17/11/21 |   Agricultura familiar  Agroecologia e produção orgânica  Segurança alimentar, nutrição e saúde

Conceito de Comunidade que Sustenta a Agricultura será apresentado em seminário internacional

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Painel trará cases de sucesso da interação entre consumidores organizados e agricultores que produzem e distribuem alimentos direto do campo

 


Um dos temas da 2ª edição do Seminário Internacional “Estratégias de Valorização de Produtos Agroalimentares”, que acontece na próxima quinta (18) e sexta-feira (19), trata sobre o conceito de Comunidade que Sustenta a Agricultura, ou simplesmente CSA, um modelo de trabalho conjunto entre produtores de alimentos orgânicos e consumidores.

Um grupo fixo de consumidores se compromete por um ano a cobrir o orçamento da produção agrícola. Em contrapartida, esses consumidores recebem os alimentos produzidos pelo sítio ou fazenda sem outros custos adicionais. Desta forma, o produtor - sem a pressão do mercado e do preço - pode se dedicar de forma livre à sua produção. E os consumidores recebem produtos de qualidade, sabendo quem os produz e onde são cultivados.

Quem vai explicar melhor essa simbiose agrícola durante o seminário é Érica Lobato, mestra em Meio Ambiente e Desenvolvimento Rural e graduada em Ciências Sociais com habilitação em Antropologia pela Universidade de Brasília (UnB).

 Membros de coletivo que desenvolveu experiência pioneira no Distrito Federal | Fotos: CSA Brasil

Ela vai falar no Painel 1: Mercados Alimentares e Inovação Social, no primeiro dia do evento (18), às 14h45, puxando o tema “Comunidade que Sustenta a Agricultura (CSA) como contrato social”.

Érica é coagricultora da CSA Esperança e colaboradora da Rede CSA Brasília. Vai falar aos participantes do seminário internacional com a experiência acumulada em movimentos sociais e organizações não-governamentais com atuação junto a grupos campesinos, tratando de soberania alimentar, do direito à terra e agroecologia.

“Falarei sobre alimentos visíveis e alimentos invisíveis. Aquilo que vemos na cesta e aquilo que está por trás dos alimentos partilhados pela comunidade”, diz ela.

Já o articulador da CSA Brasil, Wagner Santos, explica que o modelo está se desenvolvendo no Brasil, com crescimento igualitário. “Há alguns anos, a região do Distrito Federal cresceu muito rápido, mas hoje estão todas as regiões com iniciativas em criação. Não tenho registros que mostrem uma região se destacando em relação à outra. A maior concentração continua nas regiões Sudeste e Centro-Oeste do país e há necessidade de se expandir no Norte, nossa última fronteira", diz.

Para ambos, uma Comunidade que Sustenta a Agricultura oferece uma nova forma de economia em uma atuação conjunta com agricultores ativos e agricultores passivos, para a produção de alimentos. Uma nova forma que oferece vantagens para a terra, plantas, animais e o homem.

Nos últimos anos, o conceito da CSA despertou grande interesse nos segmentos de desenvolvimento regional, alimento e agricultura orgânica. Em 2011, no Fórum Mundial de Porto Alegre, o conceito da CSA foi apresentado como um dos favoritos com grande potencial de futuro.

Sobre o seminário

O tema central do seminário é “Mercados Alimentares que Transformam Realidades” e terá desdobramentos em três painéis de debates. No primeiro, intitulado “Mercados Alimentares e Inovação Social”, os pesquisadores convidados pela organização vão discutir como os circuitos de comercialização podem fortalecer a ligação entre produtores e consumidores e, assim, criar vínculos que vão além das relações mercantis, gerando impactos sociais positivos para a sociedade.

 No segundo painel, “Construção de diferenciais para transformar realidades”, serão abordados como usar aspectos extrínsecos de um produto, tais como relações com as tradições, a cultura local e a biodiversidade, para agregar ainda mais valor e renda para o seu negócio.

 O terceiro e último painel traz o tema “Mercados Digitais: construindo novos vínculos entre cidade e campo” e vai mostrar como a transformação digital pode e deve ser uma grande aliada do relacionamento entre esses dois mundos que, até pouco tempo atrás, pareciam muito distantes.

 A programação de cada painel tem nomes de destaque no cenário de pesquisas agroalimentares, como Pedro Arraes, diretor do Departamento de Desenvolvimento Comunitário (DATER), da Secretaria de Agricultura Familiar e Cooperativismo (SAF), do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA). Ele vai falar sobre o Plano de Integração do Assentamento ao Mercado (PIAM).

 Outro momento interessante deverá ser a experiência da Sociedade Peruana de Gastronomia (APEGA), que será mostrada por Luis Ginocchio Balcázar, consultor em Sistemas Agroalimentares e Inovação.

 A forma como a Suíça coloca em prática a estratégia “Swiss Made” para produtos alimentares também consta da programação e ficará a cargo de uma apresentação de Dieter Bratschi, head-data da empresa Adaptagis.

 A abertura do seminário vai contar ainda com um debate on-line com o diretor técnico do Sebrae Alagoas, Vinícius Lages, e Evair de Melo, deputado federal pelo Espírito Santo. O chefe-geral da Embrapa Alimentos e Territórios, João Flávio Veloso, será o moderador dessa interação, no dia 18, às 10h10.

 As inscrições para o Seminário Internacional Estratégias de Valorização de Produtos Agroalimentares estão abertas, são gratuitas e podem ser feitas aqui. O evento também será transmitido pelo YouTube.

 

Redação – Savannah Comunicação Corporativa
Embrapa Alimentos e Territórios

Contatos para a imprensa

Telefone: (083) 98207.4700

Mais informações sobre o tema
Serviço de Atendimento ao Cidadão (SAC)
www.embrapa.br/fale-conosco/sac/

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