15/12/22 |

Sancionada a Política Nacional de Incentivo à Agricultura de Precisão

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Foto: Graziella Galinari

Graziella Galinari - Uso de Vant (Veículo Aéreo Não Tripulado) em experimento do projeto Pecuária do Futuro

Uso de Vant (Veículo Aéreo Não Tripulado) em experimento do projeto Pecuária do Futuro

Embrapa participou ativamente para a formulação da nova lei, com a elaboração de nota técnica e participação em audiências públicas

O governo federal sancionou o Projeto de Lei nº 149/2019, que institui a Política Nacional de Incentivo à Agricultura e Pecuária de Precisão. A Lei nº 14.475, publicada no dia 14 no Diário Oficial da União (DOU), tem como objetivo ampliar a eficiência na aplicação de recursos e insumos de produção, de forma a diminuir o desperdício, reduzir os custos de produção, aumentar a produtividade e a lucratividade, bem como garantir a sustentabilidade ambiental, social e econômica.

A Embrapa contribuiu com a formulação da nova política pública elaborando uma nota técnica, por meio da Embrapa Instrumentação e do Portfólio Automação e Agricultura de Precisão, e também participou de audiências públicas no Congresso Nacional.

O texto define a agricultura e a pecuária de precisão como aquelas que adotam um “conjunto de ferramentas e tecnologias aplicadas em um sistema de gerenciamento agropecuário baseado na variabilidade espacial ou individual e temporal”. É o caso, por exemplo, do uso de máquinas agrícolas com sensores capazes de identificar a situação do solo. Outro caso são os pulverizadores de defensivos automatizados integrados a um GPS para evitar que o equipamento borrife duas vezes no mesmo local.

Essas tecnologias avançadas permitem uma avaliação precisa das áreas de plantio, levando em conta a diversidade e mudanças do solo e do clima. O presidente Celso Moretti explica que, juntas, agricultura de precisão e tecnologias poupa-terra, aumentam significativamente a produtividade, sem aumentar a área de plantio, pois o produtor rural consegue usar a terra do modo certo, com as ferramentas, defensivos e fertilizantes na medida correta. “O resultado é um aumento da produtividade e uma redução no uso de defensivos agrícolas e fertilizantes, trazendo mais sustentabilidade ambiental para o agro brasileiro”, acrescentou o gestor da estatal.

De acordo com a nova lei, são consideradas como algumas das principais diretrizes, o apoio à inovação, à sustentabilidade e ao desenvolvimento tecnológico e à difusão dessas novas tecnologias, e o estímulo à ampliação da rede e da infraestrutura de pesquisa.

"Essa lei é resultado de um movimento da comunidade não apenas acadêmica, mas das empresas privadas do setor produtivo, das indústrias e dos serviços que atuam no Agro do País. A Embrapa sem dúvida foi um desses atores. E, para além de mencionar a nossa atuação em temas que ainda não são tendências, a lei indica que estamos no caminho certo e em sintonia com a sociedade", disse o pesquisador Ricardo Inamasu, da Embrapa Instrumentação, presidente do Comitê Gestor do Portfólio Automação, Agricultura de Precisão e Digital da Embrapa.

“É um exemplo importante da contribuição da ciência para avanço da área de agricultura de precisão do País. É com satisfação que recebemos a notícia da aprovação da lei, para a qual auxiliamos na formulação", ressaltou José Manoel Marconcini, chefe-geral da Embrapa Instrumentação.

 

Medidas

O texto obriga os órgãos responsáveis pela formulação e regulação da política a criarem linhas de crédito para a aquisição de equipamentos, estimulando o investimento na agricultura e pecuária de precisão. Eles também devem ouvir as reivindicações e sugestões de representantes do setor de pesquisa e dos produtores rurais. Essas instituições deverão promover a conexão das propriedades rurais à internet, para viabilizar o acesso dos trabalhadores às informações fornecidas pelas máquinas com sensores e permitir o monitoramento do plantio e das aplicações de insumos.

A criação de uma rede de pesquisa, desenvolvimento e inovação direcionada aos pequenos e médios produtores, para que eles tenham acesso aos recursos tecnológicos, é outra diretriz da política, que inclui ainda o estímulo à adoção de técnicas para redução de gases de efeito estufa. A política deve abranger também as necessidades da agricultura familiar e dos empreendimentos familiares rurais.

Os órgãos terão que incluir disciplinas relacionadas à agricultura e à pecuária de precisão nos currículos dos cursos de ciências agrárias, entre outras ações para estimular a capacitação de mão de obra em nível técnico, superior e de pós-graduação.

O texto determina ainda que deve ser aplicada a mesma alíquota de imposto sobre os itens nacionais e sobre os importados produzidos pela agricultura e pecuária de precisão. Outro ponto estabelece que a agricultura e a pecuária de precisão devem ser reconhecidas como técnicas de redução de riscos para efeito de contratação de seguros rurais.

Além disso, segundo o senador Guaracy Silveira (PP-TO), relator do PL  na Comissão de Agricultura do Senado, o texto seria um instrumento essencial para estimular a pesquisa e o desenvolvimento tecnológico, a assistência técnica e a extensão rural, a qualificação e gestão dos recursos humanos, a participação e integração dos setores público e privado e a indústria nacional de agricultura e pecuária de precisão.

 

Tramitação da lei

PL nº 149/2019 é de autoria do deputado federal Heitor Schuch (PSB-RS).  A proposição tramitou em conjunto com duas outras de mesmo tema: o PL 355, de autoria da deputada e ex-ministra da Agricultura, Tereza Cristina (PP-MT), e o PL nº 361, de autoria do deputado Alceu Moreira (MDB-RS). O PL nº 149/2019 passou pelas Comissões de Agricultura e de Constituição de Justiça da Câmara dos Deputados e pelas Comissões de Meio Ambiente e de Agricultura do Senado.

Maria Clara Guaraldo (MTb 5027/MG)
Superintendência de Comunicação (Sucom)

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Mais informações sobre o tema
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