03/02/22 |   Agroindústria  Automação e Agricultura de Precisão

Embrapa participa de treinamento para laboratórios brasileiros que analisam qualidade da fibra do algodão

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Foto: Dalmo Oliveira

Dalmo Oliveira - Detalhe do aparelho de HVI da Embrapa no Laboratório de Fibras, em Campina Grande (PB)

Detalhe do aparelho de HVI da Embrapa no Laboratório de Fibras, em Campina Grande (PB)

Treinamento visou difundir melhores práticas para garantir certificação de qualidade no mercado interno e para as exportações


João Paulo Saraiva Morais e Everaldo Paulo de Medeiros, pesquisadores da Embrapa Algodão, participaram, entre os dias 24 e 27 de janeiro, de treinamento remoto visando aprimoramento contínuo e discussões sobre a melhoria na qualidade da fibra do algodoeiro. O objetivo do curso, promovido pelo Ministério da Agricultura e Abastecimento (MAPA) em parceria com a Associação Brasileira de Produtores de Algodão (Abrapa), foi treinar gerentes de laboratórios vinculados ao Programa Standard Brasil High Volume Instruments (SBRHVI), pesquisadores e fiscais federais agropecuários 

O treinamento ficou a cargo de Axel Drieling, do FIBRE (Faserinstitut Bremen) ligado ao ICA Bremen (Global Centre for Cotton Testing and Research). “O instituto alemão oferece treinamentos, consultorias, pesquisa e certificação. Drieling trabalha com metrologia do algodão, boas práticas e é responsável pelos ensaios interlaboratoriais com algodão ao redor do mundo. A instituição atua também como mediadora em casos de disputa sobre algodão vendido e comprado. A palavra deles é a final nesse tipo de arbitragem”, diz Saraiva, que atuou ainda como tradutor durante o treinamento. 

Para Edson Mizoguchi, gestor do Programa de Qualidade da Abrapa, o curso teve como objetivo principal reforçar o aprimoramento técnico e a padronização dos itens essenciais para o bom monitoramento, manutenção e controle das centrais de climatização dos laboratórios. Também permitiu a atualização sobre as melhores práticas internacionais.

“Com o desenvolvimento de ações como esta, o setor trabalha para aumentar a confiabilidade dos resultados apresentados pelos laboratórios brasileiros de HVI em relação à qualidade do algodão brasileiro, melhorando a reputação e consequentemente, o posicionamento da fibra produzida no Brasil no mercado interno e externo”, declarou Mizoguchi.

O evento mobilizou cerca de 15 auditores-fiscais federais agropecuários ligados ao Departamento de Inspeção de Origem Vegetal da Secretaria de Defesa Agropecuária do MAPA, pesquisadores e profissionais que atuam nos laboratórios de produção e que participam do programa SBRHVI. O curso visou a capacitação dos técnicos laboratoriais buscando aprimorar a qualidade do algodão brasileiro. 

“A certificação oficial do algodão brasileiro será de autocertificação, em que os produtores e as unidades de beneficiamento fiscalizam os próprios produtores. Porém, laboratórios de HVI e o Centro Brasileiro de Referência em Análise de Algodão (CBRA) também estarão envolvidos em todo o processo. O MAPA supervisionará os laboratórios de análise de qualidade de fibra que atendem os cotonicultores. Trata-se de uma iniciativa que valoriza o autocontrole executado pelos beneficiadores de algodão e avaliados pelos laboratórios de classificação de algodão, que já são monitorados pelo programa SBRHVI”, destaca o coordenador-geral de Qualidade Vegetal do MAPA, Hugo Caruso.

O evento abordou temáticas específicas como o desenvolvimento das plantas de algodão  e como a genética, o ambiente e processamento da safra podem afetar a qualidade de fibra. Também trouxe novidades de como ocorre a análise instrumental da fibra e o impacto no mercado e na fiação dos valores medidos nessa análise. Esse tipo de previsão de impacto pode dar noções do mercado internacional de algodão para entender onde o algodão brasileiro se torna mais sensível às flutuações de ágio e deságio.

 

Classificação por HVI

João Paulo explica que a qualidade da fibra do algodoeiro também pode ser medida visualmente, por um classificador humano, mas atualmente o que predomina é a classificação instrumental, através de equipamentos High Volume Instrument (HVI, na sigla em inglês). “Hoje, se faz mais classificação instrumental no algodão colorido do que a tradicional classificação visual. No Brasil, ainda se faz classificação visual do algodão branco, enquanto do colorido, praticamente só se faz a instrumental. O importante, no entanto, é que todos os laboratórios sigam as boas práticas e as normas globais. Eu destacaria que o treinamento continuado nesses pontos ajuda a aumentar a confiabilidade nos resultados fornecidos pelos laboratórios que seguem essas normas, guias, diretrizes”, diz.

 

Dalmo Oliveira (0859 | MTE-PB)
Embrapa Algodão

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