25/10/15 |   Agricultura familiar

Agricultores formalizam pedido de Indicação Geográfica para a farinha de Cruzeiro do Sul

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Foto: Arquivo/SEBRAE-AC

Arquivo/SEBRAE-AC - Murielly Nóbrega, analista do Sebrae/AC, e Germano Silva, presidente da Central Juruá, exibem protocolo da IG

Murielly Nóbrega, analista do Sebrae/AC, e Germano Silva, presidente da Central Juruá, exibem protocolo da IG

Representantes da Central das Cooperativas de Produtores Familiares do Vale do Juruá (Central Juruá) e do Serviço Brasileiro de Apoio à Micro e Pequena Empresa (Sebrae/AC) deram entrada no requerimento para a Indicação Geográfica (IG),  na modalidade Indicação de Procedência, para a farinha de mandioca produzida na região do Juruá, no Acre, conhecida como farinha de Cruzeiro do Sul. A documentação foi entregue no Instituto Nacional de Propriedade Intelectual (INPI), com sede no Rio de Janeiro (RJ), no dia 16 de outubro.

A produção de farinha é uma atividade tradicional entre agricultores familiares dos diversos municípios da região do Juruá, mas o ponto central de comercialização do produto é Cruzeiro do Sul, cidade que emprestou nome ao produto. A Indicação de Procedência será uma forma de reconhecimento da notoriedade e qualidade diferenciada do produto e de sua relação com o local de origem.  O processo é uma construção coletiva dos agricultores, gestores de cooperativas e instituições governamentais.

A construção do dossiê para pedido da Indicação Geográfica para a farinha de Cruzeiro do Sul iniciou há sete anos, coordenada pela Central Juruá, que conta com mais de 300 famílias produtoras associadas. O processo conta com o apoio do Sebrae, Embrapa, Superintendência Federal da Agricultura (SFA/Mapa) e Secretaria Estadual de Extensão Agroflorestal e Produção Familiar (Seaprof). "A parceria com esses órgãos foi fundamental para chegarmos até aqui. Temos certeza que nossa solicitação de registro será aceita e breve poderemos usufruir dos benefícios desse diferencial", diz Germano Silva Gomes, presidente da cooperativa.

De acordo com Murielly Nóbrega, analista do Sebrae, o principal objetivo desse trabalho é contribuir para a valorização da farinha de mandioca do Juruá, que já é reconhecida como um produto de qualidade diferenciada quando comparada com farinhas produzidas nas demais regiões do Acre e de outros estados da Amazônia. "O selo de Indicação de Procedência vai agregar ainda mais valor ao produto frente a outros canais de comercialização", afirma.

A pesquisadora da Embrapa, Joana Leite, que acompanhou as diversas etapas da construção do dossiê para pedido da IG, orientando a organização dos produtores e realizando estudos sobre a qualidade da farinha, destaca a importância da Indicação Geográfica como uma marca que garante reputação, valor intrínseco e identidade para o produto. "Além disso, o selo de Indicação de Procedência funcionará como uma marca que proporciona distinção no mercado e ajuda a proteger o conhecimento tradicional que é passado de geração para geração", diz.

Enquanto aguardam o resultado do pedido protocolado no INPI, agricultores e gestores de cooperativas trabalham na constituição do Conselho Gestor da Indicação Geográfica. Um dos fatores essenciais para a manutenção do selo é a gestão compartilhada do processo, envolvendo toda a comunidade. O primeiro passo foi dado durante uma oficina voltada para a gestão de IG, oferecida pelo Mapa durante o mês de setembro.

Diva Gonçalves (Mtb-0148/AC)
Embrapa Acre

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Colaboração: Mauricília Silva
Embrapa Acre

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