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Nova gestão da Embrapa Gado de Leite apresenta linha de trabalho com foco no setor produtivo

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Foto: Divulgação

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Em sua primeira reunião com representantes do setor produtivo e do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), a pesquisadora Elizabeth Nogueira Fernandes, que tomou posse como chefe-geral da Embrapa Gado de Leite em setembro, apresentou as linhas gerais do seu trabalho à frente da unidade de pesquisa. As reuniões ocorreram de forma virtual com a Câmara Setorial da Cadeia Produtiva de Leite e Derivados do Mapa (18/11) e com a Comissão Nacional de Pecuária de Leite da CNA (22/11).

A apresentação expôs as perspectivas e o alinhamento da nova gestão com foco no setor produtivo. A chefe-geral pontuou os três eixos de seu plano de gestão: desenvolvimento institucional e de competências; gestão de Pesquisa, Desenvolvimento & Inovação (PD&I) e alinhamento estratégico de inovação e negócios. Quanto ao primeiro eixo, a chefe-geral elogiou a equipe técnica da unidade, afirmando que trabalha com um time de alta performance, comprometendo-se a mapear competências e valorizar pessoas.

Quanto ao eixo de PD&I, Elizabeth Fernandes pretende priorizar temas estratégicos, reforçar a participação da unidade em redes nacionais e internacionais e colocar a equipe técnica mais próxima do setor produtivo para melhor entendimento dos problemas reais do campo e levantamento de demandas.

Sobre a visão estratégica de inovação e negócios (terceiro eixo), o propósito é estimular pesquisas compartilhadas; ampliar as fronteiras físicas de atuação da unidade e imprimir uma comunicação do portfólio de ativos orientado às demandas. Para isso, ela disse contar com os principais diferenciais da unidade, que são sua equipe e infraestrutura instalada.

Elizabeth Fernandes fez uma breve análise da evolução da atividade leiteira no Brasil, apontando as quatro principais ondas pelas quais passou a cadeia ao longo dos últimos 45 anos que coincidem com o período de existência da Embrapa Gado de Leite. Segundo ela, a primeira onda foi caracterizada pela expansão da produção de leite que permitiu ao Brasil saltar de 10º maior produtor de leite no mundo na década de 1970 para o terceiro lugar, atualmente. Em seguida, a cadeia passou pela fase de aumento de produtividade que teve um forte incremento a partir de 2010.

Após a crise econômica vivenciada no Brasil a partir de 2015, que limitou o consumo interno e afetou a produção nacional, o setor entrou numa fase de busca por maior competitividade e inserção internacional para conquista de novos mercados. Antes que essa onda se consolidasse, veio a pandemia que acelerou o processo de mudanças resultando no aumento das exigências dos consumidores e de toda a sociedade, trazendo uma nova onda focada na sustentabilidade. Após essa análise, a chefe-geral elencou os temas de PD&I que serão estratégicos em sua gestão:

- Eficiência em seus diversos aspectos, com vista a alcançar a eficiência bioeconômica dos sistemas de produção de leite de modo a produzir mais e de forma melhor;

- Sistemas integrados com foco especial na integração lavoura, pecuária e floresta contribuindo para a compensação de emissões de gases de efeito estufa;

- Melhoramento vegetal com o desenvolvimento de novas cultivares de forrageiras, com lançamentos já programados de uma brachiaria ruziziensis (BRS Integra) e de uma nova cultivar de azevém (BRS Estações);

- Pecuária de precisão: contribuindo para a tomada de decisão em tempo real (nutrição de precisão, diagnóstico precoce de doenças no rebanho e detecção precoce de cio);

- Melhoramento genético animal, com destaque para os avanços com a seleção genômica, disponibilização de novas características nos sumários dos programas incluindo a resistência ao estresse térmico, além do desenvolvimento da avaliação genômica multirracial;

- Monitoramento de pastagens e zoneamento pecuário, com a disponibilização de inteligência territorial para pecuária leiteira e a previsão de variações e desempenho produtivo e oferta regular de leite nas principais regiões leiteiras do Brasil.

- Agregação de valor aos produtos lácteos, incluindo trabalhos com queijos artesanais e novas tendências de consumo como produtos nutracêuticos, leite A2A2, produtos orgânicos etc.;

- Leite carbono neutro, que é uma grande demanda que veio para ficar, principalmente após a COP26 - Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima realizada neste mês em Glasgow na Escócia.

Ao final, Elizabeth Fernandes destacou que “o setor produtivo pode contar sempre com a Embrapa como parceira na geração e uso de conhecimentos para o desenvolvimento da cadeia do leite e que juntos podemos elevar ainda mais a competitividade e a sustentabilidade da cadeia produtiva do leite no Brasil”.

A repercussão do setor à apresentação da chefe-geral da Embrapa Gado de Leite foi bastante positiva. Nas duas reuniões, diversos participantes pediram a palavra para parabenizar os trabalhos da Embrapa, reforçando a importância da empresa estar próxima do setor produtivo.

Rubens Neiva (MTb 5445)
Embrapa Gado de Leite

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