A segunda edição do curso “Meliponicultura: desafios e perspectivas” acontece nos dias 23 e 24 de março, no Campo Experimental da Embrapa Amazônia Ocidental no município de Maués, interior do Amazonas. Com informações direcionadas a produtores e técnicos do setor primário com interesse em meliponicultura - que é a criação de abelhas nativas sem ferrão – o curso tem a finalidade de treinamento e atualização de conhecimento no manejo dessas abelhas, visando estimular a profissionalização da atividade de meliponicultura no interior do Estado. A primeira edição do curso “Meliponicultura: desafios e perspectivas” ocorreu em 2019, no município de Iranduba (AM), e é uma das ações realizadas pelo projeto “Abelhas, variedades crioulas e bioativos agroecológicos - conservação e prospecção da biodiversidade para gerar renda aos agricultores familiares na Amazônia Legal” (Agrobio), O projeto é coordenado pela Embrapa no âmbito do Projeto Integrado para a Produção e Manejo Sustentável do Bioma Amazônia, financiado com recursos do Fundo Amazônia e operacionalizado pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). O Agrobio tem atuação nos estados do Acre, Amazonas, Roraima e Pará, sob a coordenação do pesquisador Daniel Santiago, da Embrapa Amazônia Oriental (Belém-PA). Na versão atual, o curso conta com reforço também de um novo projeto que será desenvolvido no município de Maués e tem como título “Caracterização e valoração do mel de abelhas nativas produzido em cultivos de guaraná e camu-camu para fomentar a bioeconomia amazônica”, coordenado pela Embrapa e financiado com recursos da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas (Fapeam). A pesquisadora Cristiane Krug, da Embrapa Amazônia Ocidental, coordenadora de ambos projetos no Amazonas, destaca que essa atividade de capacitação é importante para a interiorização do conhecimento e para fortalecer a atividade de meliponicultura em todo o Estado. A criação destas abelhas nativas com embasamento técnico, além de contribuir para a preservação das espécies e do meio ambiente, também gera renda complementar para os meliponicultores, pois a atividade permite a produção e comercialização de mel e seus subprodutos, assim como com o aumento da produtividade de suas propriedades através de uma polinização mais efetiva. Para viabilização do curso em Maués, a Embrapa conta o apoio do Instituto Federal de Ciência e Tecnologia do Amazonas (Ifam) – campus de Maués e de parcerias com as empresas Ambev e Bio Territorios Agroflorestais, e a Rede Maniva de Agroecologia (Rema). Conta ainda com a participação do técnico Hélio Vilas Boas, biólogo do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa), que será um dos instrutores do curso, junto com o agrônomo Rogério Marcos de Oliveira Alves, bolsista Fapeam no projeto “Caracterização e valoração do mel de abelhas nativas produzido em cultivos de guaraná e camu-camu para fomentar a bioeconomia amazônica”. O programa do curso aborda informações tais como as oportunidades geradas com Abelhas Sem Ferrão (ASF), aspectos a observar na produção de mel, localização, instalação e povoamento de meliponários, espécies de ASF e seu potencial, pastagens para produção de mel, uso e manejo de caixas, como reconhecer as plantas para produção, divisão de colônias, alimentação alternativa, colheita, beneficiamento e valoração do mel, mercado, logística e custos do mel entre outros tópicos.