o associado da Climate Connection Eduardo Brito Bastos.

Assista ao vídeo do presidente na COP26:

 

 

Experiência brasileira para o sul da Ásia

Outra participação do presidente foi na manhã do dia 3, em um dos mais importantes painéis da programação paralela da COP26, sobre a busca de soluções para redução das emissões de gases do efeito estufa no Brasil. A apresentação, coordenada pelo Programa de Meio Ambiente Cooperativo da Ásia do Sul (Sacep), destacou os resultados positivos da fixação biológica de nitrogênio, que tem contribuído significativamente para a sustentabilidade da agricultura nacional. Referência para o mundo, o País foi convidado a apresentar a tecnologia para formuladores de políticas de alto nível do Afeganistão, Bangladesh, Butão, Índia, Maldivas, Nepal, Paquistão e Sri Lanka, países-membros do Sacep.

“Foi uma oportunidade importante para demonstrar que é possível, por meio da ciência, da tecnologia e da inovação, minimizar os efeitos negativos das mudanças climáticas”, disse Moretti. “A preocupação dos países-membros do Sacep são os impactos do óxido nitroso e seu potencial até 300 vezes maior que o do gás carbônico nas alterações do clima. Daí o interesse em conhecer o que tem sido feito no País ao longo das últimas cinco décadas”, destacou.

No painel "Atualização do NDC e oportunidades de nitrogênio-clima: do sul da Ásia ao mundo", o presidente falou sobre a tecnologia da fixação biológica e a economia de R$ 28 bilhões por ano. “Ao mesmo tempo em que economizamos, deixamos de emitir 100 milhões de toneladas de CO2 equivalente na atmosfera”, explicou.  

Moretti também falou sobre os investimentos na ciência agropecuária nacional, a disseminação dos resultados da pesquisa em todo o território e a importância do agro para o Produto Interno Bruto (PIB), correspondente a 26,3%. “E tudo isso fundamentado em diretrizes com foco na sustentabilidade, de forma produtiva e competitiva”, explicou. “Temos certeza de que a agricultura hoje é parte da solução e não dos problemas que causam as mudanças climáticas”, disse.

Além de Celso Moretti, fazem parte da delegação da Embrapa o pesquisador Gustavo Mozzer e a analista Adriana Bueno, ambos da Secretaria de Inteligência e Relações Estratégicas (Sire).

Mozzer tem participado como representante brasileiro nas negociações do acordo conjunto de Koronivia sobre agricultura e acompanhado as discussões sobre GST, apoiando a delegação do Mapa em assuntos técnicos relacionados ao processo de negociação. Adriana Bueno está presente na programação relacionada aos temas transparência e perdas e danos. Em transparência, são discutidos tabelas e formatos para reportar inventários nacionais de gases de efeito estufa e Contribuições Nacionalmente Determinadas (NDCs) a partir de 2024, quando o Mecanismo Aprimorado de Transparência (ETF) do Acordo de Paris entra em vigor. Em perdas e danos, discute-se financiamento a países em desenvolvimento para perdas e danos advindos dos efeitos adversos da mudança do clima, operacionalização da Rede de Santiago e relatórios do Comitê Executivo do Mecanismo de Varsóvia para Perdas e Danos.

Sobre a Sacep

O Sacep é uma organização intergovernamental, estabelecida em 1982 pelos governos do sul da Ásia para promover e apoiar a proteção, gestão e melhoria do meio ambiente na região, uma das regiões mais diversificadas do mundo. Limitada ao norte pelo Himalaia e ao sul pelo Oceano Índico, cobre uma diversidade de ecossistemas, desde uma floresta tropical exuberante até um deserto árido. É também uma das regiões mais populosas, com mais de 1 bilhão de pessoas vivendo somente na Índia. Desde sua criação, o Sacep implementou projetos e programas nas áreas de educação ambiental, legislação ambiental, biodiversidade, poluição do ar e proteção e gestão do meio ambiente costeiro.

 

Agenda na Europa

A programação de Moretti na Europa começou na semana passada. Entre 27 e 29 de outubro, ele esteve na sede da Food Nation, parceira público-privada do governo dinamarquês que promove a imagem do agronegócio, em reuniões sobre oportunidades de cooperações entre os setores dos dois países. A agenda no país incluiu ainda uma visita à Universidade Técnica da Dinamarca (DTU Food), cujo foco é a pesquisa na produção de alimentos, e reunião com o parlamentar Henning Jensen e o vice-ministro do Ministério dos Alimentos, Tejs Binderup.

Assista ao vídeo do presidente na Dinamarca:

 

Após a COP26, no dia 12, o presidente será palestrante em seminário em Lisboa, Portugal, sobre o agronegócio sustentável no Brasil, promovido pela Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional (CRE) do Senado.

Kátia Marsicano (MTb DF 3645)
Secretaria de Inteligência e Relações Estratégicas (Sire)

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