03/12/21 |   Pesca e aquicultura

Projeto Ver-o-Peixe chega à Capitão Poço para impulsionar a piscicultura familiar

Informe múltiplos e-mails separados por vírgula.

Foto: Dalva Mota

Dalva Mota - A equipe do projeto visitou produtores familiares e instituições para apresentar as ações.

A equipe do projeto visitou produtores familiares e instituições para apresentar as ações.

Fortalecer a piscicultura familiar por meio de capacidade técnica, econômica e comercial para a sustentabilidade da atividade, segurança alimentar e geração de renda são os objetivos do projeto Ver-o-Peixe que iniciou as atividades no município de Capitão Poço nesta semana.

A valorização dos saberes locais e a construção coletiva das soluções unindo a pesquisa, produtores familiares e instituições locais constituem os diferenciais do projeto que atua no município em parceria coma Universidade Federal Rural da Amazônia (Ufra), campus Capitão Poço.

A primeira visita em campo ocorreu entre os dias 29/11 e 1/12 e teve uma ótima receptividade das instituições e dos piscicultores locais que identificam na proposta uma oportunidade para estimular o crescimento da piscicultura no município, conforme avaliou a pesquisadora Rosenaly Corrêa, da Embrapa Amazônia Oriental, coordenadora do projeto. Integraram a equipe em campo a também pesquisadora Dalva Mota e o professor Bruno da Silveira Prudente, da Ufra.

O peixe é a base da alimentação humana na Amazônia, com um volume de consumo que supera em mais de 10 vezes o consumo nacional. Grande parte do pescado é oriundo da pesca extrativista, mas a redução dos estoques naturais, causada pela sobrepesca, tem afetado a oferta e incidido na dificuldade de acesso dos mais pobres ao alimento.

De acordo com os dados do projeto, no estado do Pará a piscicultura ainda é incipiente, mesmo que tenha havido incentivo público para a atividade nas últimas décadas e produtores de base familiar disponham de infraestruturas para produzir o pescado nos seus estabelecimentos, são comuns problemas relacionados à baixa produtividade e altos custos de produção, o que compromete a renda, a segurança alimentar e a comercialização.

Realidade semelhante à encontrada em Capitão Poço, base do projeto. Francisco Jair do Nascimento, secretário municipal de agricultura de Capitão Poço,  recebeu com otimismo a equipe do projeto e espera que as ações auxiliem o município na profissionalização da piscicultura familiar.

O secretário explicou que a agricultura familiar é a base da economia do município e tem na piscicultura uma das atividades mais importantes e, portanto, é uma das prioridades da Semagri. “Estamos com ações de escavação de tanques em várias propriedades para a criação de peixes e a chegada do projeto vai somar esforços para atividade”, comemorou Jair do Nascimento.

A união de instituições para fortalecimento da piscicultura e desenvolvimento da produção familiar na região também mobilizou o campus de Capitão Poço, da Universidade Federal Rural da Amazônia, a integrar o Ver-o-Peixe. Segundo Bruno Prudente, professor da instituição e membro do projeto, é uma oportunidade ímpar para o campus, pois abrirá um novo leque de opções de atividades de pesquisa e extensão para aos alunos, que juntos à comunidade vão auxiliar no desenvolvimento local.

“O Ver-o-Peixe vai ajudar a economia local, a formação dos alunos e embasa ainda mais o caminho para nosso futuro Centro de Aquicultura Experimental do Nordeste Paraense (Caenpa), a ser instalado no campus. São ações coletivas para a expansão dessa atividade econômica tão importante para a região”, enfatizou o docente.

 

O projeto dialoga com os produtores e constrói soluções de forma coletiva

O Ver-o-Peixe é uma tecnologia social da Embrapa, certificada pela Fundação Banco do Brasil (FBB), gerada a partir de experiências aplicadas pela primeira vez entre 2008 e 2012 nos municípios de Mãe do Rio, Aurora do Pará e Irituia, em resposta a demandas reais de piscicultores familiares da região. O resultado são referências seguras para a piscicultura familiar, afirma a gestora do projeto.

A pesquisadora comentou que a cidade de Capitão Poço foi escolhida para uma nova versão do Ver-o-Peixe para atender a uma demanda local identificada inicialmente pela Emater. “Depois validamos a demanda com parceiros da Ufra e com os próprios piscicultores do município que manifestaram o interesse na proposta por meio do envio de cartas de intenção à equipe da Embrapa”, explicou.

Essa interação com os piscicultores iniciadas com as cartas de intenção são uma das forças do projeto. É o que afirma a pesquisadora Dalva Mota, que também integra o projeto.

Para a pesquisadora uma premissas principais do Ver-o-Peixe é exatamente o respeito aos saberes dos agricultores. “São os produtores que sabem sobre os recursos disponíveis, práticas, culturas e alocação dos seu tempo. Eles observam e experimentam cotidianamente. Assim, quando há diálogo com pesquisadores há também a potencialização das inovações e melhor adesão porque todos aportam contribuições para solucionar problemas concretos”, analisa.

Kélem Cabral (MTb 1981/PA)
Embrapa Amazônia Oriental

Contatos para a imprensa

Mais informações sobre o tema
Serviço de Atendimento ao Cidadão (SAC)
www.embrapa.br/fale-conosco/sac/